terça-feira, junho 21, 2011

Politica esportiva no Brasil é ficção...


O “caso” Juvenal Lamartine tem sido usado pela imprensa de Natal como um aríete em sua luta para desmoralizar a politica esportiva dos governos estadual e municipal.


Na verdade, raros são os que realmente estão preocupados com a politica esportiva, a maioria esmagadora concentra suas criticas apenas na politica de ambos os governos em relação ao futebol, como se o esporte se restringisse a essa modalidade.


O mais triste é saber que a indignação tomou corpo somente agora, depois de confirmada a demolição do Machadão e por consequência, a total dependência do América Futebol Clube em relação ao estádio que em breve será escombros, espirrou como lama na face de todos.


E o Alecrim?


Perguntarão alguns...


Você esqueceu que o Alecrim também está no mesmo barco?


Não, não esqueci, mas duvido muito que o alarde fosse tão grande se apenas o Alecrim estivesse a sofrer com a queda do Machadão...


Duvidam?


Perguntem a maioria dos alecrinense se eles também não têm a mesma sensação que eu.


Que os governos estadual e municipal não tem politica esportiva, eu sei – aliás, qualquer um sabe...


Mas sejamos justos.


Imputar a prefeita Micarla de Souza e a governadora Rosalba Ciarlini toda a culpa pela falta de politicas voltadas para o esporte é no mínimo maldade.


E outros?


Todos eles...


Um por um...


O que fizeram ao longo desses anos todos?


Para desmoralizar a politica esportiva e mostrar o verdadeiro interesse que os governos municipal e estadual tiveram desde sempre pelo esporte no Rio Grande do Norte, basta visitar as escolas de ambos os poderes e a resposta vai estar lá – límpida, cristalina, reluzente...


Basta sentar ao lado de um professor de educação física e perguntar como ele se sente...


Quais os incentivos ele recebe para exercer dignamente sua profissão?


Que tipo de tratamento é dado sua disciplina no âmbito das escolas?


A resposta provavelmente causará o mesmo furor que o discurso da professora Amanda Gurgel na Assembleia Legislativa.


Basta encontrar algum atleta e perguntar como é praticar uma modalidade esportiva num Estado surdo em relação aos seus anseios, mudo em relação as suas necessidades e cego em relação a sua existência.


Basta verificar que as secretarias que cuidam do esporte de um e de outro poder, vivem sem nenhuma verba especifica e sem nenhum planejamento.


Que Micarla, é uma grande decepção para os seus aliados, eleitores e cidadãos da cidade do Natal, é fato...


Que Rosalba, ainda claudica e deixa transparecer não saber o que fazer na cadeira que ocupa, também é fato...


Mas jogar sobre elas todas as mazelas do nosso esporte é sim, injusto.


Seus antecessores pouco ou nada fizeram em prol de um esporte forte.


O Stadium Juvenal Lamartine, inaugurado em 1928, pelo então governador, Juvenal Lamartine, só teve sua iluminação instalada em 1946, e depois da construção do Machadão, ficou entregue as baratas e definhou até chegar ao estado em que hoje se encontra.


Ninguém pensou em conservá-lo.


O Humberto de Alencar Castelo Branco, hoje, João Machado, foi inaugurado em 1972 e será demolido agora, 39 anos depois, sem que seu projeto tenha sido terminado – isto é, Natal possuiu por 39 anos, o maior estádio inacabado do mundo.


Ninguém pensou no fosso que ficaria aberto entre 2011 e 2013...


Nem mesmo o América Futebol Clube.


Apenas para recordar: no dia 27 de janeiro de 2009, às 12h e 43 minutos, o globo.com, publicou matéria onde exibia o portentoso e megalomaníaco projeto apresentado por Natal a FIFA...


Projeto esse, que o tempo acabou por ridicularizar até transformá-lo apenas no Arena das Dunas.


Portanto, senhores...


A falta seriedade e de uma política esportiva no nosso país, não é nenhuma novidade...


Nunca existiu e pelo andar da carruagem, ainda levará anos, até que apareça alguém disposto a tratar o esporte com um mínimo de decência.



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