Não basta somente trocar o
presidente da CBF. Essa é apenas uma etapa.
Por Alberto Murray
A saída de Ricardo Teixeira da
CBF muito mais do que o fim de uma etapa, é o início de outra, cujos desafios
são enormes.
A renúncia do presidente da CBF está longe de ser a solução para
os problemas sérios, institucionais, do futebol do Brasil.
Isolada, a simples
mudança do homem que preside a entidade muda muito pouco.
A resignação de Teixeira deve vir
na esteira de alterações profundas que devem ocorrer na estrutura do esporte
mais popular do Brasil.
Claro que é importantíssimo que as contas da CBF sejam
transparentes, que os contratos com os patrocinadores tornem-se públicos, que
as relações com a classe política sejam pautadas pela correição mútua.
São
aspectos morais, regras de governança corporativa, que devem ser observadas.
Mas novas medidas administrativas
também são prementes.
É necessário redefinir todo o arcabouço do futebol. Rever
calendários, repensar os estaduais, a Copa do Brasil e o Brasileirão, as
seleções de base e a própria seleção principal.
É necessário dar ênfase à
criação de uma Liga Nacional, dirigida pelos próprios clubes, a quem caberia à
organização livre e soberana dos torneios nacionais.
A CBF teria a atribuição
de cuidar apenas das seleções nacionais, da base até a principal.
Deveria ter,
também, projetos sociais amplos ligados ao futebol, o que poderia realizar em
cooperação com os níveis de governo.
Esses mesmos projetos poderiam servir para
descobrir talentos.
O ideal seria que o novo
presidente tivesse a sensibilidade de compreender a necessidade de ampla
reformulação e convocar eleições, para que gente nova assumisse essas
atribuições.
Nenhum comentário:
Postar um comentário