quinta-feira, novembro 20, 2014

Ingressos caros, jogos ruins...

Ingresso a preço de caviar


Por Luiz Carlos Oliveira*

O futebol, assim como a maioria dos esportes, comumente é visto de uma forma muito objetiva. 

Por exemplo, o time não ganhou o jogo porque está numa má fase; a torcida não comparece aos jogos porque o time não ganha. 

No entanto, futebol é mais do que isso. 

E uma partida de futebol deixou há tempos de ser apenas um evento esportivo, e passou a ser analisado pelas áreas social e econômica. 

Hoje em dia, é possível dizer que o torcedor brasileiro não vai ao estádio com frequência não só pelo momento vivido pelo seu time, mas também pelos outros elementos que envolvem uma partida, como os índices de violência, o marketing do clube e o preço dos ingressos. 

De acordo com a pesquisa realizada pela Pluri Consultoria em agosto deste ano, o Brasil é o país que tem o preço mais alto dos ingressos entre os campeonatos de futebol mais disputados do mundo. 

Mesmo tendo uma torcida nitidamente apaixonada, o valor praticado no país não reflete a popularidade que o esporte tem entre os brasileiros.

Segundo a pesquisa publicada em agosto deste ano, o preço médio dos ingressos brasileiros fica em torno de R$ 51,74 (Equivalente a US$ 22,62 – preço do dólar corrente em 2013). 

Este valor leva em consideração os ingressos inteiros para adultos, não promocionais, em jogos não decisivos - o valor dos ingressos, extraídos da pesquisa, foi convertido para o dólar, pois assim torna possível a análise. 

Comparando este valor com a renda per capita do brasileiro por ano (US$ 11.208), 495 ingressos poderiam ser comprados, enquanto isso, a renda per capita dos outros países analisados permite a compra de uma média de 1.114 ingressos. 

Com isso, o Brasil se torna o país com o menor poder de compra de ingressos, e, consequentemente, o local com as entradas relativas mais caras do mundo.

O Brasil fica atrás até mesmo da Espanha, onde os ingressos são caros por conta do Barcelona e Real Madrid, e mesmo assim o torcedor espanhol tem o poder de compra maior que o brasileiro. 

Em suma, funciona da seguinte forma: Supondo que a renda per capita do brasileiro seja de US$ 1.000,00, e do espanhol seja de US$ 3.000,00, e que o preço médio dos ingressos fosse de US$ 25,00, e US$ 50,00, respectivamente, o torcedor brasileiro poderia comprar 40 ingressos, e o espanhol 60.

América e ABC 

Ao analisar os últimos cinco jogos dos clubes de maior expressão do Rio Grande do Norte, e considerando a renda média per capita potiguar, cujo valor chega a R$ 12.249,00, divulgada pelo IBGE no relatório de 2012, o torcedor teria o poder de compra maior do que o nível nacional. 

Uma vez que, a média do preço dos ingressos, no RN, fica em torno dos R$ 25,00, e ao converter para o dólar ficaria em US$ 12,31. 

Portanto, morando na capital potiguar é possível comprar por volta de 995 ingressos durante o ano.

Fonte: 



Luiz Carlos Oliveira é estudante de jornalismo e aluno da Disciplina Optativa de Jornalismo Esportivo do Departamento de Comunicação da URFRN.

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