Sempre considerei os narradores
de futebol, artistas…
É função deles, dar ao jogo
emoção, mesmo diante da mais tenebrosa pelada.
Os admiro e confesso que tenho
alguma frustração por nunca ter conseguido fazer algo parecido.
Tentei algumas vezes em casa, mas
foi tão ruim, que desisti.
Entretanto, algumas coisas me incomodam...
No vídeo acima, uma dessas coisas
está tão cristalina e nem seria preciso escrever sobre elas para os ouvintes
mais críticos.
Nos dois gols do Vasco, o goleiro
Felipe falha clamorosamente...
No primeiro um chute de longa
distância, em linha reta, é espalmado pelo goleiro flamenguista como se ele
fosse um amador numa animada pelada na fazenda de amigos.
Mas reparem que o narrador, para
poder retirar o peso da falha diz que o chute de Juninho foi perigoso, venenoso
(?)...
No segundo, a cabeçada a queima
roupa certamente iria proporcionar uma rebatida, mas não daquele jeito...
Qualquer um que tenha jogado pelo
menos umas dez partidas no gol, aprendeu que nessas situações, os punhos devem
ser cerrados para que a bola ao tocá-los ganhe altura ou velocidade...
Mãos abertas sem saber se pegam
ou estapeiam a bola, acabam provocando uma rebatida onde a bola fica lenta e
não se afasta do gol...
Vá lá que a zaga do Flamengo
tenha vacilado na cobertura, mas essa seria uma ótima desculpa para o goleiro
da animada pelada na fazenda e nunca para um profissional jogando no nível que
Felipe joga.
Entretanto, mais uma vez o
narrador entra em cena e se já não fosse bastante, recebe o apoio incondicional do
comentarista...
Comentarista: “Na
cabeçada do Fagner, o milagre do Felipe”...
Comentarista: “o
Felipe fez uma defesa maravilhosa, o Diego Souza acompanhando não teve trabalho”...
Tá bom...
Uma vez Flamengo, sempre
Flamengo... mesmo, quando fica claro que se está sendo Flamengo em demasia.
Um comentário:
Mesmo como torcedor do Flamengo concordo plenamente caro Fernando. E acrescentaria ao seu comentário o "elogio" do comentarista Júnior após a perda de um gol praticamente feito pelo Deivid: "E ele está jogando bem."
Os caras se excedem no protecionismo.
ADAIL PIRES
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