quarta-feira, agosto 10, 2016

O rúgbi feminino do Brasil dá um passo à frente...

O impacto econômico da vitória do rúgbi feminino brasileiro na Olimpíada

A vitória das meninas do Brasil contra o Japão as coloca em nono lugar no ranking mundial – isso gera uma economia de R$ 3 milhões anuais para a CBRu e dobra o número de partidas no circuito mundial

Por Rodrigo Capelo para revista Época.

A seleção brasileira feminina de rúgbi de sete venceu o Japão por 33 a 5 nesta segunda-feira (8).

Com o placar, assegurou o nono lugar nos Jogos Olímpicos.

Pode soar esquisito, mas a colocação na Olimpíada é o de menos.

A vitória faz com que as brasileiras ultrapassem as japonesas no ranking mundial da modalidade, e isso tem um impacto econômico.

Os jogos do rúgbi feminino do Brasil no circuito mundial passam a ser bancados pela World Rugby, a entidade internacional que organiza o rúgbi no mundo, e dobra o número de partidas que as atletas disputam durante o ano.

Antes da Olimpíada carioca, a Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) tinha de pagar viagem, hospedagem e alimentação para as atletas brasileiras que iam ao exterior disputar três jogos por temporada, dos quais elas eram convidadas.

O oitavo lugar no ranking mundial dá a elas o status de equipe fixa do circuito.

A quantidade de partidas salta de três para seis e os custos são absorvidos pela World Rugby. Consequentemente, o valor que a confederação brasileira gastava com as idas para competições fora do Brasil passa a ser investido no desenvolvimento do esporte.

“Para você ter uma ideia, cada viagem para o exterior custa em torno de US$ 150 mil. Vamos falar em R$ 500 mil. Se você fala em seis etapas, são R$ 3 milhões. É muito dinheiro”, diz Samy Arap Sobrinho, presidente da CBRu, logo após a vitória sobre o Japão.

O dinheiro economizado vai para bolsas de atletas brasileiras e para o “entorno” delas: equipamentos de acompanhamento de performance, softwares, sistemas de jogo, técnicos estrangeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, enfim, a estrutura que as meninas, ainda amadoras, usam para treinar e jogar rúgbi no Brasil.

O rúgbi masculino brasileiro ainda está distante do mesmo feito.

Os rapazes, entre os 30 melhores do mundo, de acordo com o dirigente da CBRu, só se tornariam equipe fixa do World Series se chegassem a 16ª melhor equipe do planeta.

As mulheres estão à frente.

Nenhum comentário: