Espanha sinaliza com fim de
'espanholização' de direitos de TV
Governo aprova decreto que
distribui de maneira mais igualitária arrecadação de contratos de transmissão
Por Adalberto Leister Filho
Para o site “Maquina do Esporte”
O governo da Espanha sinalizou
com uma maior igualdade na distribuição dos direitos de TV da Liga de Futebol
Profissional.
Na última sexta-feira, o Conselho
de Ministros aprovou o Real Decreto Lei que muda o sistema de venda de
individual para centralizado.
“Trata-se de melhorar os
mecanismos econômicos de controle financeiro dos clubes, já que a dívida
acumulada por eles supera os € 3 bilhões.
Os maiores credores são os
bancos, mas também temos a Fazenda e a Seguridade Social, com mais de € 600
milhões dos dois somados”, afirmou José Ignácio Wert, ministro de Educação,
Cultura e Esporte.
Wert comparou a arrecadação de €
800 milhões da liga espanhola com direitos de TV na temporada 2013/2014 com os
€ 1,875 bilhão da Premier League da Inglaterra e os € 846 milhões da Série A da
Itália.
Entre as principais ligas da Europa,
apenas a Espanha não possuía uma regulamentação para o setor. França, Itália,
Inglaterra e Alemanha já contam com leis sobre o tema.
Antes da nova lei, 45% da
arrecadação era repartida por quatro times, sendo que 33% ficavam com apenas
dois clubes (Barcelona e Real Madrid).
Pela nova regra, 50% do
faturamento será distribuído em partes iguais entre todos os clubes.
A metade restante será dividida
em um complicado rearranjo que leva em conta os resultados obtidos nas últimas
cinco temporadas, sendo que o último campeonato responderá por 35% dessa
arrecadação, com decréscimo para o penúltimo torneio (20%) e os três anteriores
(15% cada).
A repartição será de acordo com a
posição obtida.
Assim, o campeão espanhol levará
17% desse bolo.
O vice, 15%.
Já o último colocado terá direito
a apenas 0,25%.
A Liga de Futebol Profissional
ficará com 1% da arrecadação, enquanto a Real Federação Espanhola de Futebol
tem assegurado 2%.
O pacote também contempla verba
para o futebol feminino.
Segundo o ministro, com as
mudanças é esperado “um aumento de arrecadação nacional de € 1 bilhão em um
prazo razoável, e de € 400 milhões a € 500 milhões nas vendas internacionais”.
A implantação do novo sistema
está prevista para a temporada 2016/2017.
“É uma medida histórica, necessária para o futebol espanhol, que dessa
forma terá um campeonato competitivo e não irá se distanciar das grandes ligas
do setor na Europa”, afirmou Miguel Cardenal, secretário de Estado para o
Esporte.
“É uma medida necessária para o desenvolvimento e crescimento do
futebol profissional espanhol”, acrescentou Javier Tebas, presidente da
LFP.
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