Não vou escrever sobre o jogo ABC e América...
Ou melhor, vou me concentrar no que foi importante na minha
visão.
Lance aqui, lance ali, não estou com paciência...
Quem foi melhor, quem foi pior, talvez escreva uma ou outra
coisa.
Mas, vamos lá...
Polícia:
O policiamento, dentro e fora do estádio foi perfeito.
Soube que a PM através de sua segunda seção mapeou todos os
pontos considerados críticos em vários pontos da cidade...
Resultado: não ouvimos mais falar tanto em tiros, garrafadas
e troca de sopapos nos trajetos das duas torcidas, indo ou voltando do estádio.
Soube também, que há mais de quinze dias, a PM vem
elaborando um detalhado planejamento para por um fim a sandice de alguns
imbecis...
Em Goianinha, conseguiu e ontem, no Maria Lamas Farache
idem.
Alvinegros e alvirrubros assistiram em paz os dois jogos.
Ponto para a Polícia Militar.
No elevador:
Porém, com em todo jardim há espinhos, acabei passando por
uma situação deveras desagradável...
As pessoas às vezes me deixam com a sensação de que o planeta
viveria melhor sem a presença humana.
Entrei no elevador e comigo entraram uns 5 alvinegros, uma
senhora inclusive...
Engraçado, gosto dela...
Sempre foi educada, gentil e certamente dormiu num berço
nobre.
Entretanto, hoje, não sei por qual razão, ao entrar, depois
de me cumprimentar, disse:
- “Você só tem um defeito, é americano”...
Sorri e permaneci calado, mas posso afirmar que tenho muitos outros defeitos.
Ela então insistiu em dar continuidade a um ataque gratuito
e sem nenhuma razão...
- “Vocês americanos são uns insetos”...
Mantive o sorriso e permaneci quieto, mas um senhor que nada
tinha haver com conversa, intrometeu-se, dizendo:
- “Você tem razão minha querida, são insetos e devem ser
esmagados como tal”...
Bem, foi à gota d’água...
Calmamente, em tom baixo e respeitoso, olhei para os dois e
falei...
- “Não façam isso, não esmaguem e nem agridam a razão de
viver do ABC e de vocês”...
- “É por causa dos insetos vermelhos que vocês hoje têm um belo
estádio e podem vir passar um domingo entre amigos”...
- “Sem eles, os insetos, talvez estivessem em casa
entediados a assistir jogos de times que depois, viriam aqui esmagar vocês”.
A porta do elevador se abriu no segundo andar, segurei para
que todos saíssem e cumprimentei a senhora desejando boa sorte...
Sorri para o senhor intrometido e um rapaz que deixou por
último o elevador, agradeceu por eu segurar a porta e me disse que
não havia entendido a razão daquela conversa...
Olhei para ele e disse: nem eu!
Continuo a gostar dela, afinal, todos temos um dia ruim na
vida.
O jogo:
Quando abola rolou, deu para perceber que o jogo seria
tenso...
Normal...
O ABC tinha a mão na Taça e o América teria que suar muito
para mudar essa realidade.
Com o passar do tempo, percebi também, que não veria um jogo
técnico, mas sim, um jogo disputado, palmo a palmo...
O América como era de se esperar, foi para frente e o ABC,
ficou controlando os espaços para evitar qualquer penetração que fizesse algum
estrago no plano de desesperar o adversário à medida que o tempo corresse.
Deu certo...
O América mantinha uma falsa superioridade ao reter a bola
nos pés de seus jogadores...
Falsa, por que nada de produtivo acontecia...
Já o ABC, cozinhava o galo, mas quando buscava o ataque era
mais incisivo, digamos assim.
Em outras palavras: o América atacava, esbarrava no bem
articulado sistema defensivo do ABC e começava tudo outra vez.
Lá pelos 26 minutos, Berg entregou a bola para Adriano
Pardal – jogou muito bem, ontem – e este, cruzou para Washington livre, tocar
par o gol.
Incrível, mas nos últimos jogos do ABC, o Washington só
apareceu essa única vez...
Muito pouco para quem ganha tão bem e carrega uma fama tão
grande.
Depois do gol, o jogo voltou a ser o mesmo de antes...
O América com a bola, não sabia o que fazer com ela – Junior
Xuxa, parece que esgotou seu repertório – e o ABC quando a tomava, mantinha o
fogo brando...
No final, venceu quem foi mais competente...
Perdeu quem tinha que perder...
No vencedor, vi Camilo em grande forma, Alison jogando com a
mesma classe de sempre, Jerson dando qualidade ao meio campo, Raul discreto,
mais esforçado e Adriano Pardal, numa ótima tarde.
No perdedor, vi Fabinho, Jairo e Ricardo Baiano...
Os outros, não, pois eles não fizeram questão de aparecer.
O rescaldo:
Ao chegar a minha residência, soube que o técnico Flávio
Araújo havia entregado o cargo...
Normal, creio eu...
Perder três clássicos de carreirinha derruba qualquer um.
A queda de Flávio Araújo, no entanto, não resolve o problema
do América...
Tem muita gente por ali, que deveria aproveitar e também,
entregar as camisas e buscar novos ares.
Em relação ao ABC, a tarde não podia ser melhor...
Venceu o primeiro turno, ganhou o direito de estar na Copa
do Brasil em 2013, faturou o carro oferecido pela FNF ao campeão e Leandro
Campos continua a azucrinar a vida de seus críticos...
Por falar em Leandro Campos, uma coisa é certa...
Gostem ou não, o América já vai para a oitava partida sem
conhecer vitória, diante do treinador do ABC...
No meu tempo, isso se chamava freguesia.
2 comentários:
A atuação da PM foi péssima, como sempre.
Já virou tradição a depredação do patrimonio em dias de clássico.
Tanto os carros particulares que são apedrejados e destruídos pela torcida que sempre sai primeiro do estádio e sem qualquer companhia de policial, isto é, livre para o vandalismo que se reperte.
Dentro do estádio já virou uma coreografia os movimentos que a torcida americana faz visando derrubar o alambrado do estádio e depredar intencionalmente o patrimonio alheio, mais uma vez a policia assiste tudo inoperante.
Talvez, no dia que o nobre blogueiro tiver seu carro depredado por um torcedor americano deixe de se magoar por uma simples conversa de elevador.
Oq será que aconteceria com um ABCedista que entrasse num elevador com 5 santinhos da mafia.
Hipocrísia, de quem nasceu para ser vice e não se conforma em ser um derrotado.
É incrível como os torcedores classe A do ABC, aqueles que frequentam os camarotes, estão se tornando iguais aos agressivos torcedores americanos da ralé.
Sou torcedor do ABC, mas em um elevador dos camarotes se esperava um mínimo de classe dessa turma classe A, mas dinheiro nunca foi sinônimo de educação.
Classe A só no papel.
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