O impacto econômico da vitória do
rúgbi feminino brasileiro na Olimpíada
A vitória das meninas do Brasil
contra o Japão as coloca em nono lugar no ranking mundial – isso gera uma
economia de R$ 3 milhões anuais para a CBRu e dobra o número de partidas no
circuito mundial
Por Rodrigo Capelo para revista
Época.
A seleção brasileira feminina de
rúgbi de sete venceu o Japão por 33 a 5 nesta segunda-feira (8).
Com o placar, assegurou o nono
lugar nos Jogos Olímpicos.
Pode soar esquisito, mas a
colocação na Olimpíada é o de menos.
A vitória faz com que as
brasileiras ultrapassem as japonesas no ranking mundial da modalidade, e isso
tem um impacto econômico.
Os jogos do rúgbi feminino do
Brasil no circuito mundial passam a ser bancados pela World Rugby, a entidade
internacional que organiza o rúgbi no mundo, e dobra o número de partidas que
as atletas disputam durante o ano.
Antes da Olimpíada carioca, a
Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) tinha de pagar viagem, hospedagem e
alimentação para as atletas brasileiras que iam ao exterior disputar três jogos
por temporada, dos quais elas eram convidadas.
O oitavo lugar no ranking mundial
dá a elas o status de equipe fixa do circuito.
A quantidade de partidas salta de
três para seis e os custos são absorvidos pela World Rugby. Consequentemente, o
valor que a confederação brasileira gastava com as idas para competições fora
do Brasil passa a ser investido no desenvolvimento do esporte.
“Para você ter uma ideia, cada viagem para o exterior custa em torno de
US$ 150 mil. Vamos falar em R$ 500 mil. Se você fala em seis etapas, são R$ 3
milhões. É muito dinheiro”, diz Samy Arap Sobrinho, presidente da CBRu,
logo após a vitória sobre o Japão.
O dinheiro economizado vai para
bolsas de atletas brasileiras e para o “entorno” delas: equipamentos de
acompanhamento de performance, softwares, sistemas de jogo, técnicos estrangeiros,
nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, enfim, a estrutura que as meninas,
ainda amadoras, usam para treinar e jogar rúgbi no Brasil.
O rúgbi masculino brasileiro
ainda está distante do mesmo feito.
Os rapazes, entre os 30 melhores
do mundo, de acordo com o dirigente da CBRu, só se tornariam equipe fixa do
World Series se chegassem a 16ª melhor equipe do planeta.
As mulheres estão à frente.
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