Imagem: Página do Facebook do Santa Cruz FC
Paulinho - o nome do jogo
Por PH Dias/Universidade do Esporte
O futebol é
um jogo de momentos.
Essa rápida
alternância em uma partida pode ser crucial para formar o caráter e a imagem de
um jogador de futebol.
Agora, se a
última lembrança que temos de alguém for um toque errado, passe ruim ou gol
perdido.
O estigma
está criado.
Muito por
culpa de torcedores “doentes” que não conseguem ver o conjunto da obra, bem
como da mídia que sente a necessidade de criar selos para determinar um ser
humano qualquer que tem uma vida, família, desejos e sonhos.
Mas por que
toda essa introdução?
Simples, no
jogo de hoje que aconteceu na Arena das Dunas, pela quarta rodada do Campeonato
Brasileiro da Série D, jogavam Santa Cruz, de Natal e River, do Piauí.
E um jogador
passou pela premissa descrita no começo deste texto, Paulinho, o camisa 9 da equipe
de Natal.
Ele aprontou
logo no início da partida.
Fez uma
grande jogada individual, passou por dois jogadores, e chutou sem chances para
o goleiro Mondragon.
Depois, ele
sumiu.
Aceitou
demais a marcação da equipe piauiense, se perdeu diante de uma forte
passividade dos jogadores comandados por Fernando Tonet.
No entanto, o
único companheiro diferente dos demais, Dudu Pedrotti, foi expulso
(injustamente).
Estava na
hora de aparecer do desaparecimento novamente.
No segundo
tempo, no primeiro lance, o galo carijó empatou.
O ímpeto
estava nas alturas, porém, o atleta de 26 anos, franzino, conseguiu amenizar a
pressão, segurava a bola no meio campo como ninguém, sofreu faltas, esperava o
time se aproximar de novo.
E fez efeito,
em uma das poucas bolas trabalhadas do santinha, o camisa nove deu um passe
preciso para Cleiton completar para o fundo da rede.
Dois gols com
duas participações.
Paulinho é
efetivo.
Menos sua
defesa, que viu Otacílio subir mais alto que os bonecos de Olinda e fazer o gol
de empate.
A partida
ficou mais aberta, emocionante, qualquer erro seria fatal!
Mas aí que
está o motivo de eu ter escrito o texto.
Paulinho,
depois de uma roubada de bola inesperada feita pelo seu companheiro, e a zaga
do River está totalmente desorganizada, conseguiu driblar um jogador, botar na
frente.
Tinha apenas
um zagueiro inimigo, e um amigo passando ao lado (Antônio Júnior).
Em raciocínio
rápido, ele percebeu-o e deu o passe.
Era Antônio e
o zagueiro.
Só que o
centroavante título desta matéria parou, estava cansado demais para acompanhar.
Confiava plenamente no seu parceiro.
A chance
clara ia se transformar no gol da vitória, contudo, com medo da decisão, seu
“amigo” voltou a pelota.
Ele estava
longe demais, não acreditou na situação, todavia, não tinha jeito, era preciso
fazer algo.
Correu muito
que o pé cansou.
O chute foi
mal executado.
A
oportunidade para sair com a segunda vitória na Série D, empatar com em números
de pontos com o Galo Carijó, e sonhar com uma possível vaga, caiu por água
abaixo…
Isso tudo
apaga o que ele fez?
Claro que
não.
Ele foi o
melhor jogador da partida, era quem guiava o grupo nas jogadas ofensivas, o
diferente em um time de muitos iguais.
A chance
desperdiçada não pode apagar o resto do que ele fez em campo.
Roberto
Baggio não pode ser relembrado como uma escória porque errou um pênalti na
final da Copa do Mundo.
Nem Zico em
86 quando perdeu a chance de o Brasil ganhar contra a França de Platini.
Ou dizer que
David foi um atacante ruim porque perdeu um gol que até minha vó fazia.
O futebol é
de momentos e de como esse brilho será duradouro.
É injusto
apagar essa luz de Paulinho...
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