O “caso” Juvenal Lamartine tem sido usado pela imprensa de Natal como um aríete em sua luta para desmoralizar a politica esportiva dos governos estadual e municipal.
Na verdade, raros são os que realmente estão preocupados com a politica esportiva, a maioria esmagadora concentra suas criticas apenas na politica de ambos os governos em relação ao futebol, como se o esporte se restringisse a essa modalidade.
O mais triste é saber que a indignação tomou corpo somente agora, depois de confirmada a demolição do Machadão e por consequência, a total dependência do América Futebol Clube em relação ao estádio que em breve será escombros, espirrou como lama na face de todos.
E o Alecrim?
Perguntarão alguns...
Você esqueceu que o Alecrim também está no mesmo barco?
Não, não esqueci, mas duvido muito que o alarde fosse tão grande se apenas o Alecrim estivesse a sofrer com a queda do Machadão...
Duvidam?
Perguntem a maioria dos alecrinense se eles também não têm a mesma sensação que eu.
Que os governos estadual e municipal não tem politica esportiva, eu sei – aliás, qualquer um sabe...
Mas sejamos justos.
Imputar a prefeita Micarla de Souza e a governadora Rosalba Ciarlini toda a culpa pela falta de politicas voltadas para o esporte é no mínimo maldade.
E outros?
Todos eles...
Um por um...
O que fizeram ao longo desses anos todos?
Para desmoralizar a politica esportiva e mostrar o verdadeiro interesse que os governos municipal e estadual tiveram desde sempre pelo esporte no Rio Grande do Norte, basta visitar as escolas de ambos os poderes e a resposta vai estar lá – límpida, cristalina, reluzente...
Basta sentar ao lado de um professor de educação física e perguntar como ele se sente...
Quais os incentivos ele recebe para exercer dignamente sua profissão?
Que tipo de tratamento é dado sua disciplina no âmbito das escolas?
A resposta provavelmente causará o mesmo furor que o discurso da professora Amanda Gurgel na Assembleia Legislativa.
Basta encontrar algum atleta e perguntar como é praticar uma modalidade esportiva num Estado surdo em relação aos seus anseios, mudo em relação as suas necessidades e cego em relação a sua existência.
Basta verificar que as secretarias que cuidam do esporte de um e de outro poder, vivem sem nenhuma verba especifica e sem nenhum planejamento.
Que Micarla, é uma grande decepção para os seus aliados, eleitores e cidadãos da cidade do Natal, é fato...
Que Rosalba, ainda claudica e deixa transparecer não saber o que fazer na cadeira que ocupa, também é fato...
Mas jogar sobre elas todas as mazelas do nosso esporte é sim, injusto.
Seus antecessores pouco ou nada fizeram em prol de um esporte forte.
O Stadium Juvenal Lamartine, inaugurado em 1928, pelo então governador, Juvenal Lamartine, só teve sua iluminação instalada em 1946, e depois da construção do Machadão, ficou entregue as baratas e definhou até chegar ao estado em que hoje se encontra.
Ninguém pensou em conservá-lo.
O Humberto de Alencar Castelo Branco, hoje, João Machado, foi inaugurado em 1972 e será demolido agora, 39 anos depois, sem que seu projeto tenha sido terminado – isto é, Natal possuiu por 39 anos, o maior estádio inacabado do mundo.
Ninguém pensou no fosso que ficaria aberto entre 2011 e 2013...
Nem mesmo o América Futebol Clube.
Apenas para recordar: no dia 27 de janeiro de 2009, às 12h e 43 minutos, o globo.com, publicou matéria onde exibia o portentoso e megalomaníaco projeto apresentado por Natal a FIFA...
Projeto esse, que o tempo acabou por ridicularizar até transformá-lo apenas no Arena das Dunas.
Portanto, senhores...
A falta seriedade e de uma política esportiva no nosso país, não é nenhuma novidade...
Nunca existiu e pelo andar da carruagem, ainda levará anos, até que apareça alguém disposto a tratar o esporte com um mínimo de decência.
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