Sugestão do Diário Lance,
publicado no blog do Juca Kfouri e republicado aqui como forma de expressar
minha total concordância com a ideia.
1- UMA NOVA GESTÃO
Mudança estatutária criando o
Conselho de Administração (CA), abaixo do qual se situaria a diretoria
executiva, profissional, responsável pela gestão cotidiana.
O CA, formado por brasileiros de
alta reputação e compaixão pelo futebol, não tem remuneração e tem a
responsabilidade de contratar e demitir a diretoria, além da condução das
grandes estratégias para o crescimento do futebol do Brasil.
A eleição do próximo presidente
da CBF seria a última de um só nome.
Nas próximas, se candidatariam chapas, já
com os nomes dos conselheiros.
O número de conselheiros deve ser de 6 a 8,
sendo que o presidente do CA tem o voto de desempate.
Este primeiro CA teria um mandato
“Constituinte”, absolutamente alinhado com necessidade de revisão dos estatutos
no sentido de, democraticamente apontar caminhos para o desenvolvimento do
futebol brasileiro.
Ao contrário do sistema atual, os
clubes que disputarem no ano da eleição da CBF uma das quatro séries do
Campeonato Brasileiro terão direito a voto e a indicação de nomes para a
composição das chapas que disputarem as eleições.
2 – O USO DAS RECEITAS
Parcela importante da receita
bruta da CBF (no mínimo 50%) passará a ser direcionada pelo seu estatuto, sem
passar pelos cofres da entidade, para um FUNDO DE FOMENTO AO FUTEBOL que
financie clubes e competições entre clubes promovidas pela CBF.
O FFF teria uma
forma de gestão compartilhada entre a confederação e os clubes, a ser definida
em norma.
Seria tarefa deste FFF contribuir
com a contrapartida que alguns clubes possam necessitar para viabilizar a
construção de Centros de Treinamento, a estruturação das divisões de base e a
construção ou reforma de estádios de modo a atender às novas exigências legais
e às demandas de conforto e segurança.
Parte dos recursos seria empregada,
ainda, no pagamento integral de despesas de passagens, hospedagem e arbitragem
das terceira e quarta divisões do Campeonato Brasileiro, o que vai significar
economia para os clubes e aumentar a competitividade destas divisões de acesso.
A CBF estaria limitada em seus
gastos de administração e operação a, no máximo, a parcela de receitas que
entrasse nos seus cofres, sendo vetado aos seus executivos à realização de déficit
orçamentário.
A entidade deve apresentar e fazer publicar, trimestralmente, o
seu balanço econômico/financeiro, como o fazem as maiores empresas – inclusive
no site da entidade.
3- O PAPEL SOCIAL
Às atividades profissionais da
CBF, prioritárias devem ser agregada uma forte atuação social, usando o futebol
como ferramenta de inclusão, especialmente voltada para crianças e adolescentes
e de acordo com políticas nacionais de incentivo à prática esportiva.
Deve
também viabilizar a presença nos estádios, formando os torcedores do futuro.
Será obrigação da entidade a publicação regular do balanço social, como é norma
das empresas mais modernas do país.
4- A MUDANÇA DO CALENDÁRIO
Mudança no calendário para
adaptá-lo ao dos grandes eventos de clubes e seleções e ao modelo praticado na
maior parte do mundo é tarefa urgente.
O aproveitamento ideal do calendário
atual está comprometido por não termos férias no meio do ano, pela realização
das competições continentais (Libertadores e Copa Sul-Americana)
simultaneamente no mesmo semestre e pela ausência de clubes importantes da
primeira divisão na Copa do Brasil.
Além disso, o fato de que a Copa
do Mundo, a Copa América e os Jogos Olímpicos serem disputados no meio do ano
impõe que se paralise as competições mais importantes do país, perdendo os
clubes importante período de atividade e comprometendo sua saúde econômica.
Esse novo calendário deve ter um
período de pré-temporada, aliado com os países europeus permitindo aos times
brasileiros excursionarem e, com isso, propagarem suas marcas globalmente,
valorizando-as.
Medida que terá efeito imediato no aumento de patrocínios e
estimulará o consumo de produtos brasileiros em todo o mundo.
Os estaduais e/ou regionais serão
realizados no início de temporada e não poderão exceder a dez datas, livrando
assim os clubes de primeira e segunda divisão de disputarem um excessivo número
de jogos com prejuízos econômicos, fruto do desinteresse crescente dos
torcedores.
5- A FORMAÇÃO DAS LIGAS
A CBF deve ter o compromisso de
fomentar a criação e de atuar em harmonia com uma Liga Nacional de clubes, nos
moldes dos países europeus.
É a única maneira de termos no futuro os nossos
clubes entre os maiores do mundo.
Para tanto, o calendário e o sistema de
disputa são peças essenciais, mas não suficientes para globalizar os times do
Brasil.
Com a Liga, poderemos ampliar a
nossa fatia nas fortunas do futebol mundial, fortalecendo as marcas dos clubes
e arrecadando receitas de televisionamento e merchandising por todo o planeta.
Os nossos campeonatos não são exibidos no exterior da forma como deveriam ser
por que nunca foram pensados de fato para tal objetivo.
O futebol de clubes gera muito
mais recursos que o de Seleções, que tem na Copa do Mundo sua maior atração, de
quatro em quatro anos.
A Champions League, só de TV, fatura quase o dobro que a
Copa do Mundo, medindo-se períodos de quatro anos.
Somente teremos condições de
manter aqui uma parcela significativa dos nossos craques se passarmos a
rivalizar em importância com as competições mais bem-sucedidas do mundo e com
os clubes mais fortes.
Este talvez deva ser o maior gol que a CBF pode marcar
num cenário de cinco anos.
6- SEGURANÇA NOS ESTÁDIOS
A falta de proteção e conforto é
o maior entrave para o aumento de público nos estádios.
A CBF deve ser a maior
articuladora e cobradora da implementação das novas políticas de segurança para
o torcedor, seja cobrando do Judiciário o bom funcionamento dos tribunais de
rito sumário para os estádios, seja articulando nacionalmente, com reduções de
custos, itens como seguro de acidentes, assistência médica nos eventos, entre
outras medidas.
O resultado disso será a maior presença de famílias e um
verdadeiro espetáculo de entretenimento, como deve ser o futebol.
7- NOVA ARBITRAGEM
A CBF deve trabalhar para criar a
profissão de árbitro no país.
Todos os que gravitam no futebol são profissionais,
hoje em dia, menos os árbitros.
Deve-se ampliar os investimentos na capacitação
desses profissionais.
Há de se garantir, ainda, a plena independência da
comissão de arbitragem da entidade, submetendo o seu dirigente à aprovação do
Conselho de Administração e criando mecanismos que impeçam formas de pressão e
garantam a lisura do processo.
8- A JUSTIÇA DESPORTIVA
A Justiça Desportiva deve ser um
braço do Judiciário Federal, remunerada em orçamento, e autônoma em relação às
Federações e Confederações.
9- COMBATE À PIRATARIA
A CBF deve ter o compromisso
prioritário de combater a pirataria dos produtos oficiais dos clubes, por meio
de gestão política para se estabelecer convênios com a Secretaria da Receita
Federal e com o Confaz visando a um aumento da arrecadação dos Estados e da
União.
Poderia se estabelecer um percentual de contribuição dos
clubes/fabricantes para programas sociais, assim gerando um incentivo.
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