A primeira vez que a falência
bateu a porta foi no ano de 1929...
A crise econômica que assolava a
Alemanha do pós-guerra agravou-se com a quebra da bolsa de valores de Nova
Iorque...
Irresponsáveis, os dirigentes do
Borussia Dortmund imaginaram que ficariam à margem da grande depressão e
montaram uma equipe com jogadores totalmente profissionais.
Quebraram.
Só não fecharam as portas graças
a generosidade e o sacrifício de seus torcedores, que tirando do próprio bolso,
quitaram a dívidas contraídas pelos inconsequentes dirigentes.
Hoje, fica difícil compreender o
brutal esforço que esses torcedores fizera...
Quem conhece história certamente
saberá valorizar a atitude desse apaixonados, pois a crise econômica provocada
pela quebra da bolsa, transformou da noite para o dia, fortunas em fumaça, mão
de obra empregada em uma multidão de desempregados e não foram poucos os que
buscaram no suicídio, paz para suas vidas destroçadas.
A segunda crise sucedeu o período
mais vitorioso do Dortmund.
Depois de conquistar a Copa dos
Campeões da Europa, hoje, Liga dos Campeões, em 1997, o clube manteve altíssimos
padrões salariais e continuou gastando fortunas em contratações...
Não satisfeitos, os dirigentes
mordidos pela mosca azul, montaram uma fábrica cuja missão era fabricar seus
próprios uniformes e que faliu pouco tempo depois.
Ainda assim, os gastos
permaneceram maiores que as receitas...
Em 2003/04 o Dortmund quebrou.
Com Westfalenstadion hipotecado
desde 2002, meses de salários atrasados e um buraco de 200 milhões de euros, o
Dortmund, sufocado, gritou por socorro...
Foi solenemente ignorado pelas
autoridades econômicas da Alemanha...
Não era obrigação do Estado
salvar quem buscou a via do desequilíbrio financeiro e da gastança desmedida.
Porém, o capital privado
acudiu...
O primeiro socorro veio da Signal
Iduna, que comprou o direito de nome do Westfalestadion...
O dinheiro foi utilizado para
quitar parte da dívida e reintegrar ao patrimônio, o estádio.
O segundo socorro veio de um
banco da Inglaterra que emprestou 79 milhões euros.
Porém, o Dortmund recebeu um
auxilio inesperado...
2 milhões de euros vieram do
Bayern de Munique, por empréstimo, que fique claro.
Na época a direção do Bayern
justificou dizendo que a “morte” do Dortmund não interessava a ninguém e que o
fracasso da equipe adversária era o fracasso de todos os clubes alemães...
Numa recente entrevista, Uli
Hoeness, presidente do Bayern, ao ser lembrado do fato, declarou:
“Era uma situação crítica para o
Borussia Dortmund. Quando eles não podiam pagar seus salários, pensamos que
podíamos ajudar. Sou um grande fã da tradição no esporte e era o certo a se
fazer”.
Hoje, a poucas horas da grande da
Liga dos Campeões em Wembley, a história é outra.
O Dortmund se recuperou, quitou
suas dívidas e se mantém competitivo graças a uma gestão inteligente e responsável.
O presidente Reinhard Rauball,
trouxe o executivo Hans-Joachim Watzke, deu-lhe carta branca e três decisões
fundamentais foram tomadas...
Gastos não excedem as receitas...
Investimento maciço nas bases e a
vinda do técnico Jürgen Klopp.
Klopp, um jovem desconhecido pela
maioria e um especialista na formação de jogadores, veio com a missão de reerguer
as categorias de base e garimpar atletas não famosos, mas com imenso potencial.
Com paciência e apoio total da
torcida, Klopp acabou conseguindo...
Daqui a pouco, Londres, a capital
da Inglaterra, vai receber em Wembley milhares de alemães que irão
orgulhosamente desfraldar suas bandeiras, entoar seus cânticos e fazer de
Londres a capital do futebol alemão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário