sábado, janeiro 02, 2010

Amor, amor, negócios a parte...

Charge: Gustavo Duarte



Hoje acordei cedo, corri para a janela e, nada – absolutamente nada havia mudado!


O sol continuava no mesmo lugar, o céu permanecia com a mesma cor, as nuvens tinham a mesma textura e às árvores, ainda exibiam o mesmo verde de sempre...


Um tanto quanto confuso, me dirigi ao espelho do banheiro e lá esta eu, com a mesma cara de sempre!


Pois é, entrei em 2010 e tudo permanece como antes – tudo, absolutamente tudo!


Ops...


Alguma coisa mudou sim...


Como pude não me lembrar disso?


A loteria premiou dois brasileiros, que agora, podem ir e vir, e ainda por cima, mandar uns 90% da humanidade, ir coçar macaco...


Felizes são eles, tomara saibam usar essa grana para comprar umas passagens, uns ingressos e, curtirem a Premier League – lá o futebol é empresa e, por isso, nada mais natural que empresários sejam donos das equipes de futebol...


Funciona assim: o cara chega, pergunta o preço e se achar que vale a pena, compra tudo – tudo mesmo...


Sede, estádio, time e qualquer coisa que se relacione com o clube adquirido...


Tudo claro, tudo limpo, tudo declarado...


Agora, se estiverem “lavando” uma grana, correm o risco de perder seus trocados e ainda ter que responder ao governo de sua majestade as razões de escolher a Inglaterra para deixar “clean” seus milhões.


Já por aqui, não é assim não senhor – nosso futebol é feito por homens bons, apaixonados, dedicados, desinteressados e incondicionalmente envolvidos com o clube que amam...


Esse amor é tanto, essa dedicação é tanta, que alguns desses nobres senhores, se tornam agentes, ou “compram direitos econômicos” de jovens promessas das categorias de base, apenas para garantir que seu amado clube nada perca numa futura negociação...


Qualquer acordo futuro será feito por quem ama o clube e não, por um desconhecido...


Porém, se na hora da divisão dos lucros, o clube ficar com 30, o jogador com 10 e o dirigente samaritano ficar com 50, não há por que reclamar...


Lembre que ele, o dirigente samaritano foi quem “bancou” os vales transporte do moleque, fez a feira para os pais do futuro craque e até arrumou um emprego em sua empresa para o irmão sempre desempregado de seu pupilo...


Não sejamos injustos...


Ninguém quis se sacrificar, orientando e carregando a família do moleque nas costa...


O clube não sabe como negociar e nem tem os contatos certos...


Portanto, o dirigente, agora, dublê de empresário, fez esse enorme sacrifício...


Então, nada mais justo que ele fique com a parte do leão...


Ou seria a do rato?

Um comentário:

Anônimo disse...

Responda em silêncio: Flávio Anselmo?