O marchador e os boçais
Por Juca Kfouri
O brasiliense Caio Bonfim
conseguiu o impensável nos 20km da marcha atlética, esporte praticamente
inexistente no Brasil de mais de 200 milhões de habitantes.
Completou a prova em 1h19s42 e
por apenas cinco segundos não pegou a medalha de bronze.
Ele é o quarto melhor marchador
do planeta!
Para atingir a marca
surpreendente, porém, além de enfrentar as dificuldades de um esporte
sacrificante, teve que lutar contra a boçalidade dos preconceituosos e
ignorantes, coisa que abunda num país tão populoso:
“Não teve nem um dia que saí na rua e não fui xingado por fazer marcha
atlética. Falam: ‘Vira homem’, ’para de rebolar’, ‘viado’, ’vai para casa
trabalhar, vagabundo’. Todos os dias! São nove anos de marcha. Mas também não
teve um dia que não fui apoiado em casa. Foi “paitrocínio” mesmo. Dinheiro,
investimento, choro… não tem como não se emocionar. Eles que me trouxeram aqui.
Não foi meu país, meus patrocinadores. Não devo para ninguém. Na minha casa, eu
devo”.
Que Caio faça os boçais caírem em
si.
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