Chegou vestido de verde trazendo nas mãos uma caixa cheia de cerveja, foi logo abrindo a geladeira e acomodando suas preciosidades, depois agachou e começou “fuçar” a geladeira e a cada movimento de cabeça, emitia sons de desaprovação.
Terminada sua busca, virou-se e disse com a cara mais limpa: “Poxa Amaral, não tem azeitona preta, não tem provolone e esse queijo prato que está aqui, não dura nem os 10 primeiros minutos do jogo”...
Olhei e disse singelamente: “Tem batata frita em pacote... Quer”?
Meu amigo correu para a sala e de lá mandou: “Traz mão de vaca”!
Após essa sessão de criticas a falta de inutilidades degustativas, começou a falar do seu encanto pelo futebol nigeriano e de seu ódio pelos vizinhos argentinos.
Disse que o futebol da Nigéria era parecido com o nosso e que sua ginga era fruto de sua musicalidade, tão cheia de batuque como nosso samba.
Empolgado falou que a Argentina produzia bons jogadores, mas nenhum jamais se igualaria a Pelé (ele não viu Pelé jogar) e que Di Stefano (esse então, nem pensar), era uma invenção da imprensa fanática da argentina (a nossa imprensa é muito ponderada) e dos jornalistas puxa saco da Espanha, onde Di Stefano jogou.
Tomado de excitação falou do Santos dos anos 60 (outro que só conhece por fotografia) e da superioridade de nossos clubes (o Boca Juniors é depois do Real Madrid, o maior detentor de títulos importantes no mundo).
Com não podia deixar de ser, baixou o cacete no Maradona e afirmou que o Messi não amarrava aas chuteiras do Souza nos bons tempos (ele é americano).
Assim que o jogo começou, entrou em transe e a cada lance a favor dos nigerianos seu coração parecia que ia saltar boca (sem trocadilho) a fora...
As latas de cerveja eram consumidas a goles longos e o queijo, se foi em menos de cinco minutos.
Já a batatinha chegava aos pedaços a sua cavidade bucal.
Quieto, assisti a Argentina ir aos poucos envolvendo o esforçado futebol da Nigéria e ao término da partida olhei para o meu amigo que transtornado permaneceu em silencio sepulcral...
Depois de algum tempo, exclamou: “Que merda! Esses filhos da puta são bi-campeões olímpicos”.
Não fiquei preocupado com essa afirmação, pois aprendi ao longo do tempo que nós brasileiros temos o hábito de usar o palavrão como forma de elogio disfarçado em ódio.
Terminada sua busca, virou-se e disse com a cara mais limpa: “Poxa Amaral, não tem azeitona preta, não tem provolone e esse queijo prato que está aqui, não dura nem os 10 primeiros minutos do jogo”...
Olhei e disse singelamente: “Tem batata frita em pacote... Quer”?
Meu amigo correu para a sala e de lá mandou: “Traz mão de vaca”!
Após essa sessão de criticas a falta de inutilidades degustativas, começou a falar do seu encanto pelo futebol nigeriano e de seu ódio pelos vizinhos argentinos.
Disse que o futebol da Nigéria era parecido com o nosso e que sua ginga era fruto de sua musicalidade, tão cheia de batuque como nosso samba.
Empolgado falou que a Argentina produzia bons jogadores, mas nenhum jamais se igualaria a Pelé (ele não viu Pelé jogar) e que Di Stefano (esse então, nem pensar), era uma invenção da imprensa fanática da argentina (a nossa imprensa é muito ponderada) e dos jornalistas puxa saco da Espanha, onde Di Stefano jogou.
Tomado de excitação falou do Santos dos anos 60 (outro que só conhece por fotografia) e da superioridade de nossos clubes (o Boca Juniors é depois do Real Madrid, o maior detentor de títulos importantes no mundo).
Com não podia deixar de ser, baixou o cacete no Maradona e afirmou que o Messi não amarrava aas chuteiras do Souza nos bons tempos (ele é americano).
Assim que o jogo começou, entrou em transe e a cada lance a favor dos nigerianos seu coração parecia que ia saltar boca (sem trocadilho) a fora...
As latas de cerveja eram consumidas a goles longos e o queijo, se foi em menos de cinco minutos.
Já a batatinha chegava aos pedaços a sua cavidade bucal.
Quieto, assisti a Argentina ir aos poucos envolvendo o esforçado futebol da Nigéria e ao término da partida olhei para o meu amigo que transtornado permaneceu em silencio sepulcral...
Depois de algum tempo, exclamou: “Que merda! Esses filhos da puta são bi-campeões olímpicos”.
Não fiquei preocupado com essa afirmação, pois aprendi ao longo do tempo que nós brasileiros temos o hábito de usar o palavrão como forma de elogio disfarçado em ódio.
Principalmente, quando não suportamos ter que admitir que o outro foi melhor.
Quando meu amigo partiu, fiquei arrumando a bagunça e pensando cá com meus botões: ele torceu pela Nigéria não por admiração aos nigerianos, mas por ódio (inveja) aos argentinos... Elogiou o futebol da Nigéria sem sequer saber quantos e quem são os times que por lá jogam...
Não tem a menor idéia de como é disputado o campeonato nigeriano e nem sabe mais do que dois ou três nomes de jogadores do país africano.
Suas criticas aos argentinos foi mera ressonância do que houve e lê a anos na imprensa brasileira e, ao afirmar que os estilos de jogar são próximos, e que esse estilo de jogar era calcado na cadencia musical, cometeu o pior dos crimes...
Quando meu amigo partiu, fiquei arrumando a bagunça e pensando cá com meus botões: ele torceu pela Nigéria não por admiração aos nigerianos, mas por ódio (inveja) aos argentinos... Elogiou o futebol da Nigéria sem sequer saber quantos e quem são os times que por lá jogam...
Não tem a menor idéia de como é disputado o campeonato nigeriano e nem sabe mais do que dois ou três nomes de jogadores do país africano.
Suas criticas aos argentinos foi mera ressonância do que houve e lê a anos na imprensa brasileira e, ao afirmar que os estilos de jogar são próximos, e que esse estilo de jogar era calcado na cadencia musical, cometeu o pior dos crimes...
O crime do senso comum!
O futebol chegou à Nigéria pelas mãos dos ingleses (assim como em quase todo o mundo), os nigerianos adaptaram o jogo às suas características (assim como todo o mundo), mas mantiveram a objetividade, a força física e o gol como principal objetivo.
Em relação à música, não é a música deles que se parece com a nossa...
O futebol chegou à Nigéria pelas mãos dos ingleses (assim como em quase todo o mundo), os nigerianos adaptaram o jogo às suas características (assim como todo o mundo), mas mantiveram a objetividade, a força física e o gol como principal objetivo.
Em relação à música, não é a música deles que se parece com a nossa...
É a nossa que se baseou na deles, pois quem trouxe para o Brasil os instrumentos de percussão e os tocou de forma livre, espontânea e dançante foram os africanos...
Nós copiamos e adaptamos às nossas características.
E para finalizar, os argentinos também receberam a bola dos ingleses, também adaptaram ao seu estilo, mas mantiveram o compasso, a sincronia e a marcação rígida do tango em sua forma de jogar.
O tango é música sensual, cheia de paixão e alma!
Talvez por isso, os argentinos joguem um futebol tão apaixonado e tão aguerrido, pois nada é mais aguerrido que um homem cujo coração transborda de paixão.
Se na derrota os argentinos são melancólicos como as letras de Gardel, nas vitórias batem os bumbos no compasso militar, mas ao fundo se pode escutar o bandoneón de Piazolla.
Nós copiamos e adaptamos às nossas características.
E para finalizar, os argentinos também receberam a bola dos ingleses, também adaptaram ao seu estilo, mas mantiveram o compasso, a sincronia e a marcação rígida do tango em sua forma de jogar.
O tango é música sensual, cheia de paixão e alma!
Talvez por isso, os argentinos joguem um futebol tão apaixonado e tão aguerrido, pois nada é mais aguerrido que um homem cujo coração transborda de paixão.
Se na derrota os argentinos são melancólicos como as letras de Gardel, nas vitórias batem os bumbos no compasso militar, mas ao fundo se pode escutar o bandoneón de Piazolla.
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