O esporte a serviço da lavagem de
dinheiro
Por José Cruz
A “Operação Trevo” da Polícia
Federal está desmontando uma quadrilha de lavagem de dinheiro que agia em 13
estados e usava o esporte como disfarce.
O grupo promovia sorteios
semanais a partir da venda de títulos de capitalização, repassando parte da arrecadação
para entidades beneficentes de fachada ou federações de tênis.
O ponto de partida da ação
policial foi Pernambuco, com 12 mandados de prisão temporária, 24 de prisão
preventiva, 57 de busca e apreensão e 47 mandados de sequestro de valores foram
cumpridos.
Para a polícia, os valores
arrecadados eram repassados às entidades filantrópicas de fachada ou
instituições esportivas, fazendo com que o dinheiro ilícito retornasse ao
grupo, numa operação que caracteriza lavagem de dinheiro.
Em 2012, a parceria dos sorteios
era com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT).
A partir de 2013, as
beneficiadas foram as federações estaduais.
Porém, não se tratava de
“capitalização”, mas sorteio, apenas.
Na própria cartela havia um aviso, em
letras minúsculas: o dinheiro “capitalizado durante o ano” seria destinado
integralmente à federação de tênis dos estados envolvidos.
Além de Pernambuco, a operação da
polícia se estendeu por Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais,
Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Em Brasília, a
Federação de Tênis já está sendo investigada pela Polícia Civil do Distrito
Federal.
Depois do escândalo dos bingos,
proibidos por lei, essa é a nova forma de usar instituições esportivas para
lavagem de dinheiro.
É assim que a Confederação de Tênis, filiada ao Comitê
Olímpico do Brasil (COB), e federações estaduais filiadas, acabam fortalecendo
a ação de quadrilhas criminosas de lavagem de dinheiro.
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