Ontem à tarde, a rodada número 32 da Série B, teve seu encerramento e, se sexta-feira os gols foram abundantes, sábado a usura marcou a rodada...
Porém, mais uma vez o ABC perdeu e mais uma vez o discurso foi o mesmo: “o ABC jogou bem, merecia melhor sorte e blá, blá, blá”...
Creio que a repetição da ladainha, acaba tornando a meia verdade numa verdade inteira, mas será mesmo que o sofisma é o caminho?
Se uma equipe tem um excelente desempenho e perde, não seria lógico pensar que o adversário teve algum mérito?
Imagino que quando reconheço o mérito do adversário, elevo meu próprio desempenho, pois ao considerar que a derrota é fruto apenas dos erros que cometi, estou admitindo minha própria incompetência diante de um oponente frágil que só me venceu porque assim o permiti (preciso melhorar meu nível intelectual, ando cartesiano demais nos últimos tempos).
Não vou perder tempo dissecando o cadáver, tem gente na crônica mais qualificada que eu para a tarefa, mas vou fazer alguns questionamentos...
Flávio Lopes erra?
Por certo erra...
Mas é ele o responsável por todas as derrotas?
Claro que não!
Tenho percebido algumas inconsistências e incongruências nas criticas ao treinador...
Alguns dizem que ele deveria jogar assim ou assado...
Que deveria entrar com essa ou aquela formação...
Que teria que ousar mais...
E por fim, que fulano e sicrano são melhores jogando no lugar de beltrano...
Mas...
Logo a seguir, os críticos se contradizem e afirmam: “se a equipe fosse mais qualificada, esse ou aquele jogo, teria sido diferente”...
Hora, se a equipe não está qualificada para a disputa como exigir do treinador ousadia?
Como pedir variações sobre um mesmo tema, se os músicos são fracos?
Como querer afinação, numa banda cuja qualificação é inferior?
Por outro lado, vejamos:
O ABC jogou 32 partidas, conquistou 31 pontos (menos de um ponto por jogo)...
Venceu nove vezes, empatou quatro vezes e perdeu 19 jogos... (são números, não opinião)
Marcou 30 gols (novamente, menos de um gol por partida) e sofreu 55 (quase três gols por jogo)
Essa é a campanha alvinegra...
Como então, querer que uma equipe que apresente esses números, possa fazer mais?
Como imputar ao treinador solitariamente a débâcle?
Flavio tem sua quota de responsabilidade sim, mas muitos outros devem responder solidariamente junto com ele.
Sobre as chances de permanência, digo o seguinte:
Ninguém deve se preocupar com os tais 46, 45, 44 ou 43 pontos...
Pois se a permanência estiver apenas condicionada a esses números, não há com escapar...
Para atingir 46 pontos, serão necessárias cinco vitórias em seis jogos...
Os 45 pontos só podem ser alcançados com quatro vitórias e dois empates...
Já os 44 pontos, dependem quatro vitórias e um empate...
E finalmente, os 43 pontos, só serão alcançados com quatro vitórias...
É claro que existem umas poucas variantes, mas o espaço de manobra para elas é tão pequeno, que sequer as considerei...
Portanto, a única saída plausível é: vencer e torcer para que América e Bahia não vençam, pois os cinco pontos que separam o ABC do América e os quatro que o distanciam o alvinegro dos tricolores, são em tese, mais fáceis de superar que os 12, 13, 14 ou 15 pontos tidos como a salvação...
Para quem acredita em milagres, ou é afeito a jogos de risco, as últimas rodadas serão um prato cheio e saboroso.