As Ações dos EUA na FIFA.
Por Alberto Murray Neto
O que se comenta, de fontes muito
confiáveis na Europa, ligadíssimas ao futebol é que os EUA, há muito, vinham
advertindo a Justiça Suíça que os cartolões do futebol se refastelavam com
dinheiro da corrupção, hoje sabida e comprovada.
E que a Suíça agia muito
lentamente para coibir tudo aquilo, de forma que havia prática de crime
continuado e que dava aos cartolas e à sociedade a impressão de impunidade.
Cheios do assunto, teriam os EUA
dado um ultimato aos suíços, tipo, “já que Vocês não fazem nada, nós vamos
agir. ”
E a aí deflagrou-se esse processo
que temos acompanhado pela imprensa mundial.
Claro que o que os EUA fizeram na
FIFA foi excelente. Já que ninguém mais agiu, foi lá a “polícia do mundo” e
começou a dar um jeito na coisa.
Mas também é evidente que o
interesse dos EUA pelo futebol não se resume à luta pela dignidade na FIFA.
Há dois fatores muito relevantes
que devem ser observados: (a) A FIFA é o único organismo internacional
importante que os EUA tinham pouquíssima influência, perto de zero; e (b) O
futebol passou a ser, cada vez mais, um mercado muito importante nos EUA, com
movimentação de milhões, sendo o esporte mais praticado entre os jovens.
E potências mundiais como a
Rússia e a China estavam entrando firmemente nesse mercado.
Os EUA têm que garantir sua fatia
nesse segmento.
Esses dois fatores acima
contribuíram, muito, para que os EUA interferissem com firmeza no futebol
mundial.
Se fosse a FIFA uma organização
mundial corrupta, mas cujo objetivo fosse administrar plantações de brócolis,
talvez o empenho dos EUA fosse diferente.
Acredito, ainda, que faz parte
dos planos dos EUA, aumentar seu poder político na FIFA.
Não nessas eleições que se
avizinham, mas nas seguintes, não estranhem se houver um forte candidato
norte-americano à presidência da entidade.
Mais dois pontos curiosos.
A eleição de Atlanta para sede
dos Jogos Olímpicos de verão em 1.996 foi permeada de ações nebulosas e
acusações de compra de votos de membros do Comitê Olímpico Internacional.
O mesmo ocorreu quando Salt Lake
City foi escolhida para sede dos Jogos Olímpicos de inverno, em 2.002.
As acusações foram tantas que,
após a escolha de Salt Lake City, o próprio Comitê Olímpico Internacional fez
suas próprias mudanças e expurgos.
Mas o Governo a Justiça e as
democráticas instituições dos EUA não fizeram rigorosamente nada.
Deveriam investigar, também,
esses dois fatos.
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