domingo, maio 29, 2016

José Maria Marin, cumprindo prisão domiciliar no Estados Unidos tenta levar uma vida "normal".

Preso em NY, Marin vai a parques, ao supermercado e frequenta a igreja.

Cartola da CBF foi detido há um ano na Suíça, por participar de esquema de corrupção da Fifa.

Não fala mais de futebol nem é bajulado por presidentes de clubes.

O único dirigente brasileiro preso no escândalo de corrupção da Fifa, José Maria Marin já não fala de futebol, não tem contato com cartolas e nem acompanha os resultados de seu time, o São Paulo.

Em prisão domiciliar em seu apartamento de luxo em Nova York, Marin aguarda seu julgamento e a próxima audiência no início de agosto.

E começa a ganhar uma liberdade cada vez maior.

Em um ano, Marin foi obrigado a buscar mais de 60 milhões de reais em garantias de crédito para sua fiança, para pagar por sua segurança e por um pequeno batalhão de advogados na Suíça, nos EUA e no Brasil.

Com 84 anos, Marin foi autorizado a permanecer no apartamento.

Pouco a pouco, sua rotina ganhou ares de liberdade.

Nos primeiros meses era obrigado a manter um segurança na porta de seu apartamento 24h e usar uma tornozeleira.

Mas hoje não precisa ser vigiado da mesma forma.

Às segundas, quartas e sextas, ele desce até a academia no prédio para fazer exercícios e esteira, sem qualquer segurança.

Às terças, pode ir ao supermercado.

Toda quinta-feira, tem o direito de sair, entre as 13h e as 17h, em uma "programação livre".

Caminha pelos parques, vai a lojas de CDs e livrarias, sempre acompanhado por um segurança.

Aos domingos, vai à Igreja com a mulher, Neusa. 

Marin também vai ao escritório de seus advogados e, se necessário, ao médico.

Depois de exames, foi constatado que está bem de saúde.

Ele recebe todos os dias o jornal New York Times, ao qual dedica boa parte de sua manhã.

Na semana passada, mostrou a seu advogado uma notícia: a da extradição de Julio Rocha, seu ex-companheiro na Fifa e também preso no mesmo dia que ele.

O que o preocupa é a crise política no Brasil.

Mostrando-se alarmado, acompanha o caso pela imprensa.

Ele sempre foi contrário à presidente afastada Dilma Rousseff e nunca escondeu de amigos a falta de simpatia ao governo.

Sua rotina se contrasta com a vida pré-prisão, com agenda repleta de encontros, viagens e bajulação.

Hoje, não recebe visitas nem telefonemas de dirigentes de clubes, o que era diário até 27 de maio de 2015.

Os contatos com CBF, com Marco Polo del Nero e com Ricardo Teixeira são proibidos.

Sua defesa garante que não existe qualquer plano de um acordo de delação premiada.

O argumento dos advogados é de que as provas contra Marin são frágeis e não são suficientes para convencer o juiz a condená-lo.

O Departamento de Justiça dos EUA tem até o final de junho para apresentar à corte provas contra Marin.

Há poucas semanas, um de seus quatro advogados comentou que a escolha do dirigente de trazer Dunga de volta à seleção havia sido um "desastre".

Ele riu.

Fonte: Veja/Estadão

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