segunda-feira, maio 27, 2019

Santa Cruz empata com o River no Arena das Dunas - 2 a 2 - Paulinho foi o nome do jogo.

Imagem: Página do Facebook do Santa Cruz FC

Paulinho - o nome do jogo

Por PH Dias/Universidade do Esporte

O futebol é um jogo de momentos.

Essa rápida alternância em uma partida pode ser crucial para formar o caráter e a imagem de um jogador de futebol.

Agora, se a última lembrança que temos de alguém for um toque errado, passe ruim ou gol perdido.

O estigma está criado.

Muito por culpa de torcedores “doentes” que não conseguem ver o conjunto da obra, bem como da mídia que sente a necessidade de criar selos para determinar um ser humano qualquer que tem uma vida, família, desejos e sonhos.

Mas por que toda essa introdução?

Simples, no jogo de hoje que aconteceu na Arena das Dunas, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro da Série D, jogavam Santa Cruz, de Natal e River, do Piauí.

E um jogador passou pela premissa descrita no começo deste texto, Paulinho, o camisa 9 da equipe de Natal.

Ele aprontou logo no início da partida.

Fez uma grande jogada individual, passou por dois jogadores, e chutou sem chances para o goleiro Mondragon.

Depois, ele sumiu.

Aceitou demais a marcação da equipe piauiense, se perdeu diante de uma forte passividade dos jogadores comandados por Fernando Tonet.

No entanto, o único companheiro diferente dos demais, Dudu Pedrotti, foi expulso (injustamente).

Estava na hora de aparecer do desaparecimento novamente.

No segundo tempo, no primeiro lance, o galo carijó empatou.

O ímpeto estava nas alturas, porém, o atleta de 26 anos, franzino, conseguiu amenizar a pressão, segurava a bola no meio campo como ninguém, sofreu faltas, esperava o time se aproximar de novo.

E fez efeito, em uma das poucas bolas trabalhadas do santinha, o camisa nove deu um passe preciso para Cleiton completar para o fundo da rede.

Dois gols com duas participações.

Paulinho é efetivo.

Menos sua defesa, que viu Otacílio subir mais alto que os bonecos de Olinda e fazer o gol de empate.

A partida ficou mais aberta, emocionante, qualquer erro seria fatal!

Mas aí que está o motivo de eu ter escrito o texto.

Paulinho, depois de uma roubada de bola inesperada feita pelo seu companheiro, e a zaga do River está totalmente desorganizada, conseguiu driblar um jogador, botar na frente.

Tinha apenas um zagueiro inimigo, e um amigo passando ao lado (Antônio Júnior).

Em raciocínio rápido, ele percebeu-o e deu o passe.

Era Antônio e o zagueiro.

Só que o centroavante título desta matéria parou, estava cansado demais para acompanhar. Confiava plenamente no seu parceiro.

A chance clara ia se transformar no gol da vitória, contudo, com medo da decisão, seu “amigo” voltou a pelota.

Ele estava longe demais, não acreditou na situação, todavia, não tinha jeito, era preciso fazer algo.

Correu muito que o pé cansou.

O chute foi mal executado.

A oportunidade para sair com a segunda vitória na Série D, empatar com em números de pontos com o Galo Carijó, e sonhar com uma possível vaga, caiu por água abaixo…

Isso tudo apaga o que ele fez?

Claro que não.

Ele foi o melhor jogador da partida, era quem guiava o grupo nas jogadas ofensivas, o diferente em um time de muitos iguais.

A chance desperdiçada não pode apagar o resto do que ele fez em campo.

Roberto Baggio não pode ser relembrado como uma escória porque errou um pênalti na final da Copa do Mundo.

Nem Zico em 86 quando perdeu a chance de o Brasil ganhar contra a França de Platini.

Ou dizer que David foi um atacante ruim porque perdeu um gol que até minha vó fazia.

O futebol é de momentos e de como esse brilho será duradouro.

É injusto apagar essa luz de Paulinho...

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