Ídolos têm ídolos?
Quase sempre, mas poucos, depois
de tornarem ídolos, confessam.
Lionel Messi tem um e não esconde
de ninguém...
Pablo Aimar.
Há uma história que
poderia ter ficado conhecida apenas no mundo do futebol argentino.
Felizmente, transpôs fronteiras.
Quando Pablo Aimar chegou ao
River Plate, Daniel Passarela era o diretor técnico do time e logo, usando uma
expressão tipicamente argentina o classificou de “Pelotero”.
Talvez, “pelotero” seja algo como
o nosso “boleiro”, mas não é bem assim.
Enquanto o “boleiro” é um misto
de gênio e pilantra, para os argentinos, o “pelotero” é o amante incondicional do
jogo, apenas do jogo.
Passarela costumava dizer que
Aimar odiava as traves, pois elas significavam o fim do campo, o fim do jogo.
Aimar segundo Passarela nunca
jogou para ganhar, ele nunca foi um competidor...
Aimar joga por jogar,
simplesmente pelo prazer de estar ali.
Para ele não nunca importou contra
quem ia jogar, aonde ia jogar ou que campeonato ia disputar.
Tanto fazia ser um coletivo, um
amistoso ou a final de um mundial.
Foi isso que me ver em Aimar um
modelo a seguir, disse Messi certa vez.
Muitos o julgaram de forma
injusta, pois Aimar não tinha gana de fazer gols, mas sempre adorou ser aquele
que desmontava defesas e depois, entregava a bola para que outro a empurrasse
para as redes.
Perguntem a Javier Saviola...
Saviola não conta os gols que fez
graças aos passes sempre precisos de Aimar.
Não foi a toa que o mítico Enzo
Francescoli certa vez ao terminar um treino disse: “cuidem bem delem, pois ele
joga e faz jogar”.
Porém, Messi ao continuar a falar
de Pablo Aimar, acendeu uma luz sobre seu próprio comportamento...
Ele é discreto, tranquilo e distante
do mundo das badalações...
Não o procurem nas fotos das
festas realizadas após as vitórias...
Não vão encontra-lo.
Aimar sempre amou o jogo e a bola
e, por isso, nunca lhe incomodou a falta de reconhecimento...
Aimar só chorou quando as lesões
interromperam momentos importantes em sua trajetória...
Porém, se enganam os que pensam
que essas lágrimas eram lamentações por contratos milionários perdidos...
Para ele, as lesões tornavam seus
dias vazios, longe da bola.
Hoje, aos 32 anos, ele continua
discreto, feliz e ainda zomba das traves.
Texto baseado no artigo de Juan
Gimenéz Garcia da Revista Don Balón.
Um comentário:
Que texto ! Realmente nota dez.
Cordialmente,
José Leonardo.
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