sábado, novembro 02, 2019

O futebol feminino na Espanha está a beira de uma grave crise...

Imagem: Autor Desconhecido

Este final de semana vai rolar a bola nos estádios pela Liga Iberdrola, a última antes do intervalo para o compromisso da seleção de Jorge Vilda em 9 de novembro, sete dias antes da greve convocada para o fim de semana de 16 de novembro...

17 de novembro na Primeira Divisão Feminina.

Porém ainda existe a possibilidade de cancelamento da greve...

Foram marcadas duas reuniões importantes para a próxima semana, cujo objetivo é encontrar uma solução para o problema.

A primeira é a reunião convocada na terça-feira 5 pelo Ministério do Trabalho e pela CSD (Consejo Superior de Deportes) com todas as partes.

Um dia depois, é a RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol) que convoca clubes e sindicatos para um encontro na cidade do futebol.

No caso de a Federação optar por subsidiar ou ajudar os clubes financeiramente, é preciso lembrar que pela Lei do Esporte, na Espanha, essa ajuda não pode acontecer por mais de dois anos.

Caso seja necessário, será preciso solicitar autorização do CSD.

Reuniões à parte...

E, se a greve continuar?

Como não é o caso de suspensão da rodada, todos os campos onde os jogos estão marcados devem abrir suas instalações e a RFEF deve chamar os árbitros escalados para comparecer ao local do evento.

Diante do não comparecimento das equipes os árbitros devem cumprir as normas regulamentares...

E, ao final, dar a partida por encerrada decretando a derrota de ambos os times.

A partir daí as punições regulamentares serão aplicadas...

O Código Disciplinar espanhol é claro a esse respeito em casos de não comparecimento.

O artigo 77 afirma que nesses casos "o faltante será declarado derrotado, perderá três pontos em sua classificação e o adversário declarando o vencedor, pelo placar três gols a zero".

Como a falta, no caso de uma greve será de ambas as equipes, todos os times que aderirem a greve perderão três pontos na tabela de classificação.

Dois dias de greve

Mas o problema está se um segundo dia de greve acontecer...

Seriam duas ausências.

E aqui também os regulamentos são muito claros no mesmo artigo 77.

"No caso de uma segunda ausência na mesma temporada. O culpado será excluído da competição, com os seguintes efeitos

a) Sendo a competição por pontos, serão respeitadas todas as pontuações obtidas pelos outros clubes até o momento e, no restante das partidas a serem disputadas, os adversários serão beneficiados pelo resultado da média dos gols sofridos pelo time – equipe excluída.

Ou seja, a RFEF seria forçada a expulsar todos os clubes da competição.

A situação do futebol feminino na Espanha, apesar do sucesso de público em alguns jogos, é, neste momento muito difícil...

Os clubes não aceitam as ameaças das jogadoras.

Eles não planejam mudar de postura.

Segundo eles, existem várias razões...

Por um lado, alegam que atualmente aumentar salários esté bem acima de suas possibilidades.

Afirmam que a temporada 2018/2019 aumentou sua massa salarial em 40% em relação à anterior e, na temporada 2019/2020, essa massa salarial cresceu 35% em relação à anterior.

Finalizam afirmando que no momento, essa massa excede em muito a renda comum da maioria dos clubes femininos.

A Associação de Clubes defende o modelo 50/50...

Isto é: que o dia seja dividido meio a meio de forma que se permita combinar a prática esportiva com outra atividade profissional, como já é feito pelo Rayo Vallecano...

Em outras ligas femininas o modelo está incluído em acordos coletivos.

A esperança agora está nas duas reuniões da próxima semana entre o governo e Real Federação Espanhola de Futebol...

Porque, caso contrário, o cenário é bastante preocupante.

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