sexta-feira, dezembro 04, 2009

África do Sul 2010 - Grupo H




Espanha


O treinador espanhol Vicente Del Bosque declarou logo após o sorteio: “Não há razão para ficarmos eufóricos e nem tão pouco para lamentarmos”...


O goleiro Iker Casillas disse: “a Espanha tem a obrigação moral de passar de fase”.


O site “AS.com”, foi sintético em sua manchete: “Suíça, Honduras e Chile...


O site “Mundo Deportivo” da Catalunha estampou a seguinte manchete: “Bom sorteio, depois oitavas mortais”.


O site “Marca.com”, seguiu a linha do "Mundo Deportivo" em sua manchete: “Um grupo fácil, um cruzamento mortal”...


A razão é simples se passar da fase classificatória em primeiro, a Espanha pega o segundo colocado do Grupo G, se for segunda, a Espanha pega o primeiro do Grupo G – o Grupo G, é o Grupo do Brasil.





Suíça


Na Suíça, o “Tribune de Genéve, publicou o a seguinte chamada: “A Suíça começa o mundial contra a Espanha”.


O Blick de Zurique publicou a declaração do técnico da seleção Suiça, o alemão Hitzfeld: “Poderia ter sido pior”.





Chile

Em Santiago, o “La Nacion” foi simples: Chile com Espanha, Suíça e Honduras.




Honduras

Em Honduras o jornal “La Prensa” de San Pedro Sula, colocou em sua Manchete: “Honduras abrirá o mundial contra o Chile”


O jornal “La Tribuna de Tegucigalpa, foi sucinto: “Honduras diante da favorita Espanha”.


Do blog:

A Espanha passa fácil, depois terá que mostrar o que foi fazer na África do Sul.


Suíça e Chile disputam a segunda vaga, na minha opinião, os suíços tem uma ligeira vantagem.


Honduras participa, mas pode fazer um graça e aí, complica a vida de alguém (Suíça e Chile, são favoritos para serem vítimas de um "brincadeira" hondurenha).

Ops, esqueci a bola...

Imagem: Picture Alliance

Esse blog é para quem gosta de ler e de ver figurinhas...

Um leitor acaba de me mandar um e-mail, reclamando que meus textos são longos...


Ele tem razão, alguns, são sim!


Peço desculpas, mas os livros também são longos e foi com eles que aprendi a escrever.


Por outro lado, esse blog não disputa a primazia de informação, é um blog e não um jornal!


Para finalizar, esse blog é feito para quem gosta de ler e ver figurinhas, por isso existe as fotos...


Fotos que, aliás, tive a primazia de postar, antes do Fernando Amaral FC, aqui em Natal, ninguém postava fotos (basta verificar a data da primeira postagem do Fernando Amaral FC e depois, checar os outros)

Você se mexeu, não adianta negar, eu vi...

Imagem: Picture Alliance

Culpar o sistema é absolver os homens e inocentar suas vilanias...

Quando gestava esse texto, pensei em “pinçar” alguma frase clichê de algum filósofo ou sociólogo para emoldurá-lo e ampará-lo...


Sentei, pensei, folheei alguns livros e finalmente encontrei.


Eram razoáveis, não perfeitas, mas encaixadas no lugar correto, dariam credibilidade e consistência intelectual as linhas seguintes e ao ponto final.


Porém, havia um pequeno problema, quase nada havia lido da farta obra dos escolhidos e, me senti como aquele sujeito que na década de setenta, após folhear algumas páginas do livro “Eram os Deuses Astronautas” de Erich Von Dänikem, passava horas a “despejar” lorota embalada de pseudo-intelectualidade místico-religiosa, como arma de sedução, diante de embevecidas e apalermadas moçoilas, ansiosas por “rebeldes”, “contestadores” e “místicos” de qualquer matiz (diga-se de passagem, Dänikem nunca teve culpa se seus livros e textos foram e são deturpados pelos analfabetos funcionais de ontem, de hoje e de sempre).


Então, resolvi desistir de usar as frases, pois “a fraude intelectual” é a pior das fraudes: faz o fraudador acreditar em seu gênio, pois não haverá de faltar idiotas dispostos a aplaudi-lo e transforma o idiota em caixa de ressonância da farsa pseudo-erudita.


Então, vou de Fernando Amaral mesmo...


Pois bem, nesse momento, diante dos lamentáveis fatos ocorridos nas diversas camadas do campeonato brasileiro de futebol, me vejo diante do “teorema da Tostines”...


“Tostines vende mais por que é fresquinho ou é fresquinho por que vende mais”?


No caso, seria a seguinte a formulação do teorema: “O sistema de pontos corridos, proporciona a malandragem ou a malandragem se aproveita do sistema de pontos corridos”?


Qualquer resposta dada ao “teorema da Tostines”, assim como qualquer resposta dada ao teorema que proponho, será correta, mas...


O sistema de pontos corridos foi estabelecido na Inglaterra em 1888, quando da realização do primeiro campeonato nacional profissional do planeta e, desde então, a liga inglesa mantém a formula (121 anos).


Qual a razão desse sistema?


Lógica pura e simples.


Se não vejamos: se o critério para se avaliar a desempenho é o acumulo de pontos, como seria possível, declarar vencedor um clube com um número menor de pontos?


Entenderam?


Britânica lógica, of course.


E esse sistema é hoje usado em todo o mundo?


Não!


Alguns poucos e raros países ainda cultuam os torneios nacionais e não campeonatos nacionais...


Há uma sutil diferença entre uma coisa e outra, mas ela existe...


Um campeonato reúne um determinado número de equipes que jogam entre si e cujo objetivo é através do acumulo de pontos, conquistar o titulo de melhor competidor.


Um torneio começa com um determinado número de equipes, divididas em chaves onde os participantes acumulam pontos visando alcançar a fase seguinte...


Porém, ultrapassada a fase classificatória, os pontos acumulados são “apagados” e todos os classificados passam a ter as mesmas condições – significa que o vencedor será aquele cujo desempenho é medido pela performance pontual e não geral.


Alguém dúvida que o Brasil em 50 e 82, a Hungria em 54, a Holanda em 74 e 78, a Suécia em 94 e tantas outras seleções, perderiam a disputa daquelas copas, se ao invés de um torneio, tivessem disputado um campeonato?


Em 1950, o Brasil vestiu-se de arrogância e quebrou a cara...


Em 1982, mais uma vez faltou humildade para perceber o momento de segurar o jogo e o resultado todos conhecemos...


A Hungria, cheia de empáfia, escalou Puskas machucado e jamais considerou a possibilidade de perder o jogo para a Alemanha – perdeu!


A Holanda em 74 manteve o mesmo “modus operandi”, diante de uma equipe forte, bem estruturada e que a observou durante toda a competição – perdeu!


Em 78, um “erro de calculo” de Resenbrinck, fez com que a bola tocasse a trave aos 44 minutos do segundo tempo – o resultado do “erro” foi à perda do título!


Em 1994 nos Estados Unidos, a Suécia tinha a melhor equipe, mas saiu do campeonato em função de um erro de seus zagueiros que permitiram que o pequenino Romário estivesse livre, leve e solto onde jamais poderia estar.


Em todos os países afetados por esses fatos, o grito era um só: “INJUSTIÇA”!


Não foi!


A Copa do Mundo é um torneio e como tal, o que está em jogo é o "momento" de cada um e não, sua regularidade.


Vocês já perceberam que não necessariamente, um técnico vencedor numa Copa do Mundo, obtém o mesmo sucesso num campeonato de pontos corridos?


Façam um levantamento e depois me contem.


Portanto, a velha Inglaterra foi perfeita ao criar o tal sistema para chegar aos vencedores de seus campeonatos – tão perfeita que mesmo países que jamais tiveram pelos ingleses nenhuma simpatia, adotaram.


A MSL (Major Soccer League) americana, não é um campeonato, é um torneio, assim como todos os outros esportes no país...


Recordem que nos Estados Unidos não existe acesso e nem decesso – lá o esporte é elitista e estanque.


O México seque os padrões americanos, mas existe acesso e decesso.


E, sobre a “malandragem” hoje tão em voga por aqui?


Sim, o sistema de pontos corridos proporciona a utilização da malandragem, assim como a malandragem se aproveita do sistema...


Mas é o sistema o culpado?


Não mesmo...


São os malandros...


Culpar o sistema seria o mesmo que culpar os carros pelos acidentes, ou os revolveres pelas mortes...


Motoristas burlam as regras e aí, matam e morrem...


Pessoas apertam gatilhos e aí, matam...


Malandros existem em todos os lugares, falam todas as línguas, mas em alguns países são trados com condescendência e até atraem admiração.


No Brasil, somos assim, somos frouxos e se o malandro e a malandragem nos beneficia, aplaudimos entusiasticamente.


Agora mesmo, Natal vive o drama de Amity, a pequena cidade onde se desenrola o filme Tubarão (1975)...


Alertado pelo xerife local (Roy Scheider), sobre a presença de um enorme e voraz tubarão nas águas das praias que banham a cidade, o prefeito nega-se a interditar o banho, temendo a fuga dos turistas e a conseqüente perda de divisas – o resultado disso foi um delicioso (para o tubarão é claro) período de refeição a base de turistas, que só terminou com a morte do gigantesco animal.


Aqui, temendo prejuízos e perda de dinheiro para os organizadores e cofres da municipalidade, as autoridades (o vice-prefeito por coincidência é um dos donos da festa) fizeram ouvidos moucos para o alerta das autoridades médicas e mantiveram o Carnatal, mesmo com o vírus H1N1, grassando pela cidade...


Em Brasília, o governador Arruda, é flagrado numa mutreta por câmeras de vídeo e candidamente, diz que o dinheiro era para comprar panetones...


O Presidente da República vê os vídeos e cinicamente diz: “as imagens não falam por si só”...


Entenderam?


O futebol é o espelho da sociedade e, se a sociedade é passiva, frouxa e conivente com a malandragem, ela irá prosperar até consumir tudo a sua volta...


Encerro com duas opções: uma, de um tempo onde os homens tinham noção de honra e a outra, uma paródia, onde o autor mostra o cinismo que tomou conta de todos nós.


“Mas não basta para ser livre ser forte, aguerrido e bravo; povo que não tem virtude acaba por ser escravo”.


(Trecho do hino do Rio Grande do Sul – letra de Francisco Pinto da Fontoura)


“Caiam mil homens a minha esquerda e dez mil a minha direita, não serei atingindo, pois terei em minha mão uma AK47 e sobre meu corpo um colete a prova de balas”


(Oração do malandro para São Bezerra da Silva – paródia de Alexandre Erhardt)


Escolham, mas, por favor, não culpem sistemas, culpem pessoas.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Franz Beckenbauer e Paul Breitner no carnaval alemão de 1973...

Imagem: Imago

Cativando amigos além fronteiras...

Não é obra da direção do Flamengo e nem foi encomenda do seu Departamento de Marketing, é obra de um homem – para mim, um desconhecido, mas não há como não considerar que o cara “matou a pau”.

Descobri o no Blog do Birner.


O nome do sujeito é Leandrade (da para perceber que seu pai era “urubu”, pois é fácil perceber a junção de Leandro – lateral direito e Andrade – volante), é músico e teve uma idéia genial.


Transformou o Hino do Flamengo em Flamengo’s Antehm (criou um versão em inglês e um arranjo bem ao estilo britânico) e se a direção do Flamengo tiver “tico e teco” em perfeito funcionamento, vai encampar a idéia, botar o bloco na rua e sair mundo a fora, divulgando.


Quem sabe, não consigam emplacar uma faixa no disco "The Football Hits", disco gravado anualmente na Europa e que contém, os melhores cantos de torcida e hinos de clubes de futebol.


No player a esquerda da página, tenho feito o upload de alguns.


Enquanto isso, uns bobocas por aqui, continuam a pregar que o que interessa, é saber o que acontece no fundo do quintal.


Parabéns ao Leandrade e tomara a direção do Flamengo se toque...


Afinal, a Gazprom, a Sony, a Vodafone e as grandes empresas do mundo, estejam onde estiverem, falam inglês e não estão nem aí para essa bobagem de “coisa da terra” – querem lucro e lucro não tem pátria e nem língua.




Em 1973, o Bayern de Munique já sabia o que era marketing... Canecas com a imagem de Beckenbauer.

Imagem: Imago

Andrade merece e isso ninguém pode negar...

Andrade, Adílio e Zico, um trio que dava calafrios em qualquer um que não fosse Flamengo...


Zico foi quem mais se destacou – era o maestro que conduzia a orquestra...


Adílio, infelizmente não conseguiu a projeção pós-futebol...


Andrade era a antítese do volante, sabia jogar, tinha técnica, fazia lançamentos e era parte fundamental no trio que encantou os rubro-negros e desesperou a todos nós, os não flamenguistas.


Sua carreira foi longa e profícua, foi cinco vezes campeão brasileiro – quatro com o Flamengo e uma com o Vasco da Gama...


Andrade ao encerrar sua vida futebolística tornou-se técnico e domingo, deve conquistar mais um título brasileiro de futebol.


Andrade merece e merece por tudo que o que passou até chegar onde está.


Como técnico, foi relegado à condição de tapa buraco, suas oportunidades só surgiam quando a nau fazia água e a grana era curta para medalhões.


Esse ano foi assim e, lá estava Andrade pronto e disponível.


Com sempre aceitou, sem mágoas, sem exigências e sem lamentações...


Aceitou e fim de papo.


Porém, no meio do caminho quase foi substituído, queriam um nome mais ilustre, mais brilhoso, mais afeito a afetada direção rubro-negra (que de popular nada tem, são todos parte da elite de Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca e afins)...


Andrade balançou e só não caiu, porque os jogadores pediram sua permanência e “fecharam” com ele...


Sabia decisão.


Domingo, Andrade deve levar para casa, sua sexta faixa de campeão e, por mais que isso venha a doer, será justa e ficará em boas mãos, pois inegavelmente, o Flamengo de Andrade, joga hoje o futebol mais vistoso da Série A.


O resto é recalque e recalcado, por sorte não sou!

Que árbitro feio!

Imagem: Imago

Olha quem vem para o jantar, os mesmos de sempre!

Tenho acompanhado através dos jornais e dos blogs as últimas contratações de nossas equipes para o campeonato estadual de 2010: “nada de novo no front”; é a dança dos mesmos, é o fico de quem não tinha mesmo para onde ir...


Mas não considerem a frase acima como uma critica, não é!


É apenas a constatação de nossa extrema fragilidade econômica.


É a prova de que nosso estadual serve apenas de intervalo, como um lanche consumido às pressas, na tentativa de aplacar a fome que se antecipou ao horário do jantar.


Por falar nisso, Paulo Moroni vai treinar o América – bom sujeito, letrado e capaz, mas por razões que desconheço, ainda não conseguiu decolar – sua “praia” se resume ao Piauí e ao Rio Grande Norte.


É outro que fica sempre na “gaveta” onde nossos dirigentes guardam os nomes para as entressafras.

Franz Beckenbauer em 1967, brincando de piloto de Kart...

Imagem: Imago

A LDU, mais uma vez dobra o Fluminense no Maracanã...

A vitória do Fluminense ontem frente à LDU (Liga Deportiva Universitária) do Equador por 3x0, de nada serviu em relação à Taça Sul Americana de Futebol – a LDU é a campeã!


Insisto e repito, faz tempo que equipes brasileiras não assustam mais ninguém...


Vivemos da velha e boa seleção.


Mas, os 3x0, mostraram que o tricolor carioca, tem feito das tripas coração em busca do tempo perdido e que, conseguir evitar o rebaixamento para a Série B, é possível e merecido.

Depois dessa, é melhor começar a pensar numa boa desculpa...

Imagem: Picture Alliance

O projeto é válido, mas precisa conseguir apoio junto ao empresariado...

O projeto “Fábrica de Craques” do América Futebol Clube, é uma ótima idéia, mas não é para mim, nenhuma novidade...


No saudoso TVU Esporte, o Professor (com maiúscula por ser ele maiúsculo) Horacio Accioly costumava falar sobre a possibilidade de clubes, secretarias, federações e entidades esportivas, conseguirem aprovar projetos iguais...


Aqui mesmo nesse blog, fui o primeiro a tocar no assunto – postei sobre projetos idênticos que clubes grandes como São Paulo, Santos, Minas Tênis Clube e tantos outros haviam encaminhado ao Ministério dos Esportes e que, ou estavam em andamento, ou já rendiam frutos – o projeto “Meninos da Vila” é um deles.


Aliás, foi quando tomei conhecimento que o América estava seguindo o mesmo caminho e que, a direção do clube estava empenhada em repassar todas as informações possíveis para viabilizar a idéia.


Ponto para o América!


Porém, antes que torcedores e leitores desatenciosos, comecem a imaginar rios de dinheiro vertendo para os cofres dos clubes por causa do projeto, é bom esclarecer que a aprovação pelo Governo Federal, através do Ministério dos Esportes, apenas concede a renuncia fiscal e não, o repasse de dinheiro público para nenhum clube ou entidade.


Para conseguir o dinheiro, o América terá que vestir sua melhor roupa, passar um perfume, procurar as empresas, apresentar o projeto e esperar que os empresários procurados, se sensibilizem com o projeto e faço aquilo que todos esperam: ao invés de “dar” o dinheiro para o governo, através dos impostos, dêem para os clube e depois, abatam junto a Receito Federal.


Portanto, funciona assim: o América saí para vender a idéia, o empresário ouve, analisa e se achar que vale a pena, “compra” – então, no fim do ano, apresenta o recibo ao fisco e tudo está resolvido.

Deve ter sido o máximo - Basta olhar o minutos para perceber quanta emoção.

Imagem: Imago

Maurício Pantera, só descobriu agora...

O atacante Mauricio Pantera declarou ao Jornal de Fato de Mossoró, que o Baraúnas não paga a ninguém...


Declarou também, que João Dehon, homem forte do clube, não atende as suas ligações, evitando assim, a cobrança por parte do jogador...


Pantera que já é veterano, só agora descobriu a pólvora...


O duro é saber quem paga, pois quem não paga é fácil: a maioria absoluta.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Vamos esquecer tudo o que o treinador disse; assim, vamos poder vencer!

Imagem: Picture Alliance

Publicado no blog do Juca Kfouri - Airton Gontow, um jornalista gaúcho que honra a profissão e respeita seu clube...

Por AIRTON GONTOW*


Aconteceu na manhã de ontem, 29 de novembro, no mercado ver-o-peso, na bela Belém do Pará.


No último dia de uma rápida viagem a trabalho, encontrei tempo para fazer compras pessoais e, claro, procurar alguns presentinhos para a família.


Ao chegar a uma banca de bolsas, vi que havia duas interessantes.


Uma era colorida e muito bonita.


E tinha a cara da minha mulher!


A outra, embora também tivesse lá a sua beleza, era menos encantadora e, definitivamente, não fazia o estilo da minha esposa!


Infelizmente, um jornalista – o jovem repórter Rafael Seixas, do jornal "A Crítica", de Manaus, chegou um pouco antes.


O rapaz descobriu as duas bolsas e decidiu que levaria uma. Olhou para mim e disse: "Eu não tenho bom gosto para este tipo de coisa.


Qual você acha mais bonita?"


Meu coração bateu forte.


Pensei em dar a resposta errada.


Dizer que a mais bela era justamente a bolsa que eu não queria levar.


O presente era para a mulher!


Olhei para o repórter amazonense e disse, ainda que com dor no coração: "a mais bonita, sem dúvida, é a colorida."


Por que eu disse a verdade?


A resposta é simples e até óbvia: porque era o correto, independente do meu desejo.


Penso nesta pequena história vivenciada ontem diante do dilema de qual deve ser a atitude do meu Grêmio no decisivo jogo de domingo, contra o Flamengo, no Maracanã: o Grêmio deve entrar com o time titular contra a equipe carioca, lutar com todas as suas forças para empatar ou ganhar e, indubitavelmente, dar o título de campeão brasileiro ao grande e tradicional adversário?

Ou deve entregar o jogo para não ajudar a dar mais uma glória ao terrível e centenário rival?


Para mim não há discussão.


O Grêmio deve jogar com toda a sua tradicional garra e matar-se em campo em busca da vitória, ainda que o Inter conquiste pela quarta vez o título brasileiro.


Não importa que o Inter tenha jogado com o time reserva no ano passado contra o São Paulo, ainda que em contexto completamente diferente, já que disputava simultaneamente a taça sul-americana; não importa que o diretor Fernando Carvalho, não bastasse à trapalhada que fez no ano passado, com a história do vídeo denúncia, já tenha voltado a falar bobagens; não importa que, com mais essa conquista, o colorado gaúcho aumentará consideravelmente o seu já espantoso número de associados, venderá mais camisetas e diminuirá a desvantagem que tem em número de torcedores em relação ao Grêmio.


Não importa nem mesmo a opinião momentânea da maioria da torcida gremista, que é favorável à entrega da partida.


O Grêmio deve buscar a vitória ou empate contra o Flamengo porque – apenas isso – essa é a atitude correta.


Independentemente dos nossos desejos e sentimentos.


Como gremista, só detesto o Internacional porque o respeito como adversário.


E certamente há apenas um time que respeito mais que o grande rival.


Este time é o Grêmio.


E por respeitar o meu imortal tricolor exijo a dedicação total na partida do Maracanã.


Além disso, convenhamos, mesmo com o quarto título brasileiro os colorados não vão poder se vangloriar por estarem em vantagem em relação ao Grêmio.


Terão quatro Brasileiros e uma Copa do Brasil contra dois títulos do Brasileiro e quatro Copas do Brasil gremistas.


E uma Taça Libertadores contra duas do Grêmio.


Os colorados gostam de tripudiar em cima das quedas gremistas para a segunda divisão do país, mas é justamente aí que mora a principal diferença entre os dois grandes clubes do Rio Grande do Sul.


Por maior que seja, o Internacional não tem a dimensão épica gremista.


Não tem a incrível história do goleiro Eurico Lara.


Não tem títulos importantes conquistados no estádio dos adversários.


Não tem a Batalha dos Aflitos.


O que poderia ser desonra, para nós, gremistas, é motivo de filme!



Que outra torcida no mundo tem, no fundo, mais orgulho de uma inacreditável conquista na Segunda Divisão arrancada com sangue, suor e lágrimas, com sete jogadores, em um acanhado de Recife, que do título mundial, conquistado em Tóquio?


O jogo do Maracanã, com todos seus dilemas, poderá ser uma nova Batalha dos Aflitos na memorável e história gremista.


Vencer e dar o título ao maior adversário, apesar da maior rivalidade do país, segundo votação recente entre jornalistas esportivos de todo o Brasil.


A dor de ser digno e dar o título ao inimigo.


A tristeza de ouvir os rojões colorados infernizando durante toda a noite o sono dos gremistas.


A tristeza – e o orgulho – de ser um Cirano de Bergerac.


Ajudar o rival na conquista da mulher amada.


Com digna e bela melancolia.


É preciso lutar – com garra e espada mosqueteira no Maracanã.


É melhor não dormir devido ao barulho ensurdecedor dos vermelhos, do que ter o sono estragado pela vergonha de não ter jogado com dignidade.


É melhor aguentar o rival que sucumbir aos nossos mais primitivos anseios, como o de "entregar" a partida.


Que atender ao grito desesperado e irracional da maioria.


Vamos fazer o que é certo, Grêmio!


Melhor assim, que ver-o-peso doendo na nossa consciência e manchando nossa história épica e inigualável.



Upa, upa cavalinho...

Imagem: Val Dragu

O bloco do eu sozinho...

Nos meus tempos de Rio de Janeiro, existia uma frase que era muito usada para identificar uma pessoa que abraçava uma causa, sem contar com nenhum apoio, ou que saia para as noitadas absolutamente “alone”...


Quem assim agisse, era logo identificado como membro do “bloco do eu sozinho”...


Muitas vezes na minha vida, “saí nesse bloco” e ainda hoje costumo fazê-lo.


No colégio Dom Bosco em Brasília, vivi minhas primeiras experiências no tal bloco...


Como era de se esperar, tínhamos duas vezes por semana aulas de religião, ministradas pelo Padre “Bututinha” – apelido carinhoso que os alunos que por ele passaram lhe deram e que, era confirmado a cada ano, pelas turmas subseqüentes.


Padre “Batutinha” era franzino, pequenino, de origem belga e que mesmo estando a mais de cinqüenta anos no Brasil, não havia perdido seu sotaque pesado e arrastado da valônia francófona, que ele orgulhosamente grafava no quadro negro como Wallonië, ao se apresentar a cada início de ano.


Culto, competente, eficiente e dono de uma bondade e de uma paciência santa, Padre “Batutinha” foi meu primeiro amigo, apesar de nossas divergências quando o assunto era fé.


O velho costumava me chamar em sua sala e me ajudar em matérias como matemática (minha eterna e incansável inimiga) e não raro, usava o recreio para corrigir meus enganos em história e geografia, matérias que sempre me fascinaram...


Mas também, me passava violentos carões, acompanhados de um gestual nervoso e melodramático, quando minhas freqüentes perguntas sobre questões religiosas o deixavam constrangido.


Lembro de uma vez, quando ele falava da vida eterna e eu o interrompi e perguntei: “Padre, se a morte é o único meio de todos nós chegarmos ao reino celestial, por que é que as pessoas a temem tanto”?


Silencio...


Inadvertidamente continuei: “Se morrer é ir para junto de Deus, por que as pessoas choram ao invés de comemorar e se alegrar com isso”?


A régua partiu-se sobre a mesa, após a forte pancada dada por ele e à aula foi encerrada.


Quando me levantei para sair, fui parado pela ordem: fique!


Sentei e antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa, o céu desabou sobre mim – começou num tom conciliador e dito num português afrancesado, mas logo se transformou numa tempestade de palavras gritadas que felizmente não consegui entender, pois nervoso e descontrolado, Padre “Batutinha” só conseguia se expressar em francês.


Dali em diante, abstive-me de perguntar e quando ele fazia qualquer questionamento e me olhava, eu balançava a cabeça em sinal de concordância – era inútil discutir com ele, e depois, não valia à pena, passar pro intermináveis e torturantes minutos de violenta e ameaçadora verborragia, numa língua estrangeira.


Hoje, me lembro dele com saudade...


Lembro que ele me defendeu ardorosamente na reunião de diretores e mestres, quando o colégio decidiu que era impossível conviver com um rapazola que contestava constantemente os ensinamentos das aulas de religião – foi voto vencido, mas não temeu contrariar seus superiores, na defesa do seu aluno “problema”.


Padre “Batutinha” nos ensinou o que significava “onisciência” – sempre sabia quem colava nas provas...


Mostrou a força da onipresença – sempre descobria os lugares onde nos escondíamos para fumar...


Soterrou-nos com sua onipotência – seus nãos eram irrevogáveis e suas decisões inquestionáveis.


Quando ele morreu aos 90 anos, eu já tinha 20 anos e haviam se passado três anos de minha “mudança forçada” de colégio, mas fui ao seu velório, toquei suas mãos, beijei sua testa e chorei por um longo tempo segurando suas mãos – havia perdido um grande amigo e um bom conselheiro.


Hoje, seu corpo repousa em Namur, na Bélgica, ao lado de seus ancestrais.


É dele uma frase que acho adorável e que define seu caráter – uma vez numa conversa na lanchonete, Robério, em tom de provocação perguntou: “Padre o senhor é Belga, o símbolo da seleção da Bélgica é o Diabo, como o senhor não se aborrece com isso”?


Padre “Batutinha” sorriu e depois, sério disse: “nós o convertemos há muitos anos, ele só mantém aquele aspecto e aquela cara feia, para assustar os pagãos do leste e do norte...


Ele se referia aos alemães e aos holandeses.


Pois bem, seguindo a mania do bloco do eu sozinho e da contestação, vou opinar sobre os destaques do ano no futebol do Rio Grande do Norte...


Ah, mas dessa vez no bloco vão dois: eu e Lupercio Luiz, ambos abraçamos a mesma causa.


ASSU e Alecrim são os clubes...


Centenário de Pau dos Ferros merece a menção honrosa...


Hugo Sales, o treinador – venceu os grandes na primeira divisão e não tomou conhecimento dos pequenos na segunda.


Francisco Diá divide as honras com Sales – Transformou um time comum, montado com jogadores parados, em uma equipe aguerrida e competitiva e, depois, pegou um barco furado, sem rumo e sem comando, e injetou um mínimo de dignidade num grupo dividido e, os fez recuperar o que propositalmente haviam jogado fora, quando decidiram derrubar um treinador.


José Vanildo é o dirigente – Vanildo deu respeitabilidade e decência à federação, excluiu os filiados fantasmas, aboliu o rastejar na CBF, pelo pleitear, defendeu o futebol numa solenidade, diante de uma prefeita atônita pela franqueza e crueza de suas palavras, investiu na modernidade e queiram ou não, foi o responsável direto pela costura que resultou na vitoriosa campanha do Alecrim na Série D.


Por fim, Vanildo deve conseguir o que muitos tentaram e não conseguiram: trazer a ALE/SAT, para dentro do futebol do Rio Grande do Norte.


Como?


Com um projeto consistente e com o apoio certo.


Ah, antes que alguém diga que minha posição em relação a José Vanildo se deve ao fato de eu estar à frente da editoria do site da federação, digo o seguinte: o que recebo para tal serviço, não me permite viajem mais longa que ir e voltar a Mossoró no mesmo dia, pois se ficar para dormir terei que pedir abrigo na casa do Lupercio ou do Accioly, pois não dá para pagar o hotel.


Sobre os craques, nada a declarar...


Como chamar de craques aqueles que rebaixaram um time e quase rebaixaram outro?

terça-feira, dezembro 01, 2009

O título já diz tudo...

Imagem: Blog do Paulinho

Para quem usa como fonte de inspiração, cuidado, muito cuidado!

Abaixo, os leitores podem dar uma passada d’olhos num um trecho da matéria sobre o treinador Francisco Diá, publicada no prestigioso, bem informado e confiável site, “Futebol Interior”...


Pois bem, para quem nunca ouviu falar em Diá e no Rio Grande do Norte (deve ser o caso do autor da matéria) a parte dedicada ao histórico do treinador, será “digerida” como verdade e repassada boca a boca como tal...


Infelizmente, é tudo mentira, tudo obra de um inepto que comandado por um editor tosco, levou os milhares de incautos que lêem o site a crer em invencionices desnecessárias.


Diá não precisa disso, não necessita de um currículo fantasioso e nem tão pouco, merece desembarcar em São Paulo, apoiado numa farsa.



Histórico


Muito conhecido principalmente no Rio Grande do Norte, Diá acumula títulos no Nordeste. No Rio Grande do Norte, ele conquistou os campeonatos estaduais de 2000, com o Corinthians, de 2006, com o Baraúnas e de 2009, com o Assu, e também a Copa RN de 2009, com o Santa Cruz.



Na Paraíba, sagrou-se campeão estadual em 2004, com o Campinense. Também já conquistou o Campeonato Cearense, com o Fortaleza. No futebol paulista, Diá também já obteve glórias. Em 1999, ele foi campeão da Série C do Campeonato Brasileiro, comandando o União Barbarense.

Esta é capa do jornal oficial do Corinthians... Nojo!

Imagem: Blog do Juca Kfouri