sexta-feira, outubro 16, 2015

Está na hora de abrir a caixa preta da CBF...

A confissão de J. Hawilla a Justiça dos Estados Unidos...


Imagem: Trivela

“Meu nome é José Hawilla. Desde aproximadamente 1980, eu comecei a desenvolver projetos de marketing esportivo por meio da minha companhia Traffic. Eu comprei os direitos de eventos de futebol e comecei a promovê-los de uma forma legítima pelo mundo.

Aproximadamente em 1991 quando eu fui renovar o contrato de um desses eventos, a Copa América, um dirigente associado com a Fifa, o organismo encarregado do futebol mundial e sua federação Conmebol, ele me pediu por propinas para ele assinar o contrato. 

Eu precisava daquele contrato porque eu já tinha assumido futuros compromissos mesmo que eu não quisesse concordar em pagar para aquele dirigente.

Depois disso e até 2013, outros dirigentes de futebol vieram até mim e aqueles com quem me associei no negócio para pedir propinas para assinar ou renovar contratos. 

Eu concordei que pagamentos de propinas não revelados seriam feitos para dirigentes de futebol por contratos de direitos de marketing e outros para vários outros torneios e outros direitos associados ao futebol.

Eu concordei em fazer pagamentos de propinas e subornos que estariam escondidos por contratos da Copa América, da Copa Ouro, da Copa do Brasil e do (…) patrocinador do time brasileiro.

Eu usei as instituições financeiras e os mecanismos eletrônicos dos EUA para fazer alguns desses pagamentos de propina e subornos, assim como para fazer pagamentos legítimos relacionados a esses direitos, todos para promover esse esquema.''

(Neste trecho, o relato de Hawilla é interrompido para que os procuradores e o juiz se certifiquem do nome do patrocinador da seleção.

O nome da empresa é mantido em segredo na transcrição, mas se sabe que se trata da Nike que assinou contrato com a CBF em 1996.)

“Durante este período, a Fifa, a Concacaf e outras organizações de futebol e empresas de marketing tiveram compromissos para promover e/ou regular o esporte do futebol pelo mundo como parte de uma organização. 

Entre outras coisas, essas organizações realizaram eventos esportivos e conduziram negócios nos EUA e usaram das instituições financeiras dos EUA.

Em relação às acusações dois e três, eu deliberadamente e conscientemente concordei que membros de duas outras companhias similares que fizeram compromissos para pagar propinas em conexão com a Copa América que a Traffic contribuiria com esses pagamentos. 

As propinas não reveladas foram pagas a dirigentes que tinham posições de autoridade e confiança na Fifa e em outras duas das suas confederações, Concacaf e Conmebol, para assegurar direitos de marketing relacionados à Copa América. 

Eu concordei em usar e usei a conta da Traffic no banco nos EUA e os mecanismos eletrônicos dos EUA para reembolsar uma porção do pagamento das despesas feitas com outras empresas de marketing transferindo dinheiro para bancos em outros países. 

As transferências foram feitas de bancos de Nova York''

“Finalmente, em conexão com a acusação quatro, antes da minha prisão, quando eu fui informado por uma pessoa que o FBI estava perguntando sobre propinas pagas pela Traffic, eu pedi a ele para não mencionar o meu nome e o nome da Traffic para o FBI. Também, depois da minha prisão, quando eu fui questionado pelo governo no Brooklyn em conexão com a investigação do grande júri, eu escondi retive informação dele incluindo sobre atividades criminais que eram relevantes para a investigação.

Ao fazer isso, eu impedi intencionalmente a investigação do grande júri.

Eu sabia que a minha conduta era errada. Eu me arrependo muito e peço desculpas pelo que fiz.''

Fonte: Rodrigo Mattos

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