domingo, maio 19, 2019

No empate entre América e Bahia de Feira de Santana, o gol foi apenas um detalhe...

Imagem: Marcos Arboés/Universidade do Esporte

Na Arena das Dunas o gol foi apenas um detalhe

Numa partida muito movimentada e animada, na tarde deste sábado, América e Bahia de Feira empataram sem gols na Arena da Dunas. 

O placar sem gols não foi ‘duas bocas abertas, dois bocejos’.

Por Pedro Henrique Brandão Lopes

Carlos Alberto Parreira, antes da Copa do Mundo de 1994, disse ‘que o gol era apenas um detalhe’.

Falou isso para justificar o estilo defensivo de seu time que jogava fechado para aproveitar os contra-ataques e acabou campeão do Mundo naquele ano.

A declaração de Parreira virou um marco para criticar o futebol defensivo e depois de passado um quarto de século, a frase ganhou novos significados e sempre que um 0 a 0 acontece, alguém aparece para tirar a poeira da frase do velho treinador para criticar a escassez de gols do futebol atual.

Entre tantos significados da frase que virou um clássico da cultura futebolística, o jogo desta tarde/noite na Arena da Dunas pode ampliar ainda mais esse espectro de significados.

Os primeiros 45 minutos foram recheados de chances para o América tirar o zero do placar.

O time de Moacir Junior tem um padrão de jogo muito bem definido: ocupa espaços para defender e com a bola dominada, imprime velocidade e verticalidade para chegar ao gol adversário.

Leandro Melo é a pedra fundamental no meio campo americano.

A consistência defensiva passa pelo volante que sempre se apresenta ao primeiro combate e consegue cobrir as saídas dos laterais Joazi e Kaike que se movimentam muito.

Ofensivamente, Melo sabe sair jogando e tem bom passe.

De Leandro para frente, Moacir encontrou um time leve e veloz que consegue transitar da defesa ao ataque numa velocidade que os adversários não conseguem acompanhar.

Há a opção de jogar com Max como referência ou com Hiltinho e colocar Jean Patrick no comando do ataque para dar mais velocidade ao Mecão.

Com essa receita, o América enfileirou duas goleadas na Série D, dez gols anotados e nenhum sofrido.

Até o jogo contra o Bahia de Feira de Santana.

Tudo se repetiu dessa vez, mas na hora do arremate o gol não aconteceu.

Jair, goleiro do Bahia de Feira, foi o destaque do jogo.

No primeiro tempo, parou Max duas vezes, primeiro cara a cara e depois em chute rasteiro, o goleiro fez cera, esfriou o jogo e ajudou a diminuir a pressão americana.

Quando não conseguiu pegar o chute de Adenilson, aos 36 minutos, o travessão garantiu a permanência do zero no placar.

Na segunda etapa, o treinador do Bahia mexeu no jeito de jogar de seu time e colocou Jarbas em campo.

A mudança fez os visitantes abandonarem o comportamento defensivo e equilibrarem o meio campo.

Assim sofreu menos no segundo tempo e o América ficou mais distante do gol.

Mesmo assim, Jair foi decisivo em mais duas defesas, quando Adriano Pardal apareceu livre e à queima-roupa finalizou, parou no goleiro do Tremendão.

Ainda deu tempo para Jean Patrick testar o goleiro que defendeu um bonito chute que tinha endereço certo no ângulo esquerdo de Jair, que mais uma vez evitou que Matteus Fernandes soltasse o grito de gol e ‘fizesse valer a emoção desse esporte’.

Com o empate o América permanece na liderança do grupo A6 com 7 pontos, deixou o Bahia de Feira com 4 pontos, na vice-liderança, e tem boas chances de classificação à segunda fase da Série D, principalmente pelo bom futebol apresentado hoje na Arena das Dunas.

No apito final ficou a sensação de que o jogo foi bom, apesar do zero persistir no placar.

América fez 45 minutos ótimos e outros 45 minutos bons.

O gol não saiu por conta de uma grande atuação do goleiro Jair e num jogo em que todos fizeram bem suas partes, o gol foi mesmo apenas um detalhe.

Nenhum comentário: