segunda-feira, setembro 10, 2012

Do necrotério para as Paraolímpiadas de Londres...

Imagem: Hospital Headley Court


A paraolimpíada é repleta de grandes histórias...

Superação, fé em si mesmo e vontade férrea, estão presentes na vida de todos aqueles que dela participam.

Há poucos dias publiquei uma postagem sobre o nadador sul-africano, Achmat Hassien que perdeu uma perna ao salvar seu irmão mais novo do ataque de um tubarão branco em 2006 e que subiu ao pódio como ganhador da medalha de prata em sua categoria.

Hoje, trago a história de Derek Derenalagi, um britânico nascido nas ilhas Fiji...

Em 2007, Derek servia no Afeganistão quando seu Land Rover recebeu um violento impacto de uma bomba colocada na estrada pela guerrilha talibã.

Derek foi dado como morto.

“Colocaram-me numa bolsa plástica e levaram meu corpo para ser preparado para a repatriação. Neste momento, alguém percebeu que eu tinha pulso, muito débil, mas tinha”.

Derek foi levado às pressas para o hospital militar e lá, apesar das tentativas dos médicos, perdeu suas pernas.

Foram oito dias em coma e três semanas no hospital...

Quando despertou, estava na casa de Selly Oak em Birmingham com sua mulher Ana ao seu lado.

“Não fiquei me lamentando. Não tinha tempo para isso. Mesmo sem minhas pernas, ainda era um soldado e o exército me havia ensinado que só a morte pode deter um homem. Eu estava vivo”.

“Durante as a paraolimpíadas de Pequim, eu estava no centro de reabilitação de Headley Court e foi então que decidi o que iria fazer dali para frente”.

“Ver aquela gente com o mesmo problema que eu me fez pensar que o esporte seria uma maneira de continuar a servir a Grã Bretanha”.

Cinco anos, seis semanas e um dia após a fatídica explosão, Derek entrou no Estádio Olímpico de Stratford para competir no lançamento de disco, diante de um público de 80 mil pessoas.

Infelizmente Derek não conseguiu passar as finais...

A marca de 39.37 metros o deixou muito distante dos 41.41 que lhe deu a medalha de ouro no paraolímpico europeu.

Derek deixou o estádio aplaudido de pé e recebeu continência de todos os militares presentes.

“Não estou triste. O que queria era colocar um sorriso no rosto das pessoas e mostrar para todos que é possível viver, ser útil e feliz. Agora, já não sou mais um soldado, mas nunca deixarei de pertencer ao exército britânico, pois assim como milhares de outros em nossa história, estive aonde precisaram de mim e sei que não desonrei meus camaradas, minha unidade, minha bandeira e minha pátria”.


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