Fernando certamente o expressinho do ABC renderá bons frutos ao clube!
Foi à oportunidade de a garotada mostrar que tem talento. Chegando as semifinais da copinha.
Fora isso, se me permites, faço questão de nomear aqui os destaques do expressinho: Diego (goleiro - se destacou no 2º jogo contra o América); Tiago Carlos o Tiaguinho (Lateral direito, que jogou muito bem no 1º jogo contra o Baru); Danilinho (meio campo que chegou a ser relacionado na equipe principal); Rodriguinho (meio campo, Jogador que foi bem utilizado por Ferdinando); Marcio Panda (zagueiro que jogou pelo estadual e em alguns jogos da serie C); Pedrinho Mossoró (irmão de marquinhos e Marcio Mossoró, Pedrinho joga de volante caindo péla direita); e João Paulo (atacante que foi a revelação do time na copinha).
Sabe por que o ABC ta colhendo os frutos?
Amaral isso se chama investimento na base.
Um Abraço!
O comentário acima foi postado no tópico O QUE NÃO SE FAZ PELA RAZÃO, SE FAZ PELA NECESSIDADE. Porém, infelizmente pertence a um leitor que preferiu o anonimato, mas como considero o assunto relevante, resolvi expor meu leitor anônimo e tecer alguns comentários sobre o assunto.
Primeiro é preciso dizer que não discordo em nada do leitor, ele está coberto de razão nas suas afirmativas. Porém, o que me levou a escrever o tópico acima mencionado foi que ainda considero as medidas tomadas pelo ABC (cito o alvinegro por ser hoje o único clube de Natal que investiu alguma coisa nas suas bases), medidas insuficientes para a importância não só do futuro de qualquer clube, mas fundamentalmente do futebol como um todo.
Osvaldo Brandão, técnico de grandes clubes nas décadas de 60 e 70, com passagem pela seleção brasileira e infelizmente já falecido, costumava dizer que “as categorias de base devem ter no seu comando, profissionais tão bons ou melhores que os que comandam as equipes principais”. Osvaldo tinha o sonho de comandar as bases do Corinthians, mas a morte o impediu de realizar esse sonho.
O grande Helenio Herrera costumava dizer... “Em uma equipe principal existem estrategistas e técnicos, nas bases treinadores”. O que Helenio queria dizer com isso era que, nas equipes principais os treinadores deviam se preocupar com tática e estratégia e nas bases, a preocupação devia ser com aprimoramento de fundamentos e preparação para a vida futura dos atletas.
No Brasil, e principalmente nas equipes menores, não existe tal preocupação... Formam-se equipes de base para disputar campeonatos e ganhar títulos, ninguém está preocupado em qualificar o atleta, nem como homem e nem como jogador. É fácil perceber tal fato, basta verificar o valor das verbas direcionadas para as bases, basta um simples levantamento do nível de alguns profissionais que atuam com os garotos.
No futebol europeu, é habito as federações nacionais e locais serem responsáveis pelo cadastramento de todos os treinadores que atuam com crianças. Assim como, as respectivas escolinhas de futebol. Não é permitido a qualquer um lidar com meninos ou meninas sem que as federações tenham total controle sobre essa atividade.
Nos clubes, as bases são tratadas com esmero... Para cada categoria existe uma comissão técnica completa, com gente preparada para o trato com jovens. Em torno dessas comissões, psicólogos, educadores, médicos, preparadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas e uma gama de profissionais aptos dão sustentação ao trabalho de campo.
Não se entrega meninos nas mãos de um ex-jogador de futebol, apenas por ter sido ele um “craque”. É preciso ter passado limpo, é preciso ter preparo emocional para cuidar da criançada. Todos são reciclados e todos são cobrados. Nesses países, uma criança, é uma criança e não uma futura mercadoria.
A filosofia é preparar o garoto para chegar aos profissionais e se encaixar com rapidez, por isso, o mesmo trabalho tático do time principal, é usado nas categorias imediatamente inferiores. Treinador de base não inventa, não busca o estrelato... Sua missão não é ganhar títulos, mas sim formar atletas. Goleiros são treinados e não aquecidos e a galerinha que corre no gramado, não faz coletivos e mais coletivos... Treina fundamentos e se adapta a forma de jogar dos profissionais.
Isso é que chamo de investimento nas bases, pois caso o menino não se torne um jogador, se tornará um torcedor e um cidadão útil à sociedade. O São Paulo é no Brasil quem mais se aproxima desse modelo, é só ver que poucos clubes formam atletas com o nível moral e intelectual de um Raí, um Kaká e um Rogério Ceni.