O regime democrático não é nenhuma maravilha, não está livre de equívocos e nem tão pouco, evita que aqui e alhures, pessoas sejam injustiçadas...
Mas a democracia, ainda é o que de melhor nos restou...
Não sou nenhum brilhante intelectual para tentar aqui, fazer uma analise histórico-sociológica a respeito das inúmeras formas de governo que o homem criou – outros, bem melhor preparados, já o fizeram e exaustão...
Mas me custa crer que ainda existam os defensores de ideologias...
Assustam-me os que se dizem apaixonados incondicionalmente, seja lá pelo que for.
Hoje, finalmente, veio ao conhecimento do mundo, o que eu já esperava...
O governo comunista da Coréia do Norte demorou, mas não tardou em mostrar suas garras.
No inicio deste mês, os jogadores da seleção norte-coreana, foram convocados a comparecer ao Palácio dos Esportes em Pyongyang para um “debate” sobre sua participação na Copa do Mundo da África do Sul.
Apenas os jogadores, o treinador Kim Jung Hun, não apareceu...
Levados a um imenso auditório os jogadores do selecionado coreano, foram recebidos por estudantes ligados à área esportiva, 400 atletas, militares, funcionários públicos e o Ministro dos Esportes da Coréia do Norte.
Ri Dong-kyu, comentarista esportivo da TV Central, canal estatal, comandou o “debate”...
Durante seis horas, os jogadores norte-coreanos, ouviram reprimendas do comentarista a sua atuação, enquanto, dedo em riste, apontava as deficiências de cada um e aos gritos, os acusava de traidores...
A plateia, os ofendeu, humilhou e pediu penas duríssimas, contra os “traidores” da amada Coréia do Norte.
Em silencio, os jogadores ouviam...
O debate não previa réplica por parte de nenhum deles.
Tudo ao velho estilo da Revolução Cultural chinesa e das intermináveis e sessões de autocritica promovidas pela União Soviética.
Foram seis horas de agressões verbais e ameaças...
Por fim, o Ministro dos Esportes, os “exortou” a lançar ataques contra o treinador, Kim Jung Hun...
Era a saída para evitar o pior.
Todos se levantaram e passaram a despejar impropérios contra o treinador, ninguém ousou fazer diferente.
Mas a “tortura” não terminou por aí...
Ouviram ainda um longo discurso, onde Kim Jung Hun foi acusado de trair Kim Jong-un, filho do “Querido Líder”, Kim Jong-il, que está sendo preparado para substituir o pai adoentado (a pífia participação norte-coreana abalou o apoio que Kim Jong-un, tenta buscar junto aos militares e as elites do Partido dos Trabalhadores da Coréia do Norte, para a transferência do poder)...
O mais patético disso tudo, é que, Kim Jong-il, mesmo doente, interferiu pessoalmente na forma de jogar de sua seleção, quando ordenou ao treinador que fosse ofensivo contra Portugal – deu no que deu.
O ditador ao fim da partida, diante dos 7x0, acusou o treinador de ter boicotado suas ordens e tentado solapar o regime diante do mundo.
Kim Jung Hun, assim que desembarcou na Coréia do Norte, foi destituído de seu cargo, perdeu seus privilégios e foi enviado para trabalhar numa construção e, desde então, não se soube mais nenhuma notícia dele.
Mas nem todos tiveram que passar por tal situação; Jong Tae-se, japonês de nascimento e filho de norte-coreanos, voou direto para o Japão onde joga e, por isso, se livrou do longo “debate democrático” promovido pelas autoridades norte-coreanas.
Porém, Tae-se, teme por seus familiares que moram no país.
Um jornal sul-coreano, o Chonsun Ilbo, publicou uma matéria onde considera que os atletas da seleção norte-coreana, não podem reclamar da sorte, pois em outras circunstancias, teriam sido enviados diretamente para os campos de prisioneiros que infestam a Coréia do Norte.
E ainda tem quem cultue tal regime e tal país.