Por José Cruz.
Copa 2014: desapropriações provocam invasão do Ministério do Esporte
As desapropriações para as obras da Copa 2014, desalojando centenas de famílias, Brasil afora, estão se tornando gravíssimo problema social, sem que o governo tenha a dimensão do tamanho da confusão em que está metido.
Ao final da tarde desta quarta-feira, cerca de 300 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Nacional de Resistência Urbana fizeram manifestação no Ministério do Esporte.
Invadiram o prédio com ameaças e exigiram uma reunião com o ministro Orlando Silva.
Foram atendidos.
“O coordenador da Frente de Resistência Urbana, Lacerda Santos, disse que os trabalhadores que viviam próximo às regiões onde há obras para a Copa do Mundo estão sendo desalojados sem um plano governamental para realocá-los”, afirma reportagem no portal do Correio Braziliense.
Na reunião com Orlando Silva, ficou acertado que será criado um grupo para “dialogar com os movimentos e fazer um mapa das intervenções já ocorridas, para definir o que poderá ser feito”.
Representantes dos ministérios do Esporte, da Justiça, Cidades, Direitos Humanos e Secretaria Geral da Presidência da República deverão integrar a comissão que cuidará, tardiamente, do assunto.
Omissão
É claro que este não é um tema exclusivo do Ministério do Esporte, mas é nesse órgão que está o Comitê Organizador da Copa do Mundo. Logo, bateram na porta certa.
E bateram tão “delicadamente” que veio abaixo a enorme porta de vidro da entrada principal do Ministério do Esporte ...
Os seguranças ficaram acuados diante das ameaças invasoras.
Ou seja, enquanto o ministro gasta milhões de reais para combater a violência nos estádios, enfrenta no seu próprio ambiente de trabalho a indignação nacional, fruto da omissão e imprevidência do governo nesta questão específica.
Com esta ação, os atingidos pelas desapropriações dimensionam a gravidade do problema.
Mais: escancaram, principalmente, como o governo federal está despreparado e sem planejamento para promover a Copa 2014.
O que não é novidade.
Mas, agora, transformam-se em ação agressiva e perigosa as reportagens que há muito denunciam a truculência nas desapropriações nacionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário