Bem, como a segunda-feira foi
morna em termos de notícias interessantes e importantes, resolvi publicar aqui,
o comentário que aceitei no lugar apropriado – com pequenas correções.
Apesar do autor não ter se
identificado, vou lhe dar a devida atenção.
Apenas informo que as minhas
intervenções vão estar em negrito e itálico.
Comentário feito sobre a postagem
“ABC vence o América por 1x0 e conquista o título do primeiro turno”, publicada
na madrugada de segunda-feira, dia 27 de fevereiro de 2012.
Anônimo disse...
A atuação da PM foi péssima, como
sempre.
Aqui, o leitor faz uma avaliação
pessoal sobre a atuação da Polícia Militar.
Provavelmente, tenha mais
conhecimentos que eu, em relação às doutrinas e as estratégias e técnicas
utilizadas pelos órgãos de segurança pública.
Eu, pessoalmente, discordo do meu
leitor.
Já virou tradição a depredação do
patrimônio em dias de clássico.
Tanto os carros particulares que
são apedrejados e destruídos pela torcida que sempre sai primeiro do estádio e
sem qualquer companhia de policial, isto é, livre para o vandalismo que se repete.
Aqui, o leitor tem uma informação
que só ele tem, pois frequento estádios no Rio Grande do Norte há muito tempo e
nunca me deparei com nenhum carro destruído, mas já vim sim, alguns atos de
vandalismo ser praticados.
Pesquisando sobre ocorrências do
gênero, não consegui encontrar nenhum índice alarmante e nem tão pouco, o
número de queixas é substancial.
Mesmo que todos saibam que
dificilmente alguém vai a uma delegacia prestar queixa de arranhões na pintura
de um veículo, imagino que no caso de apedrejamento ou destruição do veículo, a
atitude seja diferente.
Portanto, as palavras “tradição e
tantos”, me pareceram um tanto quanto exageradas e melodramáticas.
Dentro do estádio já virou uma
coreografia os movimentos que a torcida americana faz visando derrubar o
alambrado do estádio e depredar intencionalmente o patrimônio alheio, mais uma
vez a policia assiste tudo inoperante.
Bem, uma “coreografia” visando
derrubar o alambrado no caso, do estádio Maria Lamas Farache, enquanto
permanecer como “coreografia”, não configura nada a não ser, um movimento
ensaiado, mas sem conclusão.
Entretanto, quando a “coreografia”
deixar de visar derrubar e partir para derrubar, o meu leitor anônimo pode ter
certeza que a polícia irá agir e aí, duvido que a “coreografia” dos torcedores,
americanos ou não, será melhor e mais eficiente que a “coreografia” da tropa de
choque.
Nenhuma polícia em um Estado de
direito, meu caro leitor, pode intervir seja lá no que for por presunção.
Quanto à depredação do patrimônio
alheio, que presumo seja o estádio Maria Lamas Farache...
Procurei saber e, não houve
segundo a direção do ABC, nenhum prejuízo digno de nota, nem neste jogo e nem
no jogo passado, lamento lhe informar.
Talvez, no dia que o nobre
blogueiro tiver seu carro depredado por um torcedor americano deixe de se
magoar por uma simples conversa de elevador.
Neste ponto, o bicho pega...
Já tive um carro atingido por vândalos
meu caro amigo...
Curiosamente, torcedores do
América – você sem querer acertou.
O fato se deu no Machadão, no
estacionamento destinado a imprensa na época em que nossos carros podiam ser
guardados dentro da proteção gradeada.
Coincidentemente, era por aquele
portão que a torcida do América chegava às arquibancadas e neste dia, fiz um
comentário que sobre a atuação da equipe americana que pelo estado em que
encontrei meu carro, não foi bem digerido.
Como por sorte, não identifiquei
ninguém já que quando cheguei o estádio já estava vazio, fiz o que todo cidadão
deve fazer.
Chamei a polícia – que, diga-se
de passagem, demorou horrores -, prestei queixa, tirei umas fotos e deixei o
carro no exato lugar onde estava...
Fui para casa de táxi e no dia
seguinte, retornei ao estádio...
Com as fotos e o boletim de ocorrência,
falei como então secretário Edivan Martins – vivo e saudável para confirmar o fato –
e ele, prontamente resolveu a questão.
Caso não tivesse sido assim, com
base no estatuto do torcedor que já vigorava, teria movido uma ação contra a
SEL e contra o América, mandante do jogo e, certamente ganharia a questão.
Portanto, no meu caso, não falo
do que imagino possa acontecer, falo do que já aconteceu.
Nem por isso, generalizei e a
partir da generalização, rotulei a torcida do América como um bando de
marginais.
O que será que aconteceria com um
Abcedista que entrasse num elevador com cinco santinhos da máfia.
Neste caso, lhe devolvo a
pergunta: o que será que aconteceria com um americano, caso entrasse num
elevador com cinco “anjinhos” da gang ou da garra alvinegra?
That’s the question.
Mas se o texto foi compreendido,
não estávamos num elevador destinado a mafiosos ou membros de gangs, estávamos
num elevador destinado a jornalistas e donos de camarotes...
Imagino eu, gente com um nível de
instrução acima da média e com posição social respeitável.
Por outro lado, quem lhe disse
que fiquei magoado?
Disse antes e repito agora,
conheço a senhora e gosto dela, mesmo que continue achando que a atitude dela
tenha sido absolutamente pueril e desnecessária.
Para sua informação, deixei para
trás faz tempo, os rompantes e, posso lhe afirmar que nada a não ser minha
honra, minha vida e a vida das pessoas que amo, me fariam, ficar magoado com
alguém...
Sou adulto e não me melindro tão
facilmente.
Hipocrisia, de quem nasceu para
ser vice e não se conforma em ser um derrotado.
Parte final...
Você meu caro leitor me conhece
para me taxar de hipócrita?
Tem intimidade comigo?
Sabe se o que penso e afirmo,
difere de como costumo agir?
Não creio que me conheça, mas
mesmo assim, lhe garanto que dos mil defeitos que tenho hipocrisia não é um
deles.
Sobre sua opinião a respeito das
pessoas ou instituições que ocupam o segundo lugar seja lá no que for não vou
discutir...
É cultural...
Com certeza, você faz parte da
parte que menospreza sem nem saber o porquê menospreza...
Acredito que seja só para agredir...
Falta de argumento.
Pois bem, na vida pessoal, a
maioria dos vices é bem-vinda...
Ser segundo num vestibular é
ruim?
Ser segundo num concurso cujo
salário é compensador é péssimo?
Não creio...
Um amigo certa vez me disse: “não
fui o primeiro na vida da minha mulher, mas com certeza fui o melhor, estamos
juntos há 20 anos”.
Ele é um vice, feliz!
No esporte, ser vice não é como dizem os medíocres,
ser o melhor dos piores...
É ser aquele que perseguiu e
assustou o tempo todo o vencedor...
É ser aquele que num campeonato
cujo regulamento permita, ascenderá de divisão...
E, como disse certa vez um
ex-futebolista: “esses idiotas não sabem, mas se eu tivesse sido quatro vezes
vice-campeão paulista, hoje, não seria taxista. Estaria rico. Infelizmente, as
equipes que joguei, nunca chegaram lá”.
Portanto, entre a cultura do
menosprezo tão amada em terras brasileiras e a cultura europeia de valorizar
aqueles que chegaram até o final, mesmo perdendo, fico com o velho
continente...
Todos os clubes europeus
consideram seus vices campeonatos, conquistas...
Mas isso é de cada um e eu, não
vou debater conceitos tortos.
Não há fracasso em ser segundo...
No máximo, o que pode haver é uma
ponta de frustração.
Bem, encerro por aqui e lhe
agradeço o comentário e a leitura do blog.
Volte mais vezes e comente, mas
da próxima vez, assine seu nome...
Não gosto de debater com uma
sombra.