terça-feira, setembro 01, 2020

América nas cordas e ABC (quase) campeão...

Imagem: Mateus Biston/Universidade do Esporte

América nas cordas e ABC (quase) campeão

Por Pedro Brandão/Universidade do Esporte

No quarto Clássico Rei de 2020, o América perdeu novamente e atingiu seu pior momento na temporada.

Agora, o ABC tem a vantagem do mando de campo e do empate, no entanto, pelo retrospecto, nem precisará disso para encerrar o Potiguar na próxima segunda.
No primeiro tempo, apenas o ABC jogou.

Nem foi das melhores exibições do time de Francisco Diá, mas o Alvinegro foi dominante e o treinador mostrou que conhece muito bem seu elenco ao conseguir soluções para as saídas de Felipe Manoel e Joécio.

Desde o primeiro minuto, o ABC foi mais organizado com uma estratégia clara que possibilitava sair rapidamente sem se expôr.

Vinícius Paulista era o homem responsável por fortificar a entrada da área alvinegra e Valderrama, o dono da bola no meio-campo.

Com funções defensivas quando o América atacava, o meia foi o arquiteto dos ataques abecedistas que quase sempre levaram perigo a Ewerton.

Diá orientou a marcação alta e logo aos 11 minutos, a ocupação de espaços deu resultado.

Rato errou na saída de bola do América e o sistema defensivo demorou para se recompor.

Jaílson enxergou Paulo Sérgio, que esperou a passagem de João Paulo.

O camisa 10 nem precisou ir ao fundo do campo e, na risca da pequena área, cruzou procurando Valderrama que surgiu como elemento surpresa para abrir o marcador.

Depois do gol, Diá tirou o pé do acelerador alvinegro e retraiu a pressão na marcação.

Mesmo assim, o América não conseguiu se impor e chutou a gol apenas aos 22 minutos, numa finalização sem rumo de Lelê.

O problema do América estava na formação tática.

Os três homens defensivos no meio-campo de Roberto Fernandes, em pouco tempo provaram não ter função, pois mal posicionados não marcavam e nem criavam ataques.

Existia uma evidente clareira no setor de meio-campo alvirrubro e a disposição dos jogadores no gramado era mais confusa que o mapa da América Central.

Tudo se encaminhava para a vitória parcial do ABC, mas aos 48 minutos, o predestinado Zé Eduardo fez o que sabe fazer de melhor: gol.

Assim, a partida foi para o intervalo empatada em 1 a 1.

Na etapa final, o América conseguiu voltar melhor que o ABC e foi superior durante 20 minutos.

A superioridade não se transformou em gols e o empate persistia.

Foi assim até os 28 minutos, quando Berguinho — o Robben da Frasqueira — cortou para dentro e chutou de canhota.

A bola desviou na perna de Alisson Brand e matou o goleiro Ewerton.

O Alvirrubro tinha uma missão que já era difícil com o empate e passou a ser inatingível com o segundo gol abecedista.

Mais lúcido em campo e tendo feito uma partida melhor, o ABC venceu com justiça.

Por tudo que deixou a desejar, o América também ajudou a fazer o resultado mais justo.

A exemplo do que aconteceu em fevereiro com o treinador Waguinho Dias, a diretoria do América demitiu o treinador Roberto Fernandes ainda dentro do Frasqueirão.

O anúncio do substituto foi feito pouco tempo depois e confirmou Paulinho Kobayashi, que deve dirigir o time no próximo confronto, a decisão do 2º turno, na tarde de 7 de setembro.

Em 2020, a história do futebol potiguar pode ser contata pelos acontecimentos do Clássico Rei.

Sem vencer o arquirrival no ano, o América demitiu dois treinadores nos vestiários de derrotas para o Alvinegro e está nas cordas na temporada.

Já o ABC terá um match point para faturar o título na próxima segunda-feira e não é exagero cravar que o time de Francisco Diá é (quase) campeão.

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