sexta-feira, junho 10, 2011

Política e religião, dois intrusos no mundo do esporte....

Imagem: Mundo Deportivo (iranianas choram ao saber que haviam sido eliminadas)



Joseph Blatter novamente enfrenta problemas…


Seu adversário agora, não é a imprensa inglesa, o jornalista Andrew Jennings ou qualquer outro órgão noticioso...


Blatter tem pela frente o presidente da República Islâmica do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.


E, o problema nada tem haver com corrupção, mas sim, com religião.


A questão está no uso do “hijab” – véu que cobre totalmente a cabeça das mulheres – e, na obrigatoriedade das moças iranianas, usar uniformes que mantenham totalmente cobertos seus corpos.


A FIFA ao longo de sua história, nunca demonstrou grande apreço pela elasticidade em suas decisões.


Raras foram às vezes que o órgão que comanda o futebol foi flexível.


Nesse caso específico à decisão tomada após receber os argumentos da Federação Iraniana de Futebol foi curto, seco e grosso: Não!


Segundo a FIFA não se pode utilizar uniformes de corpo inteiro e nem tão pouco véus, ou mensagens políticas, religiosas ou pessoais, em partidas por ela organizadas.


A Federação Iraniana considerou a decisão da FIFA de suspender a partida pelas eliminatórias dos jogos olímpicos de 2012 em Londres, entre a Jordânia e o Irã, um ato discriminatório que insulta todos os muçulmanos (o jogo foi impedido de começar, a seleção do Irã que se recusou a mudar os uniformes foi eliminada e a Jordânia considerada a vencedora pelo placar de 3 a 1).


Pessoalmente, concordo com a decisão de não permitir, demonstrações políticas e religiosas em eventos esportivos, mas...


A questão do uso do véu e do uniforme cobrindo o corpo inteiro é algo que poderia ser revisto pela FIFA...


O Irã é um estado teocrático e, por esta razão, suas ações políticas, jurídicas e policiais, estão submetidas às normas religiosas do país...


Radicalizar contra os usos e costumes do Irã, nesse caso, penaliza as meninas da seleção iraniana, duas vezes...


A primeira por serem obrigadas a viver submetidas a leis medievais e machistas e, a segunda, por impedi-las de serem felizes, praticando o esporte que escolheram.



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