quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Pelo Flamengo, tudo... até mesmo tapar o sol com a peneira, vale.





Sempre considerei os narradores de futebol, artistas…

É função deles, dar ao jogo emoção, mesmo diante da mais tenebrosa pelada.

Os admiro e confesso que tenho alguma frustração por nunca ter conseguido fazer algo parecido.

Tentei algumas vezes em casa, mas foi tão ruim, que desisti.

Entretanto, algumas coisas me incomodam...

No vídeo acima, uma dessas coisas está tão cristalina e nem seria preciso escrever sobre elas para os ouvintes mais críticos.

Nos dois gols do Vasco, o goleiro Felipe falha clamorosamente...

No primeiro um chute de longa distância, em linha reta, é espalmado pelo goleiro flamenguista como se ele fosse um amador numa animada pelada na fazenda de amigos.

Mas reparem que o narrador, para poder retirar o peso da falha diz que o chute de Juninho foi perigoso, venenoso (?)...

No segundo, a cabeçada a queima roupa certamente iria proporcionar uma rebatida, mas não daquele jeito...

Qualquer um que tenha jogado pelo menos umas dez partidas no gol, aprendeu que nessas situações, os punhos devem ser cerrados para que a bola ao tocá-los ganhe altura ou velocidade...

Mãos abertas sem saber se pegam ou estapeiam a bola, acabam provocando uma rebatida onde a bola fica lenta e não se afasta do gol...

Vá lá que a zaga do Flamengo tenha vacilado na cobertura, mas essa seria uma ótima desculpa para o goleiro da animada pelada na fazenda e nunca para um profissional jogando no nível que Felipe joga.

Entretanto, mais uma vez o narrador entra em cena e se já não fosse bastante, recebe o apoio incondicional do comentarista...

Comentarista: “Na cabeçada do Fagner, o milagre do Felipe”...

Comentarista: “o Felipe fez uma defesa maravilhosa, o Diego Souza acompanhando não teve trabalho”...

Tá bom...

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo... mesmo, quando fica claro que se está sendo Flamengo em demasia.


Um comentário:

Anônimo disse...

Mesmo como torcedor do Flamengo concordo plenamente caro Fernando. E acrescentaria ao seu comentário o "elogio" do comentarista Júnior após a perda de um gol praticamente feito pelo Deivid: "E ele está jogando bem."
Os caras se excedem no protecionismo.
ADAIL PIRES