quinta-feira, junho 21, 2007

Somos ricos de recursos, mas pobres de idéias...

Concordo com você meu nobre amigo Lupercio, concordo sem tirar nem por, concordo por que discordar seria me juntar ao que adoram o papel da vitima, aos vendedores da falsa idéia de que tudo conspira contra nós com se fossemos um estorvo na vida do resto da nação. Não somos pobres, somos mal administrados, não somos coitados, somos vitimas da inépcia e da postura submissa de nossas elites políticas em relação aos seus pares de outras paragens. Pobre Lupercio é o Liechtenstein, país com 160 quilômetros de área, com 34.247 habitantes e que apenas 2% da força de trabalho se encontra no campo. Pequeno em tamanho, escasso em população e com parcos recursos naturais, esse enclave entre a Áustria e a Suíça é grande em homens, em idéias e soluções criativas. Não é a toa que seu PIB consegue projetar uma renda per capita de 25.000 dólares. Pobres são a Noruega, a Dinamarca, a Finlândia, a Suécia e a Islândia. Esse quinteto foi buscar na tecnologia o caminho para o sucesso e não ficou a lamentar-se das inóspitas condições climáticas que a natureza lhes impôs... Você conhece algum programa de combate ao gelo patrocinado por algum deles Lupercio? Não... Com certeza não. Portanto meu caro amigo é preciso dar um basta a essa cantilena medíocre de que somos pobres e perseguidos... Se o governo central não nos dá a devida importância é por saber que nossos representantes no congresso são submissos, é por ter certeza absoluta que qualquer carguinho mambembe ofertado garante o voto necessário no plenário tanto da câmara quanto do senado. Não somos pobres, pobres são os que perderam Fernando de Noronha para Pernambuco, que querem um aeroporto de porte internacional sem conseguir apresentar um projeto de viabilidade econômica para o mesmo. Pobres são os que nunca foram capazes de sonhar com um porto e por falta dele viram a refinaria ir para terras pernambucanas... É Lupercio, não somos perseguidos, somos incompetentes, somos deslumbrados e não me venham dizer que não podiam imaginar que essas coisas seriam um dia necessárias, pois o Estados Unidos da América já sabiam da importância estratégica e econômica das terras dos Potiguares, desde a última grande guerra mundial. Não foi por acaso que escolheram Natal e o Rio Grande do Norte como ponto de partida para a reconquista da Europa.

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