Imagem: Mateus Biston/Universidade do Esporte
América nas cordas e ABC (quase) campeão
Por Pedro Brandão/Universidade do Esporte
No quarto Clássico Rei de 2020, o América perdeu novamente e atingiu seu
pior momento na temporada.
Agora, o ABC tem a vantagem do mando de campo e do empate, no entanto,
pelo retrospecto, nem precisará disso para encerrar o Potiguar na próxima
segunda.
No primeiro tempo, apenas o ABC jogou.
Nem foi das melhores exibições do time de Francisco Diá, mas o Alvinegro
foi dominante e o treinador mostrou que conhece muito bem seu elenco ao
conseguir soluções para as saídas de Felipe Manoel e Joécio.
Desde o primeiro minuto, o ABC foi mais organizado com uma estratégia
clara que possibilitava sair rapidamente sem se expôr.
Vinícius Paulista era o homem responsável por fortificar a entrada da
área alvinegra e Valderrama, o dono da bola no meio-campo.
Com funções defensivas quando o América atacava, o meia foi o arquiteto
dos ataques abecedistas que quase sempre levaram perigo a Ewerton.
Diá orientou a marcação alta e logo aos 11 minutos, a ocupação de espaços
deu resultado.
Rato errou na saída de bola do América e o sistema defensivo demorou para
se recompor.
Jaílson enxergou Paulo Sérgio, que esperou a passagem de João Paulo.
O camisa 10 nem precisou ir ao fundo do campo e, na risca da pequena
área, cruzou procurando Valderrama que surgiu como elemento surpresa para abrir
o marcador.
Depois do gol, Diá tirou o pé do acelerador alvinegro e retraiu a pressão
na marcação.
Mesmo assim, o América não conseguiu se impor e chutou a gol apenas aos
22 minutos, numa finalização sem rumo de Lelê.
O problema do América estava na formação tática.
Os três homens defensivos no meio-campo de Roberto Fernandes, em pouco tempo
provaram não ter função, pois mal posicionados não marcavam e nem criavam
ataques.
Existia uma evidente clareira no setor de meio-campo alvirrubro e a
disposição dos jogadores no gramado era mais confusa que o mapa da América
Central.
Tudo se encaminhava para a vitória parcial do ABC, mas aos 48 minutos, o
predestinado Zé Eduardo fez o que sabe fazer de melhor: gol.
Assim, a partida foi para o intervalo empatada em 1 a 1.
Na etapa final, o América conseguiu voltar melhor que o ABC e foi
superior durante 20 minutos.
A superioridade não se transformou em gols e o empate persistia.
Foi assim até os 28 minutos, quando Berguinho — o Robben da
Frasqueira — cortou para dentro e chutou de canhota.
A bola desviou na perna de Alisson Brand e matou o goleiro Ewerton.
O Alvirrubro tinha uma missão que já era difícil com o empate e passou a
ser inatingível com o segundo gol abecedista.
Mais lúcido em campo e tendo feito uma partida melhor, o ABC venceu com
justiça.
Por tudo que deixou a desejar, o América também ajudou a fazer o
resultado mais justo.
A exemplo do que aconteceu em fevereiro com o treinador Waguinho Dias, a
diretoria do América demitiu o treinador Roberto Fernandes ainda dentro do
Frasqueirão.
O anúncio do substituto foi feito pouco tempo depois e confirmou Paulinho
Kobayashi, que deve dirigir o time no próximo confronto, a decisão do 2º turno,
na tarde de 7 de setembro.
Em 2020, a história do futebol potiguar pode ser contata pelos
acontecimentos do Clássico Rei.
Sem vencer o arquirrival no ano, o América demitiu dois treinadores nos
vestiários de derrotas para o Alvinegro e está nas cordas na temporada.
Já o ABC terá um match point para faturar o título na próxima
segunda-feira e não é exagero cravar que o time de Francisco Diá é (quase)
campeão.
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