sexta-feira, maio 31, 2013

Deita, senta, levanta, morto...



As pessoas no Brasil se convencem não pelas ideias e planos apresentados, mas sim, pelo que recebem em troca.

No Brasil, as pessoas como os animais adestrados, para cada gesto ou ação, precisam receber da mão de quem os adestra, um torrão de açúcar, uma isca de peixe, um pouco de ração ou qualquer guloseima...

No Brasil, não existe posição, opinião ou convicção que não possa ser comprada.

A matéria publicada na Folha de São Paulo que republico a seguir, demonstra claramente a verdade de minhas afirmações.

O presidente da CBF, José Maria Marin, aproveitará a abertura da Copa das Confederações para agradar seus eleitores.

Com o pleito em abril, convidou os 27 presidentes de federações estaduais e os comandantes dos 20 clubes da Série A para o chamado "voo da alegria".

O pacote inclui passagem aérea para os cartolas e um acompanhante, hospedagem em hotel cinco estrelas e ingressos VIP para a partida contra o Japão, no dia 15.

A programação contará com um jantar dos cartolas com Marin e o vice-presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, após o jogo.

A viagem bancada pelos dirigentes é uma demonstração de força para a eleição. 

O colégio eleitoral é formado apenas pelos presidentes dos clubes da primeira divisão e das federações estaduais.

Marin não é candidato à reeleição, mas apoia Del Nero, seu braço direito. 

Andres Sanchez, seu provável opositor, que tem o apoio velado de Lula, provavelmente não estará em Brasília.

A demonstração de força de Marin deverá custar mais de R$ 100 mil à CBF.

Cartolas de federações e dos clubes confirmaram o convite. 

Eles vão começar a chegar à capital federal na véspera da abertura da Copa das Confederações.

Ontem, a Folha revelou que Marin repassou no seu primeiro ano de mandato R$ 27 milhões para as federações. 

O valor é 62,79% superior ao enviado por Ricardo Teixeira, antecessor de Marin, aos mesmos cartolas em 2011. 

No mês passado, as federações aprovaram por unanimidade as contas de seu primeiro ano de mandato.

O "voo da alegria" também servirá para Marin exibir seu prestígio nos bastidores do mundo da bola para a presidente Dilma Rousseff.

Desde que assumiu a presidência, Marin tem dificuldades para se aproximar do governo federal.

Dilma evita encontrar o dirigente, por causa de sua atuação política durante a ditadura militar.

Há cerca de três meses, Marin ficou em situação delicada com o governo após uma série de gravações vazarem na internet. 

Nelas, o dirigente supostamente aparece criticando o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, comentando negócios escusos e mostrando como pode manipular a eleição na confederação.

Marin está participando de uma reunião da Fifa em Maurício e não foi encontrado pela reportagem para comentar a recepção de luxo aos cartolas em Brasília.

Da Folha de São Paulo

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