sábado, janeiro 28, 2012

É preciso uma reflexão...



A razão do Corinthians...

Por Juca Kfouri.

Jamais chamei a Arena da Baixada com o nome comercial que tinha e nem a Libertadores com o nome de seus patrocinadores.

E não me vejo chamando o estádio corintiano com o eventual nome da empresa que compre os direitos para batizá-lo.

No entanto parece justa a posição do marketing corintiano ao pedir que o estádio não receba apelidos como vem acontecendo — seja Itaquerão, ou Fielzão, de que gosto e até já usei muitas vezes.

Porque chamamos o estádio do Arsenal de Emirates e o de Munique de Allianz Arena sem problemas.

E aí mora uma contradição sobre a qual, no mínimo, devemos refletir.

Comentário para o Jornal da CBN desta sexta-feira, 27 de janeiro de 2012.


Juca Kfouri confessa uma contradição e convida a todos os leitores do texto acima para uma reflexão.

Concordo.

Entretanto, creio que jornalistas e radialistas, assim como toda a gente que por qualquer razão aderiu à moda dos blogs, cujo assunto é o esporte, deva parar e refletir mais profundamente.

Naming rights ou direitos do nome são hoje, a grande pedida para os clubes proprietários de estádios de futebol.

Na Europa, Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul e alguns outros países, substituir os nomes tradicionais de seus estádios por nomes de grandes marcas ou empresas, tem proporcionado grandes lucros e contribuído para a redução significativa dos déficits tão comuns no futebol.

Nós no Brasil, tivemos uma experiência que infelizmente fracassou pela má vontade dos meios de comunicação em aderir a uma ideia absolutamente lucrativa.

O Clube Atlético Paranaense vendeu o direito de nome do estádio Baixada da Arena para a Kyocera e a partir daí, o estádio deveria ter passado a ser chamado de Kyocera Arena...

Não foi...

E alegação da maioria dos veículos, mesmo que dita apenas a boca pequena, possivelmente pela vergonha de admitir tamanha mesquinhes, era uma só: não vamos fazer publicidade gratuita de nenhuma empresa.

Não fizeram e o Atlético Paranaense acabou prejudicado.

Hora, hora, é comum no futebol, alguns radialistas e jornalistas, fazerem às vezes de assessores de impressa e tratarem de assuntos que deveriam ser da alçada de profissionais pagos para tal...

Por exemplo: por que um jornalista ou radialista tem que ficar incentivando torcedores aderir aos planos de sócio torcedor?

Qual a razão jornalística para um jornalista ou radialista aliciar torcedores a comprar bilhetes da Timemania?

A maioria afirma que é para ajudar aos clubes...

As rádios, onde essa prática é mais comum, fingem não ver seus profissionais a serviço, mesmo que não remunerado, de empresas pagas pelos clubes para venderem tais planos e até bilhetes da Timemania, em função de transmitirem as partidas sem nenhum custo, mas obtendo lucro através da publicidade vendida durante a transmissão...

Na verdade, a divulgação dos planos de sócio torcedor, deveriam ser anúncios pagos e divulgados como qualquer outra publicidade.

A empresa responsável pela venda de tais planos lucra, sem gastar um tostão com a divulgação.

Agora mesmo na Espanha, as rádios estão proibidas pela liga de transmitirem os jogos da primeira e da segunda divisão por se negarem a pagar aos clubes pela transmissão...

Apesar da grita geral, a liga não se comoveu e a quem diga que seus dirigentes preparam uma proposta cujo teor é o seguinte: ok, nós permitimos que os senhores transmitam os jogos sem pagar, mas em troca, os senhores não veiculam nenhuma publicidade durante as transmissões e nem nos programas esportivos dedicados ao futebol da primeira e da segunda divisão.

Portanto, se a intenção é mesmo ajudar o futebol, por que razão então, a negativa em chamar o estádio de um clube pelo nome da empresa que comprou a peso de ouro esse direito?

Isto sim seria ajudar...

Isto sim seria assumir um compromisso com o crescimento econômico dos clubes.

De que adianta o América gastar milhões na construção de seu estádio e depois buscar empresas interessadas em estampar seu nome no estádio por dez ou vinte anos, se jornalistas e radialistas vão chamá-lo de Arena do Dragão?

Por que a Riachuelo, a Brastemp, Volkswagen ou qualquer outra grande empresa instalada no Brasil ou no nordeste, compraria o direito de nome do estádio do ABC, se jornalistas e radialistas continuariam a chamar o estádio de Frasqueirão?

Insistir nesse tipo de postura, só prejudica!

Juca tem razão, é preciso sim, uma grande reflexão.


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