Roberto Fernandes previa um jogo difícil,
até chegou a falar em acumulo de gordura (os pontos conquistados nos jogos
anteriores) num claro recado que a derrota, caso acontecesse, deveria ser
encarada de forma natural.
Porém, também deixou claro que
sua intenção era tentar beliscar o Vitória e pontuar...
Foi exatamente o que fez.
Fernandes começou o primeiro
tempo jogando para frente, surpreendendo o adversário que por certo, esperava
que os americanos ficassem encolhidos a espera de uma oportunidade para contra
atacar.
Por duas vezes os rubros
estiveram a ponto de abrir o placar...
Isac e Norberto desperdiçaram.
Atônito o Vitória não conseguia
produzir nada.
O jogo era francamente favorável
ao América, mas quis o imponderável que Roberto Fernandes fosse obrigado a
mexer ainda na primeira etapa...
Norberto machucado deu lugar para
Pingo e este, aos 42 minutos abriu a contagem e carimbou em letras garrafais a
palavra justiça no marcador.
Na segunda etapa, os ventos
mudaram.
Os baianos antes acossados passaram
a acossar, enquanto o América, antes insinuante e atrevido, perdeu a força e
buscou no recuo, segurar o placar.
Nessas horas sempre imagino que o
mesmo o mais medroso dos treinadores não daria uma orientação tão pouco
produtiva...
No boxe, seria como se o lutador
que estivesse soltando o braço, resolvesse puxar o freio e dar ao adversário
tempo para respirar e reagir.
O histórico de Roberto Fernandes
até aqui, torna inadmissível ter partido dele a ordem de abrir trincheiras e fincar
pé no terreno, para suportar as ondas e mais ondas de ataque do “inimigo”.
Costumo pensar que a decisão de
recuar, fugir do combate e procurar agrupar para defender, é exclusiva dos
jogadores...
Penso que é algo cultural.
Se estiver certo em minha
avaliação, a ação cautelosa quase mudou o panorama do jogo.
Sem ter sua linha defesa
importunada, o Vitória assumiu o controle da partida, encurralou o América em
seu próprio campo e martelou até conseguir através de Dinei o gol de empate.
Com o América nas cordas, o
Vitória sufocou e perdeu chances e mais chances de virar o marchador.
Entretanto, mesmo que não
acredite em bruxas, sou obrigado a concordar que neste momento da competição o
América, ainda que aqui e ali, claudique, navega de forma precisa e firme no seu
propósito de buscar pontos...
Num dos poucos ataques que
conseguiu no segundo tempo, os rubros conseguiram um escanteio e na cobrança,
Cléber mandou a bola para as redes do Vitória e abriu uma vantagem que parecia
impossível de ser alcançada...
O gol saiu aos 38 minutos da
etapa final.
Sete minutos do tempo regulamentar,
separavam o América dos três pontos e de sua quarta vitória consecutiva.
Pena que 2 minutos depois, Neto
Baiano cobrando falta, voltou a igualar o placar...
O 2x2 fez justiça a ambos.
2 comentários:
Não concordo que o placar foi justo... Lembremos dos momentos finais quando em um contra-ataque o jogador americano teve sua jogada interrompida pelo do vitoria, que acabou culminando em sua justa expulsão. O Vitoria só cresceu no jogo pq o América encolheu e não pq quis impor ritmo de jogo e buscou o ataque o tempo todo, como o fuminante primeiro tempo alvi-rubro.
Grande abraço Fernando!
Gabriel
Perfeito o seu comentário. Principalmente no que disse sobre o recuo natural que acontece quando se joga fora de casa e se está adiante no placar!
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