BATE-PRONTO
Por Renato Vasconcelos
Colunista
se suicida após excesso de acontecimentos na rodada
Na noite de ontem
(16/11), o colunista esportivo Clodoberto Antunes (42), foi encontrado morto em
seu kitnet, no bairro do Salgado.
Segundo a perícia, a causa mortis teria sido
a ingestão excessiva de rapadura-de-engenho.
Junto ao defunto foi encontrado um
bilhete no qual o jornalista se dizia “desesperado” por não saber o que
destacar em seu reles espaço semanal, tendo em vista a grande quantidade de
jogos no Brasil, apesar da data FIFA.
O Promotor do MP, Arlindo Orlando informa
que ainda não sabe se irá intimar à CBF para uma declaração oficial: “Os
motivos parecem claros, mas não temos provas conclusivas que possam ligar à CBF
a este ato de desespero”.
A notícia acima é
falsa, mas bem que poderia ser real.
Vejam vocês o sufoco pelo qual o pobre
Clodoberto teria que passar para fazer seus destaques futebolísticos da última
semana.
Entre os escretes nacionais, goleada brasileira na Turquia por 4x0,
dando uma ponta de esperança ao otimista – apesar de não apagar o vexame dos
7x1 -, goleada da Alemanha sobre Gilbraltar por 4x0 - aumentando o vexame do
Brasil nos 7x1 -, Cristiano Ronaldo quebrando recorde, astros do brasileirão
marcando gol por suas seleções.
E se não bastasse ainda teve que escolher entre
os destaques nacionais! Decisões nas Séries C e B, reta final na série A,
finalíssima da Copa do Brasil, Dom Corleone voltando ao Vasco...
UFA!
Pobre Clodoberto, não
aguentou e sucumbiu a pressão.
A rapadura que usava como estimulante homeopático
findou por ceifá-lo.
Mas que não seja em vão, lembremos do pobre Clodó e
cobremos a paralização dos campeonatos nacionais durante as datas FIFA. Se não
pelos clubes - que perdem suas estrelas nos momentos mais importantes -, se não
pelos jogadores - que ficam entre a cruz e a espada, ao ter que abandonar os
clubes ou a seleção -, façamos em memória do nosso Clodoberto, primeiro mártir
do colunismo esportivo brasileiro.
AMARELINHA
– A outrora capital do império romano do oriente, Istambul, foi, finalmente um
palco adequado para receber um jogo da seleção Brasileira.
Não falo apenas pela
ótima condição do gramado do estádio Sükrü Saraçoglu, do Fenerbahçe, mas pelo
sentido do local para o jogo.
Nos últimos anos o escrete nacional tem se
prestado a um papel de mercenário internacional, tendo como anfitrião dos seus
jogos o dinheiro alheio. Brasil x Zâmbia, na China; Brasil x Colômbia, nos
Estados Unidos; e o mais recente, Brasil x Japão, em Cingapura, são alguns dos
casos que consigo me lembrar.
Logo, nada mais justo
que um Brasil x Turquia, ser realizado em território turco. Beleza paisagística
e torcida ensandecida à parte, o show foi mesmo brasileiro.
Com uma equipe bem
postada, com muito toque de bola, meias abertos pelas pontas e jogo ofensivo em
velocidade, o Brasil não teve dificuldades de golear os anfitriões por quatro a
zero.
Além dos dois gols de
Neymar, destaque da partida e aplaudido de pé pela torcida turca, a beleza de
lançamento executado por Fernandinho no primeiro gol de Neymar e a maravilha de
elástico de William, ainda no primeiro tempo, passando por dois marcadores,
lembraram a torcida brasileira de dias melhores.
Pena que o adversário não nos
permite afirmar que essa “nova” seleção é sensacional...
Mas uma coisa podemos
afirmar, neste jogo foi.
DECISÃO
(1)
– A imprevisibilidade é o que torna o futebol apaixonante.
Não são apenas as
jogadaças dos craques e os lances incríveis dos reis da bola que chamam e
inflamam o torcedor.
A derrocada do craque em uma partida, o surgimento do
herói improvável, a bola que ia pra fora, mas após uma curva mirabolante entrou
no gol... mágica.
O Atlético Mineiro
parece ter descoberto, literalmente, como fazer mágica.
A campanha épica na
Libertadores de 2013, as viradas heroicas contra Corinthians e Flamengo...
O
galo doido parece ter dominado a “mágica” para ganhar os jogos com “mística”.
E que jogo teria mais
mística que uma final de Copa do Brasil entre Atlético Mineiro e Cruzeiro?
O
Cruzeiro, melhor time do Brasil por dois anos seguidos, elenco estelar, de uma
constância, e por vezes genialidade, incríveis, não foi páreo.
Aliás, nem perto
disso.
Encolheu-se diante de um Atlético aguerrido, empurrado pela torcida e
extremamente motivado, parecendo saber que “na hora do vamos ver” tudo vai dar
certo.
Nem a ganância dos
dirigentes (que cobraram caríssimo nos ingressos – mínimo de 200 dilmas),
impediu a festa, e o estádio Independência quase lotado vibrou com os gols de
Luan (o filho de Coalhada, personagem de Chico Anysio) e Dátolo.
O segundo tempo da
decisão terá novas doses de imprevisibilidade:
É a primeira vez que o Cruzeiro
sai atrás no mata-mata, tendo que jogar pra reverter o placar.
Já o Galo sai na
frente com a mesma vantagem que reverteu duas vezes (2x0).
DECISÃO
(2)
–Em jogo com cara de final, Ponte Preta e Joinville se enfrentara, na Arena
Joinville.
Garantidos na Série A de 2015, as equipes travam agora uma batalha
particular pelo título.
A macaca, que nunca faturou um título expressivo
(nacional ou estadual), líder até então com 67 pontos, pretendia a todo custo
impedir que o coelho passasse a sua frente.
Pretendia. Apesar do gol de Cafú,
para os paulistas, Rogério, Edigar Júnior e Bruno Aguiar garantiram a vitória
para os catarinenses e deixaram o título mais perto do que nunca.
DECISÃO
(3)
– O duelo alvi-celeste pra definir quem leva o caneco da Série C do brasileirão
reuniu Paysandu e Macaé, no estádio Moacyrsão, em Macaé-RJ.
O resultado de 1x1,
gols de João Carlos (Macaé) e Yago Pikachu (Paysandu), acabou por favorecer ao
Papão, que decide em casa, no Mangueirão, podendo empatar por 0x0 para garantir
o título.
VALE
A PENA (?) VER DE NOVO – O baixinho pediu uma ajuda para o
“peixe” e a torcida vascaína concedeu, Eurico Miranda é o novo (?) presidente
do Vasco da Gama. Segue uma pequena pitada da primeira gestão de Eurico:
“Em 1998, o Vasco recebeu 34 milhões de dólares em
dinheiro do NationalBank (atual Bank of America), ávido por estabelecer seu
nome no grande mercado brasileiro por meio de uma do patrocínio de uma marca
esportiva popular.
Quando o banco assinou o contrato, anunciou que o dinheiro
seria suficiente para sustentar o clube por 100 anos.
Dentro de dois anos,
porém, essa quantia havia praticamente desaparecido.
Cerca de 124 mil tinham
sido usados na campanha eleitoral de Eurico Miranda. Doze milhões foram parar
em contas de uma empresa das Bahamas chamada Liberal Banking Corporation
Limited. (...)
Qualquer representante legal do Vasco podia sacar o dinheiro.
Segundo um relatório publicado pelo senado brasileiro, o dinheiro retirado foi
usado em pagamentos de concessionária de automóveis, de investimentos
empresariais, do cartão de crédito, do irmão e do provedor de internet de
Eurico Miranda.” (COMO O FUTEBOL EXPLICA O MUNDO? – FRANKLIN FOER).
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