segunda-feira, dezembro 26, 2011

Um encontro com Judas Tadeu no Natal...



O convite.

Na sexta-feira verifiquei uma chamada perdida em meu celular, e, como normalmente faço, retornei a ligação...

Para minha surpresa na ponta da linha atendeu Judas Tadeu, ex-presidente do ABC FC.

Judas foi direto ao assunto: “vou reunir alguns amigos e a imprensa no sábado no restaurante Tábua de Carne e conto com sua presença”, disparou.

Perguntei a que horas seria o encontro e ele respondeu; “meio dia e meia”! “Você vai”?

Tentei argumentar que não sou muito de festas, mas Judas, rápido como Jesse James, me interrompeu e disse: “Vá, espero você lá”.

Aceitei.

Saindo de casa.

No sábado ainda relutante, levantei, tomei banho, amaldiçoei ter dado férias para Dona Graça, pois sem ela, não consigo achar absolutamente nada e fui tomar banho...

Quando saí do banho, percebi que não teria o meu café quentinho de todos os dias e voltei a amaldiçoar as férias da minha “escudeira”.

Subi, decidido a não me estressar na busca de meias, cuecas e todos os assessórios que ela deixa simetricamente arrumados na cama, enquanto reclama do calor, das dores nas costas e dos “noiados” que diariamente lhe filam cigarro no caminho para o trabalho.

Mas como tudo que já está ruim, sempre pode piorar, ao vestir a calça recém-comprada, verifiquei que o número era menor.

Puta que pariu, comprei duas, agora f... lá vou ter que ir a loja trocar.

Atraso na certa!

Finalmente consegui sair e antes de me dirigir ao Tábua de Carne, passei na loja, deixei as calças, pedi desculpas ao vendedor e marquei para pegar na terça-feira.

No Tábua de Carne.

Ao chegar, como não podia deixar de ser, já havia muita gente no local...

Judas veio em minha direção, abriu um largo sorriso (creio que ele não acreditava que eu fosse), me deu um abraço e disse: “estou feliz com sua presença, obrigado por ter vindo”.

Sentei, conversei um pouco com os convivas e esperei...

A fala de Judas Tadeu.

Demorou um pouco, mas quando Judas Tadeu tomou a palavra, percebi que ele estava tranquilo...

Chegou a brincar dizendo que ia imitar o “Faustão”, já que estava com as mãos cheias de anotações.

Suas primeiras palavras foram para lamentar que alguns, segundo ele, o acusem de torcer contra o ABC e a atual administração...

- “Sou torcedor do ABC e só do ABC”...

- “Nunca torci e nem nunca torcerei contra meu clube”.

- “Como qualquer torcedor do ABC, quero meu clube vencendo sempre”.

A cada frase, Judas procurava olhar nos olhos de cada um dos presentes.

Depois, pegou uma folha onde estavam listadas uma a uma, as realizações da administração Rubens Guilherme...

Leu uma por uma e elogiou cada uma delas.

Não fez uma critica sequer, não levantou um só senão e afirmou enfaticamente que Rubens Guilherme era um homem integro e dedicado ao ABC.

- “Até aqui, não sou candidato a nenhum cargo diretivo no ABC”...

- “Rubens afirma que não pretende continuar e eu, digo: se ele mudar de ideia, terá meu apoio e o apoio de meu grupo”...

- “Só serei candidato, caso seja chamado ou sinta que algum aventureiro queira lançar mão da presidência do clube”...

- “Caso nenhuma das hipóteses aconteça, permaneço onde estou e me coloco a disposição para dar minha contribuição”.

- “O ABC cresceu, continua crescendo e não pode correr nenhum risco”.

Claro que há em Judas o desejo de um dia quem sabe, voltar ao comando do ABC, mas não percebi falsidade e nem engodo no que disse.

Senti que ele respeita Rubens Guilherme e que caso o atual presidente mostre o desejo de ficar, vai apoiá-lo como afirmou.

Dando continuidade, Judas falou das realizações de seu período, não o fez com soberba, mas como quem conta uma história...

Lembrou-se de cada detalhe, citou aqueles que lhe emprestaram o apoio e lhe estenderam as mãos e emocionado falou de sua eterna gratidão ao Senador Garibaldi Filho.

Num determinado momento, Judas Tadeu disse ter em mãos a listagem com todos os jogadores profissionalizados em sua administração e os contratados...

Todos riram e pediram para que ele evitasse ler o nome de um por um, pois assim, corríamos o risco de passar a ceia natalina por lá...

Judas então sorriu e disse: “cometi erros sim e aqui vai o nome de alguns”...

Leu alguns nomes – que vou omitir por achar irrelevante citá-los.

Mas a lista foi grande.

Depois falou daqueles que considerou acertos e agradeceu a cada um deles o empenho ao vestir a camisa do alvinegro.

O momento mais tenso aconteceu quando Judas foi questionado sobre se o ABC lhe devia dinheiro...

Seu semblante mudou, mas não havia raiva e sim, decepção em sua face...

- “Em um determinado momento, abri mão de 400 mil reais”...

- “Abri literalmente e, portanto, nada tenho a reclamar, mas depois, reuni todos e disse que continuaria a emprestar meu nome caso o ABC precisasse do meu aval”...

- “E assim foi feito, mas avisei que os avais precisariam ser honrados pelo clube, pois eu já não tinha condições de arcar sozinho”...

- “Avisei e confiei”.

- “Entretanto, quando deixei a presidência do ABC, continuei a pagar os avais dados a instituições financeiras e empréstimos que fiz junto a amigos”...

- “Alguém lá dentro, lançou dúvidas sobre o valor desses avais”...

- “Solicitei então, que chamassem a Polícia Civil, Militar, Federal ou quem quer fosse e investigassem item por item... batessem contas”.

- “Ainda estou aguardando e honrando mensalmente minha assinatura junto aos credores”...

O espanto foi geral quando Judas ainda que hesitante, disse o montante do que já pagou somado ao que ainda terá que pagar: R$ 2000.000,00 – isto mesmo, dois milhões de reais.

Diante do silencio geral, Judas sorriu e disse: “tudo tem solução”!

Agradeceu a presença de todos e voltou a dizer que sua intenção naquele momento era fazer uma prestação de contas tranquila, sem arroubos e sem mágoas e pediu que no próximo ano, os jornalistas e blogueiros, evitassem especular sobre eleições antes de novembro...

- “Vai ser um ano difícil, mas sei que o ABC pode fazer bonito e, por isso, tratar de eleição antes de novembro será um desserviço ao clube”...

- “Vamos deixar a atual direção trabalhar em paz e então, depois de terminada as competições, ai sim, sentaremos, analisaremos o quadro e cada um tomará seu rumo”.

Foi isso.

Bem, como o texto ficou grande, vou tentar ser objetivo em minha analise do que vi e ouvi no restaurante Tábua de Carne.

Judas me parece, tirou boas lições do tempo em que administrou o ABC e do tempo que se viu distante das decisões.

Já não exala ranço, nem tão pouco dispara uma metralhadora giratória...

Foi elegante com Rubens Guilherme, mas transpareceu ter alguma mágoa com algumas pessoas...

Porém, em nenhum momento citou qualquer nome.

Todas as vezes que citou alguém o fez elogiosamente – alguém pode dizer, então é fácil saber de quem ele não gosta: bastou ter prestado atenção em quem ele não citou...

É verdade, mas esse é um problema pessoal de Judas e não da minha ou da sua alçada, meu caro leitor.

O melhor, no entanto, foi quando Judas Tadeu disse que se arrependia dos embates com imprensa, pois segundo ele, aquele que assume um lugar de projeção, está sujeito a criticas...

- “Quem não quer ser criticado deve ficar em casa, no comando do ABC, do América ou de qualquer clube ou instituição, a critica sempre vai estar presente”...

- “Eu errei ao me insurgir contra as criticas, devia ter brigado somente contra as opiniões sem base e as injustiças”.

No final das contas foi um encontro proveitoso e eu, espero sinceramente, ter participado de um momento feliz de um homem que me pareceu em paz consigo mesmo. 


sexta-feira, dezembro 23, 2011

Natal... o que é, e o que gostaria muito que fosse.



Arte Digital: Fernando Amaral



Feliz Natal

Às vezes me sinto triste...

Quando sei que nada adianta esperar.

Não haverá trenó...

Nem renas.

Papai Noel é apenas uma doce fantasia...

Mas como eu queria olhar para o céu e ver o trenó...

Esperar ansioso ele pousar suave em meu telhado...

Correr para a sala e então, vê-lo em carne e osso.

Talvez, apenas talvez...

Pudesse naquele momento voltar no tempo...

Ver minha família novamente reunida...

Talvez, apenas talvez...

Eu ousasse pedir em voz alta um único presente.

Papai Noel...

Ensine as pessoas que palavras são “fumaças” e que cartões são convenções...

Mas que um gesto é a única coisa que se pode ofertar aos que nos estendem as mãos.

Talvez, apenas talvez...

Num impulso, lhe pedisse algo mais...

Papai Noel...

Por favor...

Um dia quem sabe...

Mesmo que seja só por alguns instantes...

Exista de verdade.


Fernando Amaral.

Depois do Santos, o Hospitalet... Barcelona 9x0 pela Copa do Rei.


Seguro, mesmo sob pressão...



Imagem: Getty Images

Comitê disciplinar retira cartão vermelho aplicado ao goleiro do AZ Alkmaar...



O vídeo que postei ontem e que mostrava a reação do goleiro costarriquense do AZ Alkmaar, Esteban Alvarado ao ser atacado por um torcedor que conseguiu ludibriar a vigilância e invadir o campo de jogo durante o encontro da equipe do AZ e do Ajax pela Copa da Holanda, foi retirado do ar em virtude da reivindicação de direitos autorais da Eredivisie CV...

Informo que o vídeo em questão foi incorporado ao blog via YouTube.

Entretanto, um novo vídeo foi postado em substituição.

Mas vamos ao caso e a sua repercussão...

Alvarado como era de se esperar, reagiu e revidou a tentativa de agressão, mas acabou expulso de campo pelo árbitro Bas Nijhuis.

Imediatamente, os jogadores do AZ protestaram, mas como o árbitro manteve sua decisão, o técnico da equipe, Gert Jan Verbeek, inconformado, retirou seus jogadores de campo e alegando falta de segurança não permitiu a volta de sua equipe para dar continuidade a partida.

Ontem, O Comitê Disciplinar da Federação Holandesa, retirou o cartão vermelho aplicado ao jogador e em nota a imprensa, justificou sua decisão:

“O goleiro foi atacado de forma imprevista e, portanto, o comitê crê que sua reação, ante ao ataque, foi devida ao seu estado emocional”.

A nota também informa que Esteban Alvarado não sofrerá nenhum tipo de sanção.

Entretanto a Federação não esclarece se o jogo será repetido ou se continuará a partir de sua interrupção...

A partida foi paralisada aos 38 minutos do primeiro tempo e o Ajax vencia por 1x0.

Sobre o invasor, a direção do Ajax informou que ele tem 19 anos e estava proibido de entrar no Amsterdam Arena por já ter causado problemas.

Jeroen Slop, diretor financeiro do clube diz que o jovem conseguiu entrar por ter conseguido seu ingresso através de um sócio, com direito a quatro ingressos e por se utilizar de uma entrada na parte norte do estádio onde o controle é menos rígido (a falha será corrigida).

O Ajax afirma que o sócio será convidado a dar as devidas explicações e que o invasor terá seu tempo de afastamento das arquibancadas ampliado, além de responder na justiça por seu ato tresloucado.

Enfim, o bocó que já não estava bem na fita, vai ficar pior.



quinta-feira, dezembro 22, 2011

Entrou para bater, mas apanhou e acabou preso...


Fica calminha, comigo você está segura...



Imagem: Getty Images

Curriculum Vitae...



...Valdevez de Portugal, Shenyang Donjin e Pudong Zobom da China, não é currículo, é histórico do supletivo.






Aqui em cima, vejo melhor...



Imagem: Getty Imagem

Pedra fundamental...



Em 1922 o presidente Epitácio Pessoa, fez assentar com pompa e circunstância a pedra fundamental de Brasília em Planaltina/GO...

38 anos depois, Juscelino Kubichek inaugurou a cidade.




Senhor, eles não estão zangados não... só não conseguiram entender o teu propósito.



Imagem: Getty Images

Déjà vu



O torcedor viu no Santos diante do Barcelona, tudo aquilo que já havia visto na seleção de Mano Menezes.




Gerd Müller ainda no Borussia Möenchengladbach - 1972.




Imagem: Imago

Timemania: o governo é bonzinho...



Por José Cruz.


O Ministério do Esporte lançou um volumoso livro, espécie de balanço geral dos primeiros sete anos de sua existência – 2003 a 2010.

Bem produzido, com várias ilustrações e números, é documento oficial para comentar sobre alguns programas de governo na área do esporte.

Começo pela Timemania, a loteria que surgiu por iniciativa do então ministro Agnelo Queiroz – ainda hoje se explicando sobre denúncias de corrupção do suspeito programa Segundo Tempo (que comentarei outro dia).

Periodicamente insisto neste assunto da dívida, para que não sejamos acusados de “país sem memória”.

É preciso lembrar que a cartolagem de uma determinada época deu calote de R$ 2 bilhões no fisco.

Exatamente isso: recolhia os valores do INSS e Imposto de Renda de seus funcionários (a maioria jogadores) e não repassava aos cofres da União. O calote,repito, foi acrescido da dívida para com o Fundo de Garantia. Resultado: a conta chegou aos R$ 2 bilhões.

Para resolver o problema, o governo federal agiu de forma diferenciada. Em vez de exigir que os devedores saldassem a conta, como faz com os “contribuintes comuns”, lançou uma nova loteria esportiva, a Timemania.

Com isso, repassou ao torcedor-apostador o ônus da dívida que contraiu. Das apostas realizadas, 22% são destinados ao abatimento da conta.

Balanço.

Agora, no balanço do Ministério do Esporte, a tal Timemania mostra-se um fracasso.

Em três anos – entre 2008 e 2010 – a Timemania arrecadou R$ 311milhões. E contribuiu com apenas  R$ 68,4 milhões para abater nos R$ 2 bilhões devidos. A conta está sendo paga, é verdade, mas o calote continua bilionário.

Enquanto isso…

Observa-se tratamento diferenciado do governo diante de seus contribuintes em geral – e o futebol, em particular. Principalmente porque os clubes devedores não escondem suas transações milionárias com jogadores caríssimos e técnicos que assinam contratos nas alturas.

 Faço este comentário também motivado pelo recente seminário que tratou sobre como o futebol contribui para a lavagem de dinheiro, mundo afora.

No entanto, o mesmo governo – da época dos tucanos, que ignorou a dívida, e o de agora, que cobrou de forma benevolente – omite-se na fiscalização rigorosa da economia dos clubes, seus negócios aqui e lá fora.

Messi e Daniel Alves, lá eles funcionam perfeitamente...



Imagem: Picture Alliance

Ler alguns comentários nas postagens dos blogs esportivos, é um ótimo e hilariante programa...



Ler comentários em alguns blogs é uma tarefa deliciosa...

O senso comum e a desinformação dos “comentaristas” de comentários é estupendamente rica.

Certo cavalheiro, comentando o comentário de um colega sobre a derrota do Santos e a formação de jogadores pelo Barcelona, fez a seguinte afirmação: “Na Europa eles não tem empresários como aqui... lá o jogador é do clube”.

Como diria Robin, fiel escudeiro de Batman: “santa ignorância”!!!

Quem foi que disse tal asneira ao “comentarista” de comentário?

Ontem, Marcos Lopes publicou em seu blog a lista dos 20 maiores Agentes de Futebol no Mundo...

Com a publicação da lista, Marcos Lopes, sepulta a questão e me poupa algumas horas de pesquisa, pois estava me preparando para comentar sobre o comentário do comentarista de comentários... ufa!

O documento por Marcos Lopes foi elaborado pela Pluri Consultoria de Curitiba no Paraná.

E, das 20 primeiras agencias: 7 são alemãs, 5 são inglesas, 2 são francesas, 2 brasileiras...

Portugal, Argentina, Holanda e Espanha, completam o quadro com uma agencia cada um.

Bem, espero que o cidadão que escreveu tal bobagem, passe a ler e pesquisar para então, comentar.

Se lesse mais e melhor, teria conhecimento da “Lei Bosman”ou “Acórdão Bosman” (Jean-Marc Bosman), proferido pelo Tribunal de Justiça Europeu e aí, saberia dos efeitos causados por tal lei no futebol mundial.

No Brasil, a “Lei Pelé”, sofreu forte influencia da “Lei Bosman”.




quarta-feira, dezembro 21, 2011

Deixa de ser melodramático e fique aí mesmo...



Imagem: Picture Alliance

O típico discurso do torcedor brasileiro...



O texto abaixo chegou as minhas mãos através de um e-mail do professor Horácio Accioly Junior, um amigo querido e que sempre me presenteia com ótimos e-mails.

Infelizmente o autor não foi identificado, mas o texto é fantástico.

O que mais me fez rir, foi lembrar que todo ano, semana por semana, sou obrigado a ouvir coisas do gênero, mesmo que as circunstâncias não se assemelhem.


Um time que detém 76% de posse de bola e só faz 4 gols é uma bosta.

Os seus jogadores ficam tocando a bola de ladinho, de pé em pé, sem errar passes, até chegar à área adversária.

E só.

Não fazem um chuveirinho na área durante toda a partida.

Quase nunca fazem gols de cabeça.

Chegam ao cúmulo de não baterem um único escanteio na área.

Não deram um único chutão em 90 minutos!

O goleiro sempre sai jogando com seus zagueiros.

Não tem força no pé pra rifar a bola no meio do campo?

É um jogo de futebol covarde, não se lançam desembestados, não correm feito loucos atrás da bola, só vão na certeza.

Isso pode ser tudo, menos futebol.

Nem falta os caras fazem!

É um tédio assistir a esses esnobes jogando.

Cadê a raça?

As bolas divididas, os carrinhos animais, as jogadas viris?

Heim?

Parece que estão jogando xadrez, isso sim.

Os gols saem quase por acaso.

Sem desespero, sem violência, sem quase suar a camisa.

Não deixam o adversário jogar, são uns fominhas.

Falta espírito esportivo, "fair play", solidariedade, sei lá.

É muito irritante.

O Barcelona decretou o fim do futebol.

É a morte da emoção, do espetáculo, da caixinha de surpresas.

E tem gente que gosta!

Ainda bem que temos o Neymar, suas firulas inúteis e sua humildade vira-lata.

O cidadão ganha R$ 2 milhões por mês e declara que “aprendemos a jogar futebol”.

Não é comovente?

O Paulo Henrique Ganso não é obrigado a jogar assim.

Tem liberdade.

É independente.

Só joga quando tem vontade.

Isso é espetacular no futebol brasileiro.

Sempre uma surpresa.

O Elano só anda.

Craque é craque.

Uma lição para o mundo.

Que esse time espanhol fique lá na Europa decadente e seus campeonatos de dois times.

Não por acaso o Velho Continente está em crise, caindo pelas tabelas.

Tanto que nenhum time europeu jamais ganhou um Campeonato Brasileiro ou título da Libertadores da América.

Vocês são uns Fanfarrões!!!

Time de bosta...


Torcedor do Beşiktaş Jimnastik Kulübü...



Imagem: Action Images

Manuel Sérgio, um português que prova haver vida inteligente entre os analistas do futebol...



O todo é mais do que a soma das partes ou o jogo Barcelona-Santos.

O que Pep Guardiola aprende em seus encontros com Enrique Vila-Matas para enriquecer o jogo da equipe catalã.

Por Manuel Sérgio.

Por quatro golos, sem resposta; com duas bolas nos postes dos adversários; e 72% de posse de bola – o Barcelona “esmagou” o Santos, no jogo final do Mundial de Clubes. 

Porque me considero luso-brasileiro (não legalmente, mas pelo coração), eu fui, naquele jogo, que contemplei pela TV, um “torcedor” do Santos.


No entanto, findos os primeiros 45 minutos, já a superioridade do Barça era tão evidente, que não me restava senão aceitar desportivamente a derrota e refletir sobre as razões de tamanho desnível entre os dois clubes, incluindo entre os jogadores de maior valia técnica, o Messi e o Neymar: as rajadas impetuosas do Messi foram o corolário do dinamismo organizacional de uma equipa onde o todo é mais do que a soma das partes; a ineficácia do Neymar foi o resultado do trabalho de uma equipa onde o todo é menos do que a soma das partes.


Em qualquer complexidade sistémica, fomenta-se a relação todo-partes de modo que esta dialética permita a emergência de qualidades que, por si sós, nem as partes nem o todo possuem. 

O que era Barcelona, sem o Messi? 

Muitíssimo menos do que hoje é. 

O que era o Messi, sem o Barcelona? 

Igual ao Neymar!


Este, em entrevista televisiva, afirmou, convicta e humildemente, que o Barcelona acabara de dar ao Santos uma aula de bom futebol. 

E não só de bom futebol, mas também doutros temas que é preciso saber no futebol, como em qualquer outra área do conhecimento.


Entendo agora por que o escritor catalão Enrique Vila-Matas, um dos grandes escritores da atualidade, faz parte de um grupo de intelectuais que, periodicamente, se reúne com Pep Guardiola...

Não, não estou a dizer que o Enrique Vila-Matas sabe mais de futebol do que o Guardiola. 

Sabe menos! 

Mas da relação entre os dois (porque o futebol é uma atividade humana e não só uma atividade física) o Guardiola enriquece os seus conhecimentos do futebol e o Enrique encontra novos motivos (incluindo os estilísticos e os retóricos) para os temas da sua prosa.


Hoje, em qualquer comunidade científica, a multi e a interdisciplinaridade são procedimentos básicos. 

Por que o não são, na esmagadora maioria dos clubes de futebol? 

Porque se desconhece que só sabe de futebol quem sabe mais do que futebol (e de medicina quem sabe mais do que medicina e de direito quem sabe mais do que direito e de economia quem sabe mais do que economia, etc., etc.).


Não há área do conhecimento que não se desenvolva, sem uma sistemática relação com as demais áreas do conhecimento. 

A complexidade do real exige a complexidade do pensamento e da ação. 

E o futebol é bem mais do que a técnica e a tática.


Estou certo que o Pep Guardiola sabe tudo isto o que venho de escrever e acredito que já tenha tentado recriar o futebol que lidera, como trabalho que cria conhecimento. 

Há uma revolução a fazer no futebol.

Estou certo que já começou, no Barcelona. 

Se não laboro em erro grave: está prestes a começar no Sport Lisboa e Benfica de Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira e... Jorge Jesus!


“Todo o conhecimento, mesmo o mais físico, é uma produção bio-antropológica, social, cultural, noológica” (Robin Fortin, Compreender a Complexidade, Instituto Piaget, p. 241). 

Que o mesmo é dizer: no futebol, a preparação física depende dos grandes objetivos que animam a equipa.

O próprio jogador genial encontra-se em rede com os seus colegas. 

Compreende-se o Messi, sem o Xavi e o Iniesta? 

Mas também o todo é mais do que a soma das partes, se se desconhece o papel das emoções, no comportamento de uma equipa de futebol.


Ainda há pouco um aficionado do Barcelona me garantia que o seu clube apresenta uma indelével marca política (que não partidária): 

“O Barcelona, mais do que os ideais de um clube, representa os grandes anseios políticos da Catalunha”.

Talvez seja por isso que muitos dos jogadores que a publicidade mais idolatra, das outras equipas, pareçam viver num mundo fictício, convencional, artificial, gritando um clubismo declamatório e balofo, nos órgãos da Comunicação Social e saltitando nas revistas cor-de-rosa, de mãos dadas com jovens artistas (ou desportistas) de quem se contam grosseiras anedotas.


Ao invés, o Messi, o Xavi e o Iniesta, não sendo monges nem deixando de ter vida afetiva, dão bem a entender que, mesmo nas suas horas de ócio, não deixam de cuidar do seu “treino invisível”. 

De facto, fogem daquilo que não interessa, para brilharem (com luz inusitada) naquilo que verdadeiramente lhes interessa.


O Barcelona é a melhor equipa de futebol do mundo. 

E por que? 

Em primeiro do mais, porque, nela, o todo é mais do que a soma das partes. 

E aqui as partes não são só a técnica e a tática e o físico – mas também o intelectual e o moral. 

E até os aspetos epistemológicos, que o Pep Guardiola também já mostra entender.


*Antigo professor do Instituto Superior de Educação Física (ISEF) e um dos principais pensadores lusos, Manuel Sérgio é licenciado em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa, Doutor e Professor Agregado, em Motricidade Humana, pela Universidade Técnica de Lisboa.

Notabilizou-se como ensaísta do fenômeno desportivo e filósofo da motricidade. É reitor do Instituto Superior de Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares do Instituto Piaget (Campus de Almada), e tem publicado inúmeros textos de reflexão filosófica e de poesia.

Esse texto foi mantido em seu formato original, escrito na língua portuguesa, de Portugal.

Para interagir com o autor: manuelsergio@universidadedofutebol.com.br

terça-feira, dezembro 20, 2011

Exemplo que deveria ser seguido...





Acusado de envolvimento na manipulação de resultados para beneficiar apostas ilegais, o ex-jogador da Atalanta, Cristiano Doni, foi preso na Itália junto com outras 16 pessoas.

Ninguém é santo por lá, mas quem opta por desvios, acaba preso mesmo.

O alemão Vettel conquistou o coração das britânicas...



Imagem: Marca

Apenas para o meu esclarecimento...



Perguntar não ofende: Se o Tenente Coronel Djalma Beltrami da Policia Militar do Rio de Janeiro, comandante do sétimo batalhão em São Gonçalo aceitou propina de traficantes de droga, é licito imaginar que o árbitro Djalma Beltrami, pode também ter recebido favores de dirigentes de futebol?

Bola mascando chiclete...



Imagem: Picture Alliance

José Mourinho totalmente azedo...



Após a vitória do Barcelona sobre o Santos em Yokohama, o treinador do Real Madrid, como era de se esperar foi procurado pela imprensa espanhola para que emitisse sua opinião sobre o assunto.

Curto e grosso, José Mourinho deu a seguinte declaração:

“É muito mais importante ganhar a Liga dos Campeões que essas duas partidinhas. Em todo caso, felicito o Barcelona”.

É claro que Mourinho aproveitou para alfinetar seu rival, desqualificar a conquista e deixar escapar um pouco de sua irritação com mais esse sucesso catalão, mas para quem acompanha o futebol europeu, a declaração não assusta...

Na Europa o título de Campeão Mundial de Clubes nunca foi considerado algo tão grandioso assim.

A reação dos torcedores do Barcelona logo após o jogo mostra claramente satisfação, mas não, emoção.

A ironia em tudo isso, é que desde que a FIFA assumiu de direito e de fato a competição, a Europa a tem dominado.

Das oito edições do torneio, cinco foram ganhas por clubes do velho continente e três por sul-americanos.

2000 – SC Corinthians Paulista.
2005 – São Paulo FC.
2006 – SC Internacional.
2007 – AC Milan.
2008 – Manchester United.
2009 – FC Barcelona.
2010 – FC Internazionale.
2011 – FC Barcelona.

Made in Argentina...




Charge: Cazo

O mundo não é tão difícil de entender, quando subimos numa cadeira e olhamos por sobre o muro que nos cerca... O texto é longo, mas repito: esse blog é feito para quem gosta de ler.



O texto de Ranyeri Maciel Vítor Medeiros, que não conheço, é bastante esclarecedor para aqueles que consideram qualquer conhecimento sobre o futebol europeu, perda de tempo...

Talvez por isso, sempre que são surpreendidos, nossos arrogantes analistas ficam tentando arrumar esfarrapadas desculpas para minimizar a trombada.

Ontem me preparava para escrever sobre o assunto, quando em meio às dezenas de pesquisas que me obrigo antes de começar, deparei-me com o texto de Ranyeri...

Foi um belo achado, poupou trabalho.

Com um texto bem escrito, objetivo, leve e refinado, Ranyery descreve com exatidão tudo o que aconteceu na capital da Catalunha desde a chegada de Rinus Michels até os dias de hoje.

Faço apenas uma correção:

O que o mundo viu em 1974, não foi programado para acontecer na Alemanha.

O processo começa em 1965, quando Michels assume o comando técnico do Ajax de Amsterdam.

Ali, começou a montagem do viria a ser conhecido como “Futebol Total”.

De 1965 até a estreia da Holanda no mundial de 1974, Michels venceu de forma consecutiva com o Ajax, quatro campeonatos holandeses, três copas da Holanda, sendo duas delas também de forma consecutiva e a Taça dos Campeões da Europa – hoje, Liga dos Campeões.

Em 1973 já no comando do Barcelona, Michels conquistou o Campeonato da Espanha da temporada 73/74.

Aproveito para acrescentar um dado importante ao texto de Ranyeri...

O local onde o Barcelona implantou a filosofia trazida por Michels, chama-se La Masia...

La Masia é o centro de treinamento que produz os jogadores que irão vestir a camisa azul/grená...

Foi para lá que Messi foi mandado quando chegou à Espanha e foi lá que Piquet, Cesc Fábregas, Xavi, Iniesta, Pedro, Valdés e tantos outros deram seus primeiros passos.

La Masia custa milhões de euros, mas poupa outros tantos milhões.

Talvez por isso, Josep Guardiola tenha ficado tão assustado diante da falta de informação de quem lhe perguntou se o nível econômico do futebol europeu era o diferencial sobre o brasileiro e, respondeu: o custo do Barcelona é zero.

Bem, meu caro leitor, fique agora com o excelente texto de Ranyeri Maciel Vítor Medeiros.


Barcelona: uma cultura e identidade de jogo


Por Ranyeri Maciel Vítor Medeiros.


Quem nunca brigou de bobinho jogando futebol? 

O bobinho é aquele que fica dentro de um círculo tentando tomar a bola dos outros participantes.

Como em um carrossel, as pessoas vão se mexendo de um lado para o outro até que o bobinho tome a bola ou peça, como falamos aqui em Natal, ARREGO. 

Este tipo de filosofia técnica, do bobinho, pôde ser vista (de forma mais atenta) pela primeira vez, em 1974. 

Durante a copa do Mundo, o técnico da Holanda, Rinus Michels, programou um sistema onde os jogadores não tinham posições definitivas. 

Havia inversões de jogadas e posições. 

O jogador que começava a partida pela direita, poderia muito bem terminá-la atuando na esquerda.

Os adversários ficavam como verdadeiros “bobinhos” tentando encaixar a marcação. 

Uma pena a Holanda não ter sido campeã daquela copa. 

No entanto, Michels, deixou essa filosofia viva e passou o segredo para o seu pupilo Johan Cruyff.

Cruyff foi treinado por Michels na Seleção Holandesa, Ajax e Barcelona. 

Ao assumir o comando do Barcelona em 1988, Cruyff tinha como meta adotar o esquema que não rendeu o título à seleção Holandesa, mas encheu os olhos do mundo com o estilo de jogo elegante, rápido e deslumbrante. 

O Barcelona foi conquistando cada vez mais espaço no cenário mundial e, assim como seu maior rival, o Real Madrid, tornou-se um dos clubes mais vitoriosos do mundo. 

Mas ainda faltava algo para completar a cereja do bolo de um esquema tático tão envolvente e diversificado. Faltava torná-la no Barcelona uma filosofia de jogo. 

Um estilo próprio que, quando todos olhassem, saberiam qual clube estava jogando.

Em 2008, Josep Guardiola assumiu o comando do clube. 

Pep, como é carinhosamente chamado, foi treinado por Cruyff no Barcelona. Mentira! 

Não somente treinado, como também teve o Holandês como seu mentor e principal motivador e incentivador no aprendizado tático e técnico do jogo. 

Pep encontrou o clube que vinha de dois anos seguidos sendo derrotado pelo Real Madrid e algo precisava ser feito. 

A primeira coisa foi a de possuir mais jogadores vindos das canteras (categorias de base) em seu time. 

Ele não queria apenas criar um time, ele queria muitos mais do que isso. 

Queria fazer do time um exemplo para a sua cidade e criar, através do futebol, uma identidade para o povo Catalão. 

Nascido em uma das Províncias de Barcelona, logo adotou um esquema que modificaria totalmente a sua equipe. Montou um 4-3-3. 

Mas esse esquema não era nenhuma novidade. 

Claro que não! 

O que o diferenciava era a forma como os jogadores se portavam em campo. 

Com a liderança e ajuda do capitão Puyol, Pep pôde colocar dentro da cabeça dos jogadores que eles não jogavam apenas pelo clube, mas também por toda a nação Catalã. 

Uma filosofia de jogo! 

Com um time rápido, com troca de passes envolvente e versatilidade nas posições dentro de campo, logo em seu primeiro ano no clube, ele venceu todos, eu disse TODOS os campeonatos dos quais disputou. 

As equipes montavam uma marcação especial para um determinado jogador, em uma determinada área. 

Mas isso não era possível. 

A troca de posições era intensa. 

O passe era preciso demais e a finalização certeira. Começava a nascer o Carrossel Blaugrana (azul e grená cores do clube).

Com esse estilo inovador adotado por Pep, as equipes começaram a buscar antídotos para bater o Barcelona. 

Uns conseguiram de forma sofrida, como a Inter (Itália) em 2010. 

Outros não conseguiram nem ao menos entender o que se passava dentro de campo. 

O time agora tinha uma identidade. 

A maioria dos titulares eram nascidos na Catalunha ou em Províncias perto da mesma. 

A identidade com a torcida era notória. 

O Barcelona começava a incomodar pela paciência com a posse de bola. 

Para uns, um estilo chato de se ver, para a maioria, uma revolução. 

É como dizem os Argentinos: toque y me voy (toca e passa). 

Quando todos pensavam que nada mais poderia ser “inventado”, eis que surge a variação tática dentro do próprio campo. 

O time começava em seu habitual 4-3-3. 

Mas dependendo do adversário, Pep logo passava e pedia que seus jogadores invertessem de posições para um 3-4-3, 4-4-2, etc. 

É lindo assistir ao Barcelona jogar. 

Para quem é amante do futebol como eu, é de fazer dar boas gargalhadas dos bobinhos que se tornam os adversários quando o Barça possui a bola.

O maior exemplo disso ocorreu no último sábado (10/12/2011) durante o clássico contra o Real Madrid, jogo realizado em Madrid. 

O time começou no 4-3-3. 

Tomou um gol com 30 segundos. 

Muda tudo, agora é 3-4-3. 

Quando conseguiu empatar o jogo, mudou novamente, 4-4-2. 

A marcação do adversário simplesmente se perdia. 

Dos 11 titulares, 8 foram formados nas Canteras do clube. 

Pep não aperfeiçoou apenas um esquema que veio desde os tempos de Michels e passou pelo Cruyff. 

Ele tornou o clube, os jogadores, verdadeiras identidades da Catalunha. 

E o bobinho que antes era apenas uma brincadeira, agora ficou encarnado dentro de campo. 

Basta assistir aos jogos do Barcelona.



segunda-feira, dezembro 19, 2011

van Assaidi do Heerenveen, marcou o gol mais bonito que já vi... pena que não valeu.


Tudo muito calmo, tudo muito fácil...


Pepe Guardiola antes do jogo...



Durante a madrugada de domingo, nas horas que antecederam o jogo entre o Santos e o Barcelona, procurei ler algumas coisas sobre Pepe Guardiola e acabei me deparando com uma entrevista que ele concedeu ao Mundo Deportivo...

Mundo Deportivo: Muricy Ramalho afirmou que você só poderá bater no peito como técnico depois de ganhar um Brasileirão, disse o jornalista.

Guardiola: Ainda sou muito jovem, me deem tempo.

Mundo Deportivo: Por que você quer tanto ganhar esse mundial?

Guardiola: Na Espanha não se dá muito valor a esse torneio, mas chegar até aqui, é muito difícil. Para nossa equipe, será um grande mérito.

Mundo Deportivo: Em momentos assim, o que você costuma dizer a sua equipe?

Guardiola: Digo sempre aos meus jogadores que eles podem perder; por isso, correm tanto atrás da vitória.

Mundo Deportivo: Neymar terá uma atenção especial?

Guardiola: Neymar é um garoto tecnicamente muito bom, mas não temos que nos ater a ele e sim, a bola... sem a bola não há Neymar.



Volvi Rafael...



Imagem: Diário AS

Se o resultado for menos de quatro, algo saiu errado...



Quase uma semana antes, dei a meu filho a seguinte resposta quando ele me indagou sobre as possibilidades do Santos conquistar o Campeonato Mundial de Futebol da FIFA: nenhuma.

- Mas pai, o senhor não está levando em consideração o imponderável?

- Não, não estou... se eu entrar num ringue contra o Brock Lesnard, a única coisa imponderável que irá acontecer é sair de lá sem nenhum osso quebrado, mas certamente, nunca mais saberei quem fui e quem sou...

E, é bem provável que jamais consiga ir a lugar algum.

- Mas me desculpe pai, com seu preparo físico, as centenas de cigarros e os galões de Coca-Cola, eu mesmo faço isso sem precisar de muito esforço (risos)...

- É verdade (risos)...

- O senhor está exagerando...

- Não, Alexandre... se o Barcelona fizer menos de quatro gols, alguma coisa deu errado.

- Está bem, domingo nos falamos.

Na sexta-feira, voltei da festa de confraternização da TV Universitária com Aílton Medeiros e como era de se esperar, a final do mundial veio à baila...

- Quando Ailton me perguntou a mesma coisa que o Alexandre havia perguntado, não titubeei e repeti a mesma frase: se o Barcelona fizer menos de quatro gols, alguma coisa deu errado.

Ailton então fez um longo discurso patriótico, me fuzilou com os olhos e no final, com um sorriso debochado disse: domingo nos falamos.

Falei com os dois há pouco...

Alexandre apenas disse: o senhor estava certo, mas o Aílton concordou com a superioridade catalã, mas novamente fez um longo discurso cujo tema foi à falta de garra dos santistas.

- Amaral, o Santos não honrou a camisa do Santos e suas tradições...

- Aílton, ninguém mais na história, honrou tanto as tradições e a história de sua gente que Leônidas e, ainda assim, ele seus 300 companheiros foram trucidados nas Termópilas.

Desligamos.


Buenas noches Japón, Buenos días Brasil...



Imagem: Diário AS