Imagem: Marcos Arboés/Universidade do Esporte
Na Arena das Dunas o gol foi apenas um detalhe
Numa partida muito movimentada e animada, na tarde deste sábado,
América e Bahia de Feira empataram sem gols na Arena da Dunas.
O placar sem
gols não foi ‘duas bocas abertas, dois bocejos’.
Por Pedro Henrique Brandão Lopes
Carlos Alberto Parreira, antes da
Copa do Mundo de 1994, disse ‘que o gol era apenas um detalhe’.
Falou isso para justificar o
estilo defensivo de seu time que jogava fechado para aproveitar os
contra-ataques e acabou campeão do Mundo naquele ano.
A declaração de Parreira virou um
marco para criticar o futebol defensivo e depois de passado um quarto de
século, a frase ganhou novos significados e sempre que um 0 a 0 acontece,
alguém aparece para tirar a poeira da frase do velho treinador para criticar a
escassez de gols do futebol atual.
Entre tantos significados da
frase que virou um clássico da cultura futebolística, o jogo desta tarde/noite
na Arena da Dunas pode ampliar ainda mais esse espectro de significados.
Os primeiros 45 minutos foram
recheados de chances para o América tirar o zero do placar.
O time de Moacir Junior tem um
padrão de jogo muito bem definido: ocupa espaços para defender e com a bola
dominada, imprime velocidade e verticalidade para chegar ao gol adversário.
Leandro Melo é a pedra
fundamental no meio campo americano.
A consistência defensiva passa
pelo volante que sempre se apresenta ao primeiro combate e consegue cobrir as
saídas dos laterais Joazi e Kaike que se movimentam muito.
Ofensivamente, Melo sabe sair
jogando e tem bom passe.
De Leandro para frente, Moacir
encontrou um time leve e veloz que consegue transitar da defesa ao ataque numa
velocidade que os adversários não conseguem acompanhar.
Há a opção de jogar com Max como
referência ou com Hiltinho e colocar Jean Patrick no comando do ataque para dar
mais velocidade ao Mecão.
Com essa receita, o América
enfileirou duas goleadas na Série D, dez gols anotados e nenhum sofrido.
Até o jogo contra o Bahia de
Feira de Santana.
Tudo se repetiu dessa vez, mas na
hora do arremate o gol não aconteceu.
Jair, goleiro do Bahia de Feira,
foi o destaque do jogo.
No primeiro tempo, parou Max duas
vezes, primeiro cara a cara e depois em chute rasteiro, o goleiro fez cera,
esfriou o jogo e ajudou a diminuir a pressão americana.
Quando não conseguiu pegar o
chute de Adenilson, aos 36 minutos, o travessão garantiu a permanência do zero
no placar.
Na segunda etapa, o treinador do
Bahia mexeu no jeito de jogar de seu time e colocou Jarbas em campo.
A mudança fez os visitantes
abandonarem o comportamento defensivo e equilibrarem o meio campo.
Assim sofreu menos no segundo
tempo e o América ficou mais distante do gol.
Mesmo assim, Jair foi decisivo em
mais duas defesas, quando Adriano Pardal apareceu livre e à queima-roupa
finalizou, parou no goleiro do Tremendão.
Ainda deu tempo para Jean Patrick
testar o goleiro que defendeu um bonito chute que tinha endereço certo no
ângulo esquerdo de Jair, que mais uma vez evitou que Matteus Fernandes soltasse
o grito de gol e ‘fizesse valer a emoção desse esporte’.
Com o empate o América permanece
na liderança do grupo A6 com 7 pontos, deixou o Bahia de Feira com 4 pontos, na
vice-liderança, e tem boas chances de classificação à segunda fase da Série D,
principalmente pelo bom futebol apresentado hoje na Arena das Dunas.
No apito final ficou a sensação
de que o jogo foi bom, apesar do zero persistir no placar.
América fez 45 minutos ótimos e
outros 45 minutos bons.
O gol não saiu por conta de uma
grande atuação do goleiro Jair e num jogo em que todos fizeram bem suas partes,
o gol foi mesmo apenas um detalhe.
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