quinta-feira, março 22, 2012

Um salto de qualidade...



Sugestão do Diário Lance, publicado no blog do Juca Kfouri e republicado aqui como forma de expressar minha total concordância com a ideia.


1- UMA NOVA GESTÃO

Mudança estatutária criando o Conselho de Administração (CA), abaixo do qual se situaria a diretoria executiva, profissional, responsável pela gestão cotidiana.

O CA, formado por brasileiros de alta reputação e compaixão pelo futebol, não tem remuneração e tem a responsabilidade de contratar e demitir a diretoria, além da condução das grandes estratégias para o crescimento do futebol do Brasil.

A eleição do próximo presidente da CBF seria a última de um só nome. 

Nas próximas, se candidatariam chapas, já com os nomes dos conselheiros. 

O número de conselheiros deve ser de 6 a 8, sendo que o presidente do CA tem o voto de desempate.

Este primeiro CA teria um mandato “Constituinte”, absolutamente alinhado com necessidade de revisão dos estatutos no sentido de, democraticamente apontar caminhos para o desenvolvimento do futebol brasileiro.

Ao contrário do sistema atual, os clubes que disputarem no ano da eleição da CBF uma das quatro séries do Campeonato Brasileiro terão direito a voto e a indicação de nomes para a composição das chapas que disputarem as eleições.

2 – O USO DAS RECEITAS

Parcela importante da receita bruta da CBF (no mínimo 50%) passará a ser direcionada pelo seu estatuto, sem passar pelos cofres da entidade, para um FUNDO DE FOMENTO AO FUTEBOL que financie clubes e competições entre clubes promovidas pela CBF. 

O FFF teria uma forma de gestão compartilhada entre a confederação e os clubes, a ser definida em norma.

Seria tarefa deste FFF contribuir com a contrapartida que alguns clubes possam necessitar para viabilizar a construção de Centros de Treinamento, a estruturação das divisões de base e a construção ou reforma de estádios de modo a atender às novas exigências legais e às demandas de conforto e segurança. 

Parte dos recursos seria empregada, ainda, no pagamento integral de despesas de passagens, hospedagem e arbitragem das terceira e quarta divisões do Campeonato Brasileiro, o que vai significar economia para os clubes e aumentar a competitividade destas divisões de acesso.

A CBF estaria limitada em seus gastos de administração e operação a, no máximo, a parcela de receitas que entrasse nos seus cofres, sendo vetado aos seus executivos à realização de déficit orçamentário. 

A entidade deve apresentar e fazer publicar, trimestralmente, o seu balanço econômico/financeiro, como o fazem as maiores empresas – inclusive no site da entidade.

3- O PAPEL SOCIAL

Às atividades profissionais da CBF, prioritárias devem ser agregada uma forte atuação social, usando o futebol como ferramenta de inclusão, especialmente voltada para crianças e adolescentes e de acordo com políticas nacionais de incentivo à prática esportiva. 

Deve também viabilizar a presença nos estádios, formando os torcedores do futuro. 

Será obrigação da entidade a publicação regular do balanço social, como é norma das empresas mais modernas do país.

4- A MUDANÇA DO CALENDÁRIO

Mudança no calendário para adaptá-lo ao dos grandes eventos de clubes e seleções e ao modelo praticado na maior parte do mundo é tarefa urgente. 

O aproveitamento ideal do calendário atual está comprometido por não termos férias no meio do ano, pela realização das competições continentais (Libertadores e Copa Sul-Americana) simultaneamente no mesmo semestre e pela ausência de clubes importantes da primeira divisão na Copa do Brasil.

Além disso, o fato de que a Copa do Mundo, a Copa América e os Jogos Olímpicos serem disputados no meio do ano impõe que se paralise as competições mais importantes do país, perdendo os clubes importante período de atividade e comprometendo sua saúde econômica.

Esse novo calendário deve ter um período de pré-temporada, aliado com os países europeus permitindo aos times brasileiros excursionarem e, com isso, propagarem suas marcas globalmente, valorizando-as.

Medida que terá efeito imediato no aumento de patrocínios e estimulará o consumo de produtos brasileiros em todo o mundo.

Os estaduais e/ou regionais serão realizados no início de temporada e não poderão exceder a dez datas, livrando assim os clubes de primeira e segunda divisão de disputarem um excessivo número de jogos com prejuízos econômicos, fruto do desinteresse crescente dos torcedores.

5- A FORMAÇÃO DAS LIGAS

A CBF deve ter o compromisso de fomentar a criação e de atuar em harmonia com uma Liga Nacional de clubes, nos moldes dos países europeus. 

É a única maneira de termos no futuro os nossos clubes entre os maiores do mundo. 

Para tanto, o calendário e o sistema de disputa são peças essenciais, mas não suficientes para globalizar os times do Brasil.

Com a Liga, poderemos ampliar a nossa fatia nas fortunas do futebol mundial, fortalecendo as marcas dos clubes e arrecadando receitas de televisionamento e merchandising por todo o planeta. 

Os nossos campeonatos não são exibidos no exterior da forma como deveriam ser por que nunca foram pensados de fato para tal objetivo.

O futebol de clubes gera muito mais recursos que o de Seleções, que tem na Copa do Mundo sua maior atração, de quatro em quatro anos. 

A Champions League, só de TV, fatura quase o dobro que a Copa do Mundo, medindo-se períodos de quatro anos.

Somente teremos condições de manter aqui uma parcela significativa dos nossos craques se passarmos a rivalizar em importância com as competições mais bem-sucedidas do mundo e com os clubes mais fortes.

Este talvez deva ser o maior gol que a CBF pode marcar num cenário de cinco anos.

6- SEGURANÇA NOS ESTÁDIOS

A falta de proteção e conforto é o maior entrave para o aumento de público nos estádios. 

A CBF deve ser a maior articuladora e cobradora da implementação das novas políticas de segurança para o torcedor, seja cobrando do Judiciário o bom funcionamento dos tribunais de rito sumário para os estádios, seja articulando nacionalmente, com reduções de custos, itens como seguro de acidentes, assistência médica nos eventos, entre outras medidas. 

O resultado disso será a maior presença de famílias e um verdadeiro espetáculo de entretenimento, como deve ser o futebol.

7- NOVA ARBITRAGEM

A CBF deve trabalhar para criar a profissão de árbitro no país. 

Todos os que gravitam no futebol são profissionais, hoje em dia, menos os árbitros. 

Deve-se ampliar os investimentos na capacitação desses profissionais. 

Há de se garantir, ainda, a plena independência da comissão de arbitragem da entidade, submetendo o seu dirigente à aprovação do Conselho de Administração e criando mecanismos que impeçam formas de pressão e garantam a lisura do processo.

8- A JUSTIÇA DESPORTIVA

A Justiça Desportiva deve ser um braço do Judiciário Federal, remunerada em orçamento, e autônoma em relação às Federações e Confederações.

9- COMBATE À PIRATARIA

A CBF deve ter o compromisso prioritário de combater a pirataria dos produtos oficiais dos clubes, por meio de gestão política para se estabelecer convênios com a Secretaria da Receita Federal e com o Confaz visando a um aumento da arrecadação dos Estados e da União. 

Poderia se estabelecer um percentual de contribuição dos clubes/fabricantes para programas sociais, assim gerando um incentivo.


Nenhum comentário: