A canetada falhou
Por Diego Breno
Em matéria veiculada na ESPN Brasil nessa quarta-feira, a repórter
Gabriela Moreira mostrou um pouco daquele que se tornou, ao longo de alguns
anos, fiel escudeiro do presidente da Confederação Brasileira de Futebol Marco
Polo Del Nero.
Licenciado do cargo de Presidente da Federação Paraense de Futebol e,
hoje, vice-presidente da CBF, o senhor Antônio Carlos Nunes de Lima será o novo
chefe da delegação da Seleção Brasileira na Copa América Centenária.
Até aí, nada demais, faz parte das obrigações do Coronel Nunes – como é
conhecido e gosta de ser tratado.
Contudo, como é possível imaginar mudanças no futebol brasileiro vendo
pessoas chegando à entidade máxima com o seguinte pensamento: “lá na CBF eu vou ter o poder da canetada? ”
Essa foi uma das perguntas que Nunes fez ao ascender ao trono da
entidade.
Entretanto, enquanto presidente da Federação, o Coronel Nunes não tem
muito do que se orgulhar.
Chegar à vice-presidência da Confederação Brasileira de Futebol não
transforma sua gestão no futebol paraense elogiável.
Muito pelo contrário...
A reportagem mostra como estão algumas equipes, como a tradicional Tuna
Luso Brasileira.
Estádio deteriorado, o campo de jogo em petição de miséria e o clube
quase fechando as portas.
Nunes é o único culpado pelas mazelas dos clubes?
Não!
Não isento de culpa dos dirigentes, mas ora, as federações não foram
criadas, também, com o intuito de orientar, aconselhar, apoiar e nos casos mais
graves, ser uma base amparadora de seus filiados?
Infelizmente, não é apenas na gestão de sua federação que Nunes falhou.
Outro ponto abordado na reportagem foi que o discurso do vice-presidente
da CBF era de que o futebol da região Norte teria vez e voz – ao que parece,
ficou só no discurso.
Assim que assumiu a presidência (em janeiro deste ano), quando todos da
região esperavam o prometido, as “canetadas falharam” – só falharam as
canetadas, porque, segundo se comenta, o bolso encheu pra caramba.
A verdade é que o Coronel Nunes foi apenas um fantoche do presidente Del
Nero.
Sua senhoria não poderia usar sua “canetada” visto que ele não foi
empossado para dar ordens e sim cumpri-las.
Marco Polo Del Nero, continuou, mesmo afastado, a ser o mandachuva.
Enquanto cumpriu seu papel de menino de recado, Nunes a cada entrevista
demonstrava a sua incapacidade e suas palavras expunham um homem com imensas
dificuldades de se expressar.
Nunes falando é mais enrolado que namoro de cobra.
Mas, afinal, que a reportagem da ESPN Brasil desvendou?
Primeiro, desnudou qual é o nível de quem Marco Polo Del Nero usa como
braço direito; segundo, nos alerta e nos faz pensar sobre como as demais
federações são geridas – o exemplo do home de confiança de Del Nero, é
preocupante; por fim, a dura constatação de que só poderemos começar a discutir
de forma séria questões como calendário, organização e planejamento quando a
CBF estiver nas mãos de pessoas que trabalhem para o bem do futebol.
Enquanto isso, os “coronéis” encantados com seus cargos e afagos na
corte do rei Del Nero – inclua-se aí, uma bela mesada de 60 mil reais mensais –
continuarão a apoiar de forma irrestrita qualquer coisa que lhes for imposta.
Link da matéria da ESPN Brasil: http://espn.uol.com.br/video/601481_posse-de-coronel-nunes-na-cbf-gerou-indignacao-no-para-fez-absolutamente-nada
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