Imagem: World Soccer
Ex-jogador da seleção dos EUA: os esportes americanos
premiam a mediocridade
Por Bruno Bonsanti para o site Trivela
Se você
estava nas redes sociais durante a noite da última terça-feira, quando os
Estados Unidos foram eliminados da Copa do Mundo da Rússia, deve provavelmente
ter cruzado com o comentário do ex-jogador da seleção americana Taylor
Twellman, atualmente comentarista da ESPN.
Com 30
partidas pelo time nacional, Twellman não poupou os problemas estruturais do
esporte no país e, em um segundo comentário, ampliou a crítica para a cultura dos
esportes americanos no geral.
Segundo
Twellman, os esportes americanos premiam a mediocridade.
Ele se
refere, especificamente, às regras do draft, que dão a primeira escolha para as
equipes que fizeram a pior campanha da temporada anterior.
Em esportes
como futebol americano e basquete, isso funciona para equilibrar as forças da
liga.
Mas, para
ele, o futebol funciona de outra maneira: se não houver pressão, se não houver
responsabilidade, não há excelência.
“O New York Giants tem cinco derrotas e nenhuma
vitória. Do que todos estão falando? Que vão ganhar a primeira opção do draft.
Tem sempre o ano que vem. Mas, neste esporte (futebol), ao redor do mundo, é
exatamente o oposto. Se você não for promovido, ou se você for rebaixado, há
pressão de verdade. Eu sou americano, adoro os Estados Unidos, mas você premia
o Los Angeles Lakers por ter sido uma absoluta bosta ano passado. E há sempre o
ano seguinte”, afirmou.
O ex-jogador
afirmou que no futebol “não há ano que
vem” quando você fracassa tão profundamente quanto a seleção americana e citou
Christian Pulisic como exemplo: para ele, o melhor jogador que os Estados
Unidos já produziu terá que esperar sete anos para disputar sua primeira Copa
do Mundo – se os EUA se classificarem para 2022.
“No meu esporte, é exatamente o oposto. Não há ano
que vem. Não há Copa do Mundo. Estamos tentando fazer o futebol da maneira
americana, enquanto o resto do mundo está fazendo futebol da maneira do mundo.
Enquanto não houver pressão e responsabilidade, em linha com o resto do mundo,
você não vai ser bem-sucedido”, explicou.
Claro que,
diante de um fracasso retumbante, sempre surgem teses, e essa sozinha pode não
explicar os problemas dos Estados Unidos, mas é um ponto de vista interessante.
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