Por Carminha Soares
Doutora em Educação
Fico pensando nos equívocos que há no futebol, desporto considerado o mais popular do mundo. Esta reflexão passa pelo seu significado social, reconhecendo que o futebol também envolve consequências indesejáveis: o trágico fim da carreira de um jovem goleiro veiculado na imprensa do mundo inteiro. O assustador “MUNDO” que gira em torno do futebol no contexto atual.
O futebol como esporte tem como princípios norteadores a disciplina, o equilíbrio, o trabalho em equipe e, fundamentalmente, o de ser o espelho para o enorme público amante desse desporto, envolvendo crianças e adolescentes que sonham em chegar a uma grande equipe, ser um CRAQUE!
Entretanto, fica evidente que falta colocar nesse esporte, tão rentável para quem chega lá, um alicerce sólido que passa orientar e guiar as condutas e atitudes dos seus jogadores dentro e fora dos clubes – valores morais e éticos para que sua dimensão social seja realmente entendida.
É notório que o poder, a fama e os altos salários deixam “MUITOS” sem limites. São deuses, mitos de uma torcida apaixonada! Podem tudo ou pensam que podem. É bem verdade, que a cultura que muitos trazem consigo não lhes permite suportar os holofotes da fama, que os tornam vulneráveis e os fazem percorrer caminhos incertos.
O mundo lá fora está cheio de armadilhas para passos displicentes e desatentos. É necessário ser acompanhado por uma equipe psicosocial, para alcançar um crescimento social capaz de contestar e discutir as exacerbações que a cada dia aumentam no mundo do futebol.
Não há dúvida de que o futebol, como prática social humana, necessita de um olhar mais atento por parte dos seus dirigentes, o que significa refazer o caminho da bola.
Do blog:
O texto é conciso, enxuto, gostos de ler e perfeito em sua lucida análise...
Não podia ser diferente, pois sua autora é uma das mais brilhantes educadoras do nosso velho e bom Rio Grande do Norte.
Carminha é uma dessas mulheres que encantam por sua beleza, por sua simpatia e por sua inteligência...
Certa vez, tive o prazer de levá-la ao TV U Esporte...
Eu e Lupércio, ficamos admirados com sua capacidade de comentar uma partida de futebol, com simplicidade e brilho.
Pois é minha amiga, você tem toda razão, mas infelizmente, a razão que faz a roda girar no mundo da bola, não está nem um pouco preocupada com a ética, com moralidade ou mesmo com o futuro dos milhares de jovens que giram a sua volta.
O que importa é o resultado imediato, que por sua vez, escancara as portas para o lucro rápido...
O jogador de futebol, para a maioria, não é um ser humano...
O jogador é apenas um pedaço de carne que se tiver talento, deve ser moído até a sua menor partícula, mais se não, ao vencer o prazo de validade, deve jogado aos cães sem dó ou piedade.
Você sabe perfeitamente, que princípios como disciplina, equilíbrio e trabalho em equipe, não são clausulas pétreas na moralidade dos clubes em geral.
Não é disciplina que lhes ensinam os técnicos...
Não é equilíbrio que veem em seus dirigentes...
E não é trabalho em equipe que deseja a imprensa, mas sim, “gênios individuais”...
Infelizmente Carminha, o mundo da bola não liga se um jovem que fracassar na tentativa de ser ao menos um jogador razoável, terminar seus dias numa sarjeta qualquer a mendigar um pouco de atenção aos transeuntes...
O futebol não é o melhor lugar para ser ver um filho crescer, sei do falo e repito aqui uma frase de meu filho que cultivo como basilar...
“Pai, o futebol é uma penitenciária a céu aberto, um lugar onde a maioria dos dirigentes, deveria estar respondendo o artigo 171”.
Mas seu texto é perfeito, concordo com ele e torço para que um dia, alcancemos essa doce utopia.
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