Imagem: Autor Desconhecido
Análise:
Racismo se torna tema obrigatório no mercado
Pesquisa
mostra que consumidores americanos esperam posicionamento das empresas sobre o
tema
Por Duda
Lopes para o site Máquina do Esporte
Diversas
empresas têm abordado o tema do racismo e abraçado as mais recentes
manifestações nos Estados Unidos.
No esporte, o
cenário não é diferente.
Somente nesta
quinta-feira (11), a Nascar proibiu a bandeira confederada, os clubes da
Premier League anunciaram que vão jogar com a frase "Black Lives
Matter" nas camisas e o COI afirmou que debaterá a possibilidade de
manifestações políticas nos Jogos Olímpicos.
Mais do que
de fato abraçar uma causa social, as empresas e as entidades esportivas têm
reagido a um clamor popular.
De repente,
se posicionar contra a violência aos negros se tornou uma iniciativa
obrigatória no mercado.
O que pode
ser uma evolução ou simplesmente transparecer oportunismo.
Essa
imposição do consumidor não é um mero palpite, ao menos para o mercado dos
Estados Unidos.
A agência de
relações públicas Edelman fez um levantamento com 2 mil pessoas para medir como
o público tem enxergado a atuação das marcas.
No atual
contexto da série de protestos no país, 63% da população se mostra preocupada
com o racismo, número que sobe para 70% nas pessoas entre 18 e 34 anos.
Os números
vão além: 56% acham que as empresas têm obrigação moral de se posicionar sobre
o racismo e 60% acreditam que elas têm que investir no combate à desigualdade
racial.
Por fim, 82%
dos consumidores americanos entendem que tomar uma posição sobre o tema ajuda
na confiança deles na marca.
Essa
emergência, no entanto, faz com que entidades esportivas se coloquem em
situações peculiares.
É o caso do
COI, que parece não saber para onde ir, mas sabe que terá que ser mais flexível
do que o costume.
O pior, no
entanto, foi o CEO da NFL, Roger Goodell, que na última semana admitiu que
errou ao ignorar as manifestações contra o racismo em 2016.
Os escândalos
eram os mesmos, mas a repercussão era outra.
À época, era
razoável fechar os olhos para os problemas e reprimir uma causa no mínimo
justa.
Hoje, não.
Patético.
Para sorte
das entidades esportivas, existe uma fórmula simples de evitar fazer esse tipo
de papelão.
Ela envolve
valores mais nobres e fazer o que é certo, mesmo sem necessariamente ter
unanimidade pública.
Pela própria
imagem, o esporte precisa ser o propulsor da mudança, não o contrário.
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