O perfil do endividamento dos
clubes brasileiros em 2014
Confira quanto cada time da
primeira divisão deve para bancos, governo e outras dívidas de curto prazo de
acordo com o Itaú BBA
Por Rodrigo Capelo
Para o Época Esporte Clube
Os 20 clubes da primeira divisão
nacional, com Botafogo no lugar da Chapecoense, somam R$ 4,09 bilhões em
dívidas.
De 2010 até 2014, esse número
cresceu sempre entre 20% e 25% por ano, apesar de as receitas já terem
estagnado há duas temporadas para a maioria.
Alguns times se enrascaram mais,
outros menos.
Mas a análise, se parar na
evolução do endividamento bruto, não diz tanta coisa, porque há dívidas ruins e
dívidas muito ruins.
Por isso ÉPOCA pediu ao Itaú BBA,
que divulgou nesta semana estudo sobre as finanças do futebol brasileiro, para
detalhar as dívidas de cada time.
A dívida se divide em três:
bancária, fiscal e operacional.
A bancária, como o nome sugere,
tem a ver com todos os empréstimos que o cartola tomou e ainda não pagou.
É a dívida mais perigosa, porque
dela são cobrados juros mais agressivos.
Se não for quitada, vira uma bola
de neve.
É perigosa também porque, para
consegui-la, o clube dá como garantia as receitas mais fáceis de projetar, como
cotas de televisão ou patrocínios.
Atlético-PR, Atlético-MG,
Joinville, Palmeiras e São Paulo são os que correm mais esse risco, pois a
maior parte de suas dívidas são bancárias.
A fiscal está relacionada a
impostos.
É o caso do dirigente que ignorou
tributos, crente de que político nenhum teria coragem de fechar um time de
futebol, e agora tem de se virar para aderir ao Profut, senão fica sem
patrocínio da Caixa.
Continua a ser o endividamento
menos preocupante, ainda mais depois que a o governo permitiu parcelar os
débitos em 20 anos.
Quem deve muito imposto só tem de
obedecer a algumas poucas regras impostas pelo Profut e pagar o que deve em
suaves prestações.
Estão nesta turma Botafogo,
Corinthians, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense,
Goiás, Ponte Preta, Sport e Vasco, nos quais as dívidas fiscais são maiores do
que as demais.
A operacional é composta por
todos os pagamentos de curto prazo.
Aí entram salários de jogadores,
pagamentos a fornecedores, aquisições de atletas.
É das três a dívida mais
preocupante, sobretudo para clubes que não têm dinheiro para entrar, porque o
vencimento está logo ali.
Grêmio, Internacional e Santos
encabeçam.
Na soma das dívidas dos 20
clubes, a fiscal é maior (R$ 1,64 bilhão), seguida pela bancária (R$ 1,35
bilhão) e pela operacional (R$ 1,08 bilhão).
A divisão clube a clube está no infográfico
interativo abaixo.
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