sábado, maio 25, 2013

Fußball-Club Bayern München x Ballspiel-Verein Borussia 1909 e. V. Dortmund



A primeira vez que a falência bateu a porta foi no ano de 1929...

A crise econômica que assolava a Alemanha do pós-guerra agravou-se com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque...

Irresponsáveis, os dirigentes do Borussia Dortmund imaginaram que ficariam à margem da grande depressão e montaram uma equipe com jogadores totalmente profissionais.

Quebraram.

Só não fecharam as portas graças a generosidade e o sacrifício de seus torcedores, que tirando do próprio bolso, quitaram a dívidas contraídas pelos inconsequentes dirigentes.

Hoje, fica difícil compreender o brutal esforço que esses torcedores fizera...

Quem conhece história certamente saberá valorizar a atitude desse apaixonados, pois a crise econômica provocada pela quebra da bolsa, transformou da noite para o dia, fortunas em fumaça, mão de obra empregada em uma multidão de desempregados e não foram poucos os que buscaram no suicídio, paz para suas vidas destroçadas.

A segunda crise sucedeu o período mais vitorioso do Dortmund.

Depois de conquistar a Copa dos Campeões da Europa, hoje, Liga dos Campeões, em 1997, o clube manteve altíssimos padrões salariais e continuou gastando fortunas em contratações...

Não satisfeitos, os dirigentes mordidos pela mosca azul, montaram uma fábrica cuja missão era fabricar seus próprios uniformes e que faliu pouco tempo depois.

Ainda assim, os gastos permaneceram maiores que as receitas...

Em 2003/04 o Dortmund quebrou.

Com Westfalenstadion hipotecado desde 2002, meses de salários atrasados e um buraco de 200 milhões de euros, o Dortmund, sufocado, gritou por socorro...

Foi solenemente ignorado pelas autoridades econômicas da Alemanha...

Não era obrigação do Estado salvar quem buscou a via do desequilíbrio financeiro e da gastança desmedida.

Porém, o capital privado acudiu...

O primeiro socorro veio da Signal Iduna, que comprou o direito de nome do Westfalestadion...

O dinheiro foi utilizado para quitar parte da dívida e reintegrar ao patrimônio, o estádio.

O segundo socorro veio de um banco da Inglaterra que emprestou 79 milhões euros.

Porém, o Dortmund recebeu um auxilio inesperado...

2 milhões de euros vieram do Bayern de Munique, por empréstimo, que fique claro.

Na época a direção do Bayern justificou dizendo que a “morte” do Dortmund não interessava a ninguém e que o fracasso da equipe adversária era o fracasso de todos os clubes alemães...

Numa recente entrevista, Uli Hoeness, presidente do Bayern, ao ser lembrado do fato, declarou:

“Era uma situação crítica para o Borussia Dortmund. Quando eles não podiam pagar seus salários, pensamos que podíamos ajudar. Sou um grande fã da tradição no esporte e era o certo a se fazer”.

Hoje, a poucas horas da grande da Liga dos Campeões em Wembley, a história é outra.

O Dortmund se recuperou, quitou suas dívidas e se mantém competitivo graças a uma gestão inteligente e responsável.

O presidente Reinhard Rauball, trouxe o executivo Hans-Joachim Watzke, deu-lhe carta branca e três decisões fundamentais foram tomadas...

Gastos não excedem as receitas...

Investimento maciço nas bases e a vinda do técnico Jürgen Klopp.

Klopp, um jovem desconhecido pela maioria e um especialista na formação de jogadores, veio com a missão de reerguer as categorias de base e garimpar atletas não famosos, mas com imenso potencial.

Com paciência e apoio total da torcida, Klopp acabou conseguindo...

Daqui a pouco, Londres, a capital da Inglaterra, vai receber em Wembley milhares de alemães que irão orgulhosamente desfraldar suas bandeiras, entoar seus cânticos e fazer de Londres a capital do futebol alemão.


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