segunda-feira, outubro 02, 2017

O RH do PSG...


O RH do PSG

Por Ana Clara Dantas

Reunião do RH.

Pauta: Apresentação dos novos contratados.

Líder do setor de ataque da empresa PSG, Edin Cavani já conhece os novatos.

Kylian Mbappé vai cumprir um ano de contrato como estagiário, mas há possibilidade de contratação ao fim do prazo.

Mbappé é um talento promissor.

Citado em inúmeras listas de jovens empreendedores depois de liderar uma Startup de sucesso em Mônaco.

Agora é Paris.

Talvez nem seja tudo isso, mas tem esse charme, afinal, é Paris.

Nem precisa contratar mais.

Mas o PSG é uma empresa em ascensão.

Onde cortar gastos não faz parte do vocabulário.

Edin Cavani sabe bem disso.

Seu outro companheiro no setor de ataque é um homem extravagante, chegado a festa, carrões e mulheres.

Neymar dos Santos Júnior, brasileiro, 25 anos, pai de um menino de seis anos e dono de um estranho apelido: Menino Neymar.

Apesar do apelido, Neymar tem um extenso currículo.

Trabalhou no mercado espanhol ao lado de influentes personalidades.

Fez parte da alta cúpula de uma das maiores empresas do país.

Saiu brigado.

Uma confusão até hoje mal explicada.

Neymar não é menino.

Nem Cavani.

Nem mesmo o estagiário Mbappé.

São os homens responsáveis pelo setor de ataque.

Devidamente apresentados, apertos de mãos, tapinhas nas costas, seguidas recíprocas no Instagram.

Primeira semana de trabalho: apertos de mãos, tapinhas nas costas, curtidas recíprocas no Instagram.

Segunda semana de trabalho: Mbappé é o estagiário dos sonhos de qualquer chefe.

Curioso e empolgado.

Parece criança aprendendo a jogar bola.

Cavani é mais focado.

E Neymar é um homem ambicioso e um tanto quanto individualista.

Primeiros conflitos.

Neymar assume tarefas de Cavani sem comunicar a quem quer que seja.

Terceira semana de trabalho: Olhares desviados, contato físico evitado, convívio reduzido a carga horária diária. 

Descurtidas recíprocas no Instagram.

Enquanto isso, Mbappé empolga o setor com sua criatividade e disposição.

Consertou a máquina de café sem precisar chamar a técnica.

Cavani e Neymar são vistos conversando na copa.

Mas o clima é amistoso.

Colegas já tinham se oferecido para mediar um debate entre eles.

Mas os dois preferiram ir à copa sozinhos.

Juntos chegaram à conclusão terrivelmente elementar: Nem era pra tanto.

Mas é que é Paris.

Tem esse charme, sei lá.

Resolveram tomar um café na máquina recém consertada.

Não há mais conflitos.

Mbappé é o funcionário do mês.


Arte: Yann Dalon

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