Agora é procuradoria francesa que
pode complicar a realização da Copa de 2022 no Catar
Por Nathalia Perez
As polêmicas envolvendo o fato do
Catar ter sido escolhido como país-sede da Copa do Mundo de 2022 não terminam.
Desta vez, a procuradoria
francesa alegou que considera abrir uma nova investigação em torno de como e do
porquê a Fifa estabeleceu que um país que é suspeito de violar direitos humanos
é a melhor opção para recepcionar o maior evento de futebol do mundo daqui a
seis anos.
Isso porque há suspeitas do
envolvimento de franceses no processo.
No último domingo, a procuradora
da Fazenda Eliane Houlette contou a uma rádio francesa que as autoridades de
seu país estão próximas de começar a investigar o caso do Catar, já que elas
têm uma porção de elementos que os encorajam a apurar com mais afinco os
acontecimentos, como a própria falou.
Os procuradores da França só
poderiam começar a investigação caso tivessem razões para acreditar que
cidadãos franceses estão envolvidos no caso do Catar ou atos ilegais
relacionados a ele tenham sido negociados em território francês.
E eles têm.
Recentemente, o francês Michel
Platini, presidente da Uefa que foi banido do futebol por quatro anos por
violações éticas (ele foi “agraciado” por um pagamento de 2 milhões de francos
suíços, equivalente a US$ 2,08 milhões, feito pela Fifa, com a aprovação do
então presidente da entidade, Joseph Blatter, em 2011), deixou suspeitas sobre
atividades ilícitas.
“Se existir uma investigação, o
caso de Platini, com certeza, será parte dela. Mas não vamos focar somente
nele”, afirmou Eliane Houlette à imprensa francesa.
É válido lembrar que há poucos
dias o maior escândalo da história da Fifa completou um ano.
E seu estopim foi justamente a
decisão da entidade em permitir que dois países menos preparados em relação aos
outros que também estavam na disputa sediassem as próximas duas edições da Copa
do Mundo.
Principalmente o Catar,
denunciado pela Anistia Internacional por submeter seus civis a trabalho
escravo nas obras para o evento.
Enfim, até 2022 tem chão.
O
problema é que, segundo evidências encontradas em investigações, desde 2006 há
suspeitas de irregularidades nas escolhas das sedes e, até agora, nada foi
resolvido.
A esperança é que ou as
autoridades norte-americanas, ou as francesas, que agora parecem estar
determinadas a agir, investiguem os casos, como a Fifa não fez.
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