domingo, julho 27, 2008

Se não é para durar, então, qualquer um pode ocupar o lugar...

METÁFORA ESPORTIVA

Por Horacio Accioly.
(Mestre em Edução Fisica e Esportes pela USP e Doutor em Educação pela UFRN)


Não se pode elogiar! Foi só pensar e dizer que o Governo do Estado havia acertado na escolha de Maria Magnólia para a Secretaria de Esporte e no dia seguinte veio a ducha de água fria. Usarei uma metáfora para explicar melhor meu julgamento
Suponhamos que uma técnica em corridas de revezamento de uma equipe do nosso Estado, resolvesse escalar seu time para disputar uma prova final de 4 X 400m, misto. Evidentemente ela queria ser campeã e não seria difícil, pois tem à sua disposição um elenco de atletas de alto nível, muitos bem preparados e prontos para ganhar a importante competição.
Com muito bom senso, começa optando por Magnólia para abrir a prova, até porque ela e uma campeoníssima nos 400 metros rasos. Faltaria, ainda, escolher, com o mesmo critério e sensatez, seus outros três parceiros. Após a realização da corrida era só correr para a galera e botar a medalha no peito. Mas eis que aparece, na última hora, o presidente de um clube filiado a federação de atletismo, com o qual ela, a dita técnica, tem fortes relações políticas alheias aos interesses esportivos, e exige que seu sobrinho, um atleta promissor, mas pertencente a categoria juvenil, faça parte daquela competição, integrando a equipe de alto nível que estava sendo montada. De pronto, a competente mais insensível treinadora aceita a imposição e escala o garoto para a prova. Pergunto eu a você, meu caro leitor: qual a probabilidade de vitória dessa equipe?
Mesmo que os outros dois a serem escolhidos para compor o time sejam excelentes atletas, o inexperiente garoto fatalmente irá prejudicar o desempenho do grupo. Não existe alternativa diferente. Esse tipo de competição exige que todos atuem, dando o melhor de sua forma. Não dá para carregar ninguém nas costas. Em um determinado momento todos terão que receber e passar o bastão e em alta velocidade. Ao que tudo indica, Magnólia vai ter que redobrar seus esforços para compensar a deficiência.
Pois é. Infelizmente é assim que tratam o esporte do Rio Grande do Norte. Vamos esperar que eu esteja enganado, que o menino seja um prodígio e faça aquilo que não fez no futebol, quando seus familiares, usando os mesmos artifícios, repito, alheios ao esporte, o colocaram para dirigir uma federação e ele nada fez. Até quando estaremos sujeitos a esse tipo de intervenção, legal mas ilegítima e tão prejudicial ao nosso esporte?
Do blog:

Gostaria apenas de acrescentar apenas isto:
Há muito se foram os estadistas, aquelas figuras, que tinham projetos políticos e que planejavam uma cidade, um estado e um país para as futuras gerações.
Há muito os que “escalam as paredes do poder”, deixaram de pensar em seus pósteros.
Manter-se no poder, é mais importante que a construção de um futuro. Ganhar uma eleição, é mais importante que fazer história e, se para tal, for necessário todo o tipo de concessões, que se danem os escrúpulos, os conflitos de consciência ou qualquer outra coisa que esteja “abaixo do pragmatismo maquiavélico”, onde os meios sempre justificam os fins.
Nesse caso especifico, ficou claro que a incompetência compensa e que melhor que ter no lugar certo, a pessoa certa, é “sacrificar” a razão para que a vaidade satisfeita mantenha dócil a fidelidade de ocasião.

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