sábado, setembro 29, 2012

O oportunismo caboclo e o legado que nos será negado...



O legado, a Caxirola e nós panacas...

De Vitor Birner

O Brasil tem vários instrumentos musicais com os quais a população se identifica.

Todo brasileiro sabe o que são tamborins, caixas, surdos…

Nossos estádios ficavam mais festivos quando o ingresso permitia a presença do povão e a música das baterias e charangas, dependendo da região, era atração.

Eis que Carlinhos Brown inventou uma tal caxirola, inspirada no caxixi, instrumento desconhecido pela maioria dos brasileiros.

O artista apresentou um projeto da sua ‘genial’ criação e ganhou o apoio do Governo Federal.

Não faz muito tempo, vários estrangeiros achavam que Buenos Aires era a capital do Brasil e as grandes cidades daqui estavam repletas de macacos e de gente pelada nas ruas.

Há cabimento no uso de algo que não tem a ver com os brasileiros no evento onde pagamos pela chance de mostrar nossa cultura ao mundo?

Vão falar insistentemente da caxirola e criar outra modinha chata para todo mundo comprar uma?

Será que já definiram quem irá fabricá-la e ganhar com esse oportunismo sem limites?

As dezenas de bilhões dos impostos não servirão nem para os gringos conhecerem a nossa nação?

Estádios luxuosos, instrumento inventado, a bola é brazuca com z, o tatu terá nome estranho...

Está complicado.

E vai ficar mais.

Brasília cancelou a construção do VLT.

A grana para o estádio, que se transformará noutro elefante branco, continua disponível. 

E se precisarem de mais, provavelmente não faltará.

Outras obras prometidas lá atrás não sairão do papel. Cadê os aeroportos?????

A mentira dos palcos dos jogos bancados pela iniciativa privada foi esquecida e quase ninguém cobra.

O custo do legado talvez seja maior do que o necessário.

Nossos políticos possuem grande tradição em desvio de dinheiro público.

Tenho o direito de desconfiar que possam ocorrer casos assim e torcer, sem muitas razões de acreditar, para não acontecerem.

Enquanto isso, Mano tenta acertar o time dentro de campo.

Restando menos de dois anos para o início do Mundial, a nota brasileira para a tal lição de cidadania, aquela que exige o cumprimento de promessas importantes e austeridade no trato da verba pública, pois falta grana para os investimentos em hospitais, salários de professores, médicos, policiais, construções de quadras e desenvolvimento do esporte educativo, continua baixa.

Nem as contas do Pan, que custaria menos de R$ 400 milhões e de acordo com as notícias sobre o tema saiu por mais de R4 bilhões, foram aprovadas ainda.

Em suma, a nação enriqueceu, a economia melhorou, a parte ruim de nossa cultura deve ser preservada e a boa colocada em segundo plano.

E há quem defenda tudo isso.


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