A razão do Corinthians...
Por Juca Kfouri.
Jamais chamei a Arena da Baixada
com o nome comercial que tinha e nem a Libertadores com o nome de seus
patrocinadores.
E não me vejo chamando o estádio
corintiano com o eventual nome da empresa que compre os direitos para
batizá-lo.
No entanto parece justa a posição
do marketing corintiano ao pedir que o estádio não receba apelidos como vem
acontecendo — seja Itaquerão, ou Fielzão, de que gosto e até já usei muitas
vezes.
Porque chamamos o estádio do
Arsenal de Emirates e o de Munique de Allianz Arena sem problemas.
E aí mora uma contradição sobre a
qual, no mínimo, devemos refletir.
Comentário para o Jornal da CBN
desta sexta-feira, 27 de janeiro de 2012.
Juca Kfouri confessa uma
contradição e convida a todos os leitores do texto acima para uma reflexão.
Concordo.
Entretanto, creio que jornalistas
e radialistas, assim como toda a gente que por qualquer razão aderiu à moda dos
blogs, cujo assunto é o esporte, deva parar e refletir mais profundamente.
Naming rights ou direitos do nome
são hoje, a grande pedida para os clubes proprietários de estádios de futebol.
Na Europa, Estados Unidos, Japão,
Coréia do Sul e alguns outros países, substituir os nomes tradicionais de seus
estádios por nomes de grandes marcas ou empresas, tem proporcionado grandes
lucros e contribuído para a redução significativa dos déficits tão comuns no
futebol.
Nós no Brasil, tivemos uma
experiência que infelizmente fracassou pela má vontade dos meios de comunicação
em aderir a uma ideia absolutamente lucrativa.
O Clube Atlético Paranaense
vendeu o direito de nome do estádio Baixada da Arena para a Kyocera e a partir daí,
o estádio deveria ter passado a ser chamado de Kyocera Arena...
Não foi...
E alegação da maioria dos
veículos, mesmo que dita apenas a boca pequena, possivelmente pela vergonha de
admitir tamanha mesquinhes, era uma só: não vamos fazer publicidade gratuita de
nenhuma empresa.
Não fizeram e o Atlético
Paranaense acabou prejudicado.
Hora, hora, é comum no futebol,
alguns radialistas e jornalistas, fazerem às vezes de assessores de impressa e tratarem
de assuntos que deveriam ser da alçada de profissionais pagos para tal...
Por exemplo: por que um jornalista
ou radialista tem que ficar incentivando torcedores aderir aos planos de sócio
torcedor?
Qual a razão jornalística para um
jornalista ou radialista aliciar torcedores a comprar bilhetes da Timemania?
A maioria afirma que é para
ajudar aos clubes...
As rádios, onde essa prática é
mais comum, fingem não ver seus profissionais a serviço, mesmo que não
remunerado, de empresas pagas pelos clubes para venderem tais planos e até
bilhetes da Timemania, em função de transmitirem as partidas sem nenhum custo,
mas obtendo lucro através da publicidade vendida durante a transmissão...
Na verdade, a divulgação dos
planos de sócio torcedor, deveriam ser anúncios pagos e divulgados como qualquer
outra publicidade.
A empresa responsável pela venda
de tais planos lucra, sem gastar um tostão com a divulgação.
Agora mesmo na Espanha, as rádios
estão proibidas pela liga de transmitirem os jogos da primeira e da segunda
divisão por se negarem a pagar aos clubes pela transmissão...
Apesar da grita geral, a liga não
se comoveu e a quem diga que seus dirigentes preparam uma proposta cujo teor é
o seguinte: ok, nós permitimos que os
senhores transmitam os jogos sem pagar, mas em troca, os senhores não veiculam
nenhuma publicidade durante as transmissões e nem nos programas esportivos dedicados
ao futebol da primeira e da segunda divisão.
Portanto, se a intenção é mesmo
ajudar o futebol, por que razão então, a negativa em chamar o estádio de um
clube pelo nome da empresa que comprou a peso de ouro esse direito?
Isto sim seria ajudar...
Isto sim seria assumir um
compromisso com o crescimento econômico dos clubes.
De que adianta o América gastar
milhões na construção de seu estádio e depois buscar empresas interessadas em
estampar seu nome no estádio por dez ou vinte anos, se jornalistas e
radialistas vão chamá-lo de Arena do Dragão?
Por que a Riachuelo, a Brastemp, Volkswagen
ou qualquer outra grande empresa instalada no Brasil ou no nordeste, compraria
o direito de nome do estádio do ABC, se jornalistas e radialistas continuariam
a chamar o estádio de Frasqueirão?
Insistir nesse tipo de postura, só prejudica!
Juca tem razão, é preciso sim,
uma grande reflexão.
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