O RH do PSG
Por Ana Clara Dantas
Reunião do RH.
Pauta: Apresentação dos novos
contratados.
Líder do setor de ataque da
empresa PSG, Edin Cavani já conhece os novatos.
Kylian Mbappé vai cumprir um ano
de contrato como estagiário, mas há possibilidade de contratação ao fim do
prazo.
Mbappé é um talento promissor.
Citado em inúmeras listas de
jovens empreendedores depois de liderar uma Startup de sucesso em Mônaco.
Agora é Paris.
Talvez nem seja tudo isso, mas
tem esse charme, afinal, é Paris.
Nem precisa contratar mais.
Mas o PSG é uma empresa em
ascensão.
Onde cortar gastos não faz parte
do vocabulário.
Edin Cavani sabe bem disso.
Seu outro companheiro no setor de
ataque é um homem extravagante, chegado a festa, carrões e mulheres.
Neymar dos Santos Júnior,
brasileiro, 25 anos, pai de um menino de seis anos e dono de um estranho
apelido: Menino Neymar.
Apesar do apelido, Neymar tem um
extenso currículo.
Trabalhou no mercado espanhol ao
lado de influentes personalidades.
Fez parte da alta cúpula de uma
das maiores empresas do país.
Saiu brigado.
Uma confusão até hoje mal
explicada.
Neymar não é menino.
Nem Cavani.
Nem mesmo o estagiário Mbappé.
São os homens responsáveis pelo
setor de ataque.
Devidamente apresentados, apertos
de mãos, tapinhas nas costas, seguidas recíprocas no Instagram.
Primeira semana de trabalho:
apertos de mãos, tapinhas nas costas, curtidas recíprocas no Instagram.
Segunda semana de trabalho:
Mbappé é o estagiário dos sonhos de qualquer chefe.
Curioso e empolgado.
Parece criança aprendendo a jogar
bola.
Cavani é mais focado.
E Neymar é um homem ambicioso e
um tanto quanto individualista.
Primeiros conflitos.
Neymar assume tarefas de Cavani
sem comunicar a quem quer que seja.
Terceira semana de trabalho:
Olhares desviados, contato físico evitado, convívio reduzido a carga horária
diária.
Descurtidas recíprocas no
Instagram.
Enquanto isso, Mbappé empolga o
setor com sua criatividade e disposição.
Consertou a máquina de café sem
precisar chamar a técnica.
Cavani e Neymar são vistos
conversando na copa.
Mas o clima é amistoso.
Colegas já tinham se oferecido
para mediar um debate entre eles.
Mas os dois preferiram ir à copa
sozinhos.
Juntos chegaram à conclusão
terrivelmente elementar: Nem era pra tanto.
Mas é que é Paris.
Tem esse charme, sei lá.
Resolveram tomar um café na
máquina recém consertada.
Não há mais conflitos.
Mbappé é o funcionário do mês.
Arte: Yann Dalon
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