terça-feira, outubro 24, 2017

Prêmio The Best 2017... Cristiano Ronaldo é escolhido o melhor do mundo.

Imagem: Michael Steele/Getty Images


Em noite de homenagem a Abel Braga, Cristiano Ronaldo é eleito melhor do mundo pela quinta vez

O português, que venceu pelo segundo ano consecutivo, derrota Messi e Neymar.

Zidane, fundamental para seu rendimento, recebe o prêmio de melhor treinador.

Eleonora Giovio para o El País


Antes de consagrar os craques, a FIFA prestou homenagem ao técnico do Fluminense, Abel Braga, que perdeu o filho mais novo em um acidente doméstico, em julho, e foi literalmente abraçado pela torcida do clube carioca no Maracanã.

Depois, a noite foi dele, novamente.

Vestindo um terno preto, colete e gravata, Cristiano Ronaldo – que chegou ao London Palladium acompanhado do filho mais velho e da namorada – recebeu na noite de segunda-feira em Londres o prêmio da FIFA de melhor jogador do ano.

É o segundo consecutivo para o português, que na última temporada venceu o Mundial de Clubes, o Campeonato Espanhol e a Champions League.

As duas Supercopas não contam porque desta vez a FIFA deixou de lado seu caráter anual e só levou em consideração o período entre 20 de novembro e 2 de julho.

Cristiano Ronaldo derrotou Messi e Neymar com os votos de jornalistas, treinadores, capitães das seleções e torcedores inscritos no site da FIFA. Zinedine Zidane também ganhou o prêmio de melhor treinador do ano.

Claudio Ranieri, que tirou o galardão de Zidane no ano passado, entregou o prêmio ao francês.

“Meu inglês é muito ruim”, disse o técnico do Real Madrid soltando uma gargalhada.

“Vamos fazer um pouco em francês e um pouco em espanhol”, acrescentou.

Ele ainda soltou algumas frases em italiano.

“Dedico o prêmio à minha mulher, eu te amo porque você sempre está presente. E quero agradecer ao Real Madrid porque me deu a oportunidade de treinar esses jogadores. Cristiano, Luka, Toni, Marcelo... obrigado a vocês. Eu fui jogador e isso é especial”, disse Zidane, que não gosta desse tipo de solenidade.

“Quero agradecer aos meus companheiros, ao meu clube, ao treinador e ao presidente. Faz onze anos que subo neste palco e trabalho duro, nunca pensei que ganharia tantos títulos. Parabéns ao Leo [Messi] e ao Neymar e obrigado por estarem aqui. É um momento inesquecível, estou feliz, rapazes”, disse Cristiano Ronaldo, de 32 anos, ao receber o prêmio.

Ele também foi indicado para a Bola de Ouro, concedida pela revista France Football no fim do ano.

Ele viajou a Londres pela manhã em um avião particular acompanhado pelo presidente Florentino Pérez e seus companheiros Marcelo, Toni Kroos, Luka Modric e Sergio Ramos (eleitos para a seleção da temporada).

Ficaram em Madri Keylor Navas –indicado para melhor goleiro, outro prêmio novo desta edição – e Dani Carvajal, para continuar com seus trabalhos de recuperação.

Cristiano Ronaldo, que também faz parte da seleção mundial, terminou a temporada em Cardiff, no dia 3 de junho, com 42 gols: 25 no Campeonato Espanhol, 12 na Champions, 4 no Mundial de Clubes e um na Copa.

Com exceção de sua primeira temporada, na qual perdeu semanas de competição por causa de uma lesão, o português nunca havia marcado tão pouco (se é que 42 gols em 46 jogos podem ser qualificados como poucos), mas seus gols foram muito importantes na Champions.

Fez dois na Allianz Arena, quando o Real Madrid estava contra as cordas no jogo de ida das quartas de final, três no jogo de volta no Santiago Bernabéu e outros três contra o Atlético, algumas semanas depois, no primeiro jogo das semifinais.

Quase todos, além disso, foram gols de centroavante puro.

Em Cardiff colocou o broche de ouro com outros dois gols.

“Com 39 anos, acreditava que não tinha mais nada a aprender, mas sempre digo aos meus amigos: jogadores como Cristiano Ronaldo me ensinaram a ter fome sempre, apesar de ter ganhado tudo, e a ter humildade para entrar na disputa”, elogiara, na véspera, Gigi Buffon, goleiro e capitão da Juventus.

A parte negativa dessa fome foi moderada por Zidane, o primeiro treinador que conseguiu convencer Cristiano de que era necessário dosar seus esforços.

O português queria jogar tudo, marcar sempre e não parar nunca.

Nas duas últimas vezes que o Real Madri chegou à final da Champions (2014 e 2016) Cristiano estava desgastado.

Em Lisboa – com um joelho castigado pela inflamação da cartilagem – só jogou porque era a final.

Em Milão também jogou sem estar no máximo, castigado por uma temporada longa e exigente.

Chegou à final de Cardiff em seu melhor momento porque Zidane o fez ver que havia outras maneiras de ser protagonista.

Que descansando de vez em quando não seria o fim do mundo.

Pelo contrário, assim seria fundamental quando a equipe mais precisasse dele e quando os títulos são decididos.

E ele o fez.

Dos 12 gols na Champions, nove foram marcados a partir das quartas de final.

No Campeonato Espanhol ele foi decisivo na parte final, depois que o Real Madrid perdeu o clássico em casa e teve o Barcelona em seu encalço.

Só valia ganhar.

Cristiano anotou seis gols nos últimos quatro jogos, todos nos quais jogou (contra Valencia, Sevilla, Celta e Málaga).

Se o fim de temporada do português foi espetacular, o verão começou com problemas com o Ministério da Fazenda, seus silêncios e os rumores sobre uma possível saída do Real Madrid.

No fim de julho, prestou depoimento à Justiça por quatro crimes contra as Finanças Públicas, supostamente cometidos entre os anos de 2011 e 2014, e que envolvem uma fraude fiscal de 14,76 milhões de euros (cerca de 55,72 milhões de reais).

Irritado com o tratamento, em sua maneira de ver, recebido na Espanha, confessou aos companheiros de seleção que se sentia perseguido e criminalizado.

Jorge Mendes começou a procurar possíveis saídas.

Zidane interrompeu suas férias para chamar Cristiano e dizer-lhe que não imaginava abrir um ciclo sem ele.

Ficou, ganhou junto com o Real Madrid as duas Supercopas.

Artilheiro na Champions, só marcou um gol neste Campeonato Espanhol.

 Classificação do Prêmio “The Best”

01. Cristiano Ronaldo (R. Madrid/Portugal) 43,16%
02. Lionel Messi (Barcelona/Argentina) 19,25%
03. Neymar (Barcelona/Brasil) 6,97%
04. Gianluigi Buffon (Juventus/Itália) 6,82%
05. Sergio Ramos (R. Madrid/Espanha) 3,34%
06. Luka Modric (R. Madrid/Croácia) 3,33%
07. Toni Kroos (R. Madrid/Alemanha) 2,70%
08. Marcelo (Real Madrid/Brasil) 2,09%
09. N’golo Kanté (Chelsea/Francia) 1,35%
10. Luis Suárez (Barcelona/Uruguai) 1,19%

Melhor Treinador – Futebol Masculino

1. Zinedine Zidane (R. Madrid/França) 46,72%
2. Antonio Conte (Chelsea/Itália) 11,62%
3. Massimiliano Allegri (Juventus/Itália) 8,78%
4. Joachim Löw (Seleção da Alemanha/Alemanha) 7,40%
5. José Mourinho (Manchester United/Portugal) 5,28%
6. Leonardo Jardim (Mônaco/Portugal) 4,84%
7. Carlo Ancelotti (Bayern/Itália) 3,62%
8. Pep Guardiola (Manchester City/Espanha) 2,88%
9. Tite (Seleção do Brasil/Brasil) 2,87%
10. Diego Pablo Simeone (Atlético de Madrid/Argentina) 2,77%
11. Luis Enrique (Barcelona/Espanha) 2,00%
12. Mauricio Pochettino (Tottenham/Argentina) 1,72%

Melhor Jogadora do Mundo

1. Lieke Martens (Rosengärd-Barcelona/Holanda) 21,72%
2. Carli Lloyd (Manchester City/EE.UU.) 16,28%
3. Deyna Castellanos (Santa Clarita Blue Heat/Venezuela) 11,69%

Melhor Treinador – Futebol Feminino

1. Sarina Wiegman (Seleção Holanda/EE.UU.) 36,24%
2. Nils Nielsen (Seleção Dinamarca/Dinamarca) 12,64%
3. Gérrad Pêcheur (Olympique Lyon/França) 9,37%%

Prêmio Puskas para o gol mais bonito

1. Olivier Giroud (Arsenal/França) 286.936 votos
2. Oscarine Masuluke (Baroka/África do Sul) 221.465
3. Deyna Castellanos (Santa Clarita Blue Heat/Venezuela) 162.305

Melhor Goleiro

1. Gianluigi Buffon (Juventus/Itália) 42,42%
2. Manuel Neuer (Bayern/Alemanha) 32,32%
3. Keylor Navas (Real Madrid/Costa Rica) 10,10%
7. Marc-André ter Stegen (Barcelona/Alemanha) 1,01%

Seleção FIFAPro

Gianluigi Buffon, Daniel Alves, Sergio Ramos, Leonardo Bonucci, Marcelo, Toni Kroos, Luka Modric, Andrés Iniesta, Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar.

No link, todos os votos...

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