sexta-feira, agosto 12, 2011

Os jogadores de futebol na Espanha, pensam no coletivo...


Quando maior o nível de escolaridade melhor a compreensão dos direitos e deveres...

Quanto maior o nível de escolaridade, maior e mais firme a decisão de se mostrar solidário aos companheiros de profissão em dificuldades...

Pois bem, Luís Rubiales, presidente da AFE – Associação dos Futebolistas Espanhóis –, certamente está orgulhoso de seus filiados...

Jogadores milionários como Casillas, Xabi Alonso e Puyol, sentaram ao seu lado e ao lado de mais de cem companheiros na reunião realizada em um hotel de Madrid, onde a AFE comunicou a Liga de Futebol Profissional que sem um acordo coletivo, não serão realizadas as duas primeiras rodadas da primeira e da segunda divisão, marcadas para começar no próximo dia 20.

Os mais de cem jogadores presentes a reunião representam os elencos de todos os clubes das duas divisões e, apoiaram unanimemente a decisão de sua associação.

As razões são as seguintes:

Na Espanha existe um Fundo de Garantia Salarial cujo valor estipulado unilateralmente para a temporada 2011/2012 pela Liga, no valor de 10 milhões de euros anuais, não foi aceito pela associação dos jogadores...

A associação exige um valor maior.

Cerca de 200 jogadores apresentaram queixas à associação por não terem recebido seus salários na temporada passada...

O valor da dívida é segundo a AFE, de 50 milhões de euros...

Os dirigentes haviam prometido quitar a divida e não cumpriram com o prometido...

A AFE exige o cumprimento dos acordos.

A AFE não aceita que os atletas convocados para servir a seleção tenham suas férias reduzidas pelos clubes...

AFE não concorda com a petição dos clubes para que os jogadores repassem seus direitos de imagem a eles.

E, por fim, a AFE é contrária a uma proposição que tramita no parlamento espanhol que rebaixaria os clubes caloteiros para a terceira divisão...

Segundo a AFE, a lei se aprovada anularia o Fundo de Garantia Salarial.

Atordoada, a Liga de Futebol Profissional mostrou-se surpresa e disse que a greve não tem sentido, pois segundo seus dirigentes, a pauta está sendo negociada ponto a ponto.

Não é essa a opinião dos atletas...

Casillas declarou que é obrigação de todos, mostrar solidariedade para com os companheiros em dificuldades, e que sem um acordo coletivo devidamente assinado, a bola não vai rolar.

No final da reunião, Luís Rubiales, informou que todos os atletas da primeira e segunda divisão do futebol espanhol fecharam questão e não vão entrar em campo dia 20, sem que suas reivindicações sejam atendidas.

Além dos espanhóis, estiveram presentes como observadores, os presidentes das associações de jogadores da Alemanha, França, Portugal e o presidente do Sindicato dos Jogadores Internacionais.

O futebol já enfrentou quatro greves: 1979, 1981, 1982 e 1984 e todas elas lograram êxito.

No Brasil, algo assim é impensável...

Nossos jogadores nada têm de solidários e poucos, muito poucos, não fugiram da escola.


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