Fui, creio eu, um dos poucos, talvez o único, que desde o início questionei o tão decantado elenco americano...
Diziam, repetiam e martelavam incessantemente que o América tinha o melhor elenco...
Que seus jogadores eram os mais qualificados tecnicamente e blá, blá, blá...
É claro que entendo a posição dos defensores da tese do melhor elenco – no papel, tudo levava a crer que tinham razão – os nomes eram em sua maioria conhecidos e isso, tem um peso, quando se faz uma analise ancorada no imediato.
Hoje, creio ter sido melhor dar um tempo, ver alguns jogos e esperar que as mudanças no comando técnico do time, acabassem por fazer aparecer essa tal qualidade...
Jamais aconteceu!
Primeiro Moroni era “covarde”, retranqueiro, medroso e blá, blá, blá...
A imprensa exigia um tal de padrão de jogo, mas nunca conseguiu conceituar esse tal padrão de jogo...
Cobrava uma tal postura tática, mas também, sem conceituar o que isso significa...
Tudo isso, dito num tom professoral e convicto era reverberado pelo torcedor...
Lá se foi Paulo Moroni.
Pensei então, talvez eu esteja sendo muito radical, talvez seja melhor rever meus conceitos e seguir os flautistas de Hamelin, mas lembrei o triste fim dessa estória e esperei...
Chegou Moura, os resultados davam para o gasto e Moura fazia o que podia com o “melhor elenco do campeonato”, mas aí...
As cornetas substituíram as flautas e Moura também passou a ser questionado...
Falta perfil a Moura...
Falta pulso a Moura...
Falta experiência a Moura e como não podia deixar de ser, falta a Moura, vontade de ser treinador.
Se o leitor reparar bem, verá que todas as coisas que diziam faltar a Moura, são coisas subjetivas e que não se sustentam...
O que é esse tal perfil?
O que é ter pulso?
E todos os anos de Moura como jogador, não lhe deram nenhuma experiência no trato das coisas do futebol?
Pois bem, para piorar havia o fantasma de Diá a rondar o dia a dia de Moura...
Havia os que o queriam de todas as maneiras...
Diá era o fetiche e 9 entre 10 torcedores do América e de 10 entre 10 dirigentes do clube.
Estava claro que Moura não iria resistir e, bastou o empate com o São José do Amapá lá em Macapá, para que Moura fosse afastado e Diá recebesse a coroa...
Percebem que ninguém contestava o “melhor elenco do campeonato”, talvez um ou outro, fosse criticado, mas no geral, o “melhor elenco do estado”, se mantinha incólume...
Diá assumiu, venceu o Corintians no Machadão por 3x1 e a torcida americana gritou em uníssono: “O Diá voltou, o Diá voltou”...
Não há como negar que no segundo tempo desse jogo, o América jogou um futebol de primeira linha, mostrou que “o melhor elenco do campeonato”, talvez estivesse mesmo em mãos erradas...
Pensei, o Diá voltou, é provável que agora ele com seus conhecimentos, sua argúcia e sua capacidade de ver um jogo, possa dar o tal padrão de jogo e a tal consistência tática (mesmo que honestamente, ainda fique imaginando o que isso venha a ser)...
Nada...
No jogo da volta em Caicó, Diá e sua equipe foram engolidos pelo Corintians de Pedrinho Albuquerque e mesmo podendo empatar ou perder por uma diferença de um gol, o “melhor elenco do estado”, perdeu de 2x0 e dançou...
Ontem a noite no Machadão, era o momento da virada, afinal, o São José é uma equipe “quase profissional”, disputa um campeonato onde “ninguém, joga contra ninguém” e, havia montado seu time “em cima da hora”...
Seria “mamão com açúcar”, fácil, fácil...
E mais, a equipe do São José com jogadores como Diogo Piraca, Pretão, Lessandro e Jean Marabaixo, não seria páreo para Adriano Magrão, Rafael Paraná, Eliélton, Saulo, Assis e Cia, em pleno Machadão.
Foram!
Mas nem precisaram jogar nada, pois o “melhor elenco do estado” mostrou que lhe falta, além da tão decantada qualidade técnica, uma qualidade essencial para qualquer um: compromisso!
Ah, Diá não é o único culpado...
A lista inclui jogadores e dirigentes.