segunda-feira, junho 06, 2011

Vida de repórter... Turma do RN Radical da TVU.

Imagem: Arthur com a câmera, Renata de branco e Henrique de Vermelho



DIÁRIO DE BORDO.


Por Henrique Arruda – estagiário do programa TVU Esporte da TV Universitária e estudante do curso de Comunicação Social da UFRN.


Era uma quinta-feira quando Renata (produção) me confirmou a gravação da série.


- "Ei boy, deixe eu lhe contar".


-"Conte".


-"Esse final de semana pode fazer a mala porque vamos para o Seridó, finalmente a primeira série do RN RADICAL vai sair do papel".


-"PALAVRÃO de alegria, censurado para que você leitor não faça má impressão do repórter que vos escreve".


Depois de evidentes problemas que sempre surgem na TV; dias, horas e até minutos antes da gravação da matéria - se não for assim, não tem graça - me acordo às 03h45 do sábado imensamente preocupado com o resto da equipe que, assim como combinado com a organização das trilhas (Pé Na Estrada Trilhas e Vitória Régia Adventure), deveria se encontrar no começo da Roberto Freire às 5 da manhã para sair junto com os outros 24 trilheiros no ônibus da viagem.


-"Renata, você já acordou?".


-"Sim, Henrique já estou a caminho".


-"Arthur (cinegrafista), chego aí em 15 minutos".


-"Ok, já estou me arrumando".


Não sei se foi o sono, ou se foi à falta dele, mas todos nós conseguimos chegar ao ponto de encontro sem maiores problemas, bêbados de uma alegria contagiante e de uma preocupação estampada na cara para saber se, no final das contas, tudo iria dar certo.


Antes das sete da manhã já estávamos em Currais Novos, prontos para a primeira trilha pelo Rio Picuí no Cânion dos Apertados, uma caminhada leve de 4 km, com uma das paisagens mais lindas que já vi na minha vida.


Tudo certo, a não ser pelo fato de que, deslumbrados com a paisagem, os trilheiros não se importaram com a hora de voltar e passaram muito mais tempo do que o planejado.


E para completar, Arthur some com a sandália de Renata e chega primeiro no pau de arara que nos conduziria até o ônibus e eu tive que voltar pelos pedregulhos, descalço...


Ah... cavalheirismo: existe desde que o mundo é mundo, só para F**** com a vida de um cidadão.


Imagem: Henrique Arruda com a câmera


Continuemos então...


À tarde foi à vez de chegarmos MUITO ATRASADOS (do verbo: era melhor termos desistido) na segunda trilha, dessa vez no Sítio Arqueológico do Xique-Xique.


Cinco horas da tarde estávamos entrando na mata.


Umas quinze para as seis, chegando nas tais pedras com pinturas rupestres, e praticamente às 18h00 estávamos todos implorando aos céus que o BREU não nos impedisse de chegar até o ônibus.


Se não fosse o celular de Renata que MILAGROSAMENTE tinha uma lanterninha incluída nas mil funções do aparelho, não sei se teríamos tido o mesmo êxito em achar novamente o caminho de volta.


Aqui vale uma observação: o Céu estava com mais estrelas do que a maior quantidade que um dia eu já sonhei em juntar.


Lindo!


De noite quem teve coragem foi para o festival de Inverno de Cerro Corá, eu Renata e Arthur, ficamos no hotel mesmo conversando besteiras e planejando nossa sobrevivência para o "dia de amanhã".



O DIA DE AMANHÃ



Imagem: Henrique Arruda a beira do penhasco


Hora da última atividade, a trilha incluía subir a Serra de Pai Pedro, com cerca de 500 metros de altura, e na ponta da pedra, fazer um rapel com uma descida de aproximadamente 40 metros.


A perna já tremia só de ouvir a palavra RAPEL.


Mas, lá fomos nós três e todos os outros trilheiros para a última aventura.


Claro que no topo mesmo só chegou raríssimos sobreviventes.


Nossa produtora mesmo só aguentou até uma parte inicial do trajeto quando desceu levando na sua bolsa o que mais a frente seria um tapa na cara do nosso cansaço: A P**** DA ÁGUA.


Pois bem, chegando no seco, era pouco mais de 13h00 quando do topo da serra ALOPRADAMENTE DIFÍCIL DE SUBIR, nós avistamos uma das paisagens mais sensacionais de todas, as várias serras que compõem o cenário natural do açude Gargalheiras.


Sem pensar muito [mentira, pensei pra C***] chegou minha vez de fazer rapel.


Com as pernas tremendo, comecei a descer sem nem cogitar olhar para baixo, acho que na verdade, olhei bem mais para os Céus só esperando a escada descer de lá de cima e os sinos tocarem avisando que já era a hora de subir.


Adoro minha mente.


Cedo demais, e no fundo eu já sabia, ainda tenho bastante coisa para fazer por aqui, tipo chegar vivo no final.


Descer o resto da Serra é que foi a provação divina; pernas tremendo, boca seca, cansaço extremo e o corpo implorando por um descanso.


Já estava irritado quando conseguimos finalmente chegar ao barco para atravessar novamente [esqueci-me de mencionar da primeira vez] o açude Gargalheiras em direção ao restaurante.


Eram 15h30, aí você me pergunta se ainda tinha comida nesse bendito restaurante.


Resposta: Risos.


Mas a sacanagem maior não foi nem essa, foi o tiro nas pernas que eu senti ao ouvir: Infelizmente só temos ÁGUA COM GÁS.


Lá no fundo um menino desesperado gritou compulsivamente um conjunto de palavrões, eu mesmo só tive energia para morrer em cima da mesa, e achar na confusão mental uma alternativa: "refrigerante e MUITO gelo, por favor".


Tomei dois na verdade, só sonhando em chegar em casa.


Menos drama, leitor... cheguei feliz da vida em casa umas 9 da noite do Domingo, com minha mãe incrédula e desesperada pelo fato de um Rapel existir na programação da viagem.


Sabe como é mãe neh?!...


Então, foi bem por aí essa minha aventura, e em breve vocês podem conferir em três matérias tudo o que foi registrado desse final de semana totalmente incomum na minha vida.


Foi Muito "Massa".


PONTO.


FUI...



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