Marco Polo Del Nero, na CPI da
CBF, sofreu “lapsos de memória”, irritou senadores com respostas evasivas e fez
mais, desmentiu os relatórios do FBI e
da ANAC.
Del Nero também jurou inocência...
"Eu não sou corrupto. E a CBF não é corrupta, não que eu
saiba".
Disse as razões que o levaram a
se licenciar e pediu que a presunção de sua inocência fosse respeitada...
"Eu pedi licença da CBF para poder me defender das acusações.
Tenho que colher documentos e repassar para o meu advogado. A presunção de
inocência deve ser respeitada".
Durante as perguntas,
escorregou...
Ao ser perguntado pelo senador
Romário sobre ter deixado Zurique, na Suíça, em 27 de maio, logo após a prisão
do ex-presidente da entidade, José Maria Marin, Del Nero disse:
"Porque meus advogados aconselharam a fazê-lo".
Romário então, insistiu, questionando se era por medo de
ser preso...
"Não sei, mas meus advogados me a aconselharam a ir embora",
respondeu Del Nero.
Porém, como todo mundo que está
enrolado, o presidente da CBF continuou falando...
Aí, Del Nero se complicou ao
dizer que deixou a Suíça - um dia antes da votação presidencial que elegeu
Joseph Blatter para seu quinto mandato – por que sua presença não teria
utilidade nenhuma na reunião.
Visivelmente irritado, o senador
Randolfe Rodrigues, retrucou...
"Mas então por que o senhor foi até lá”?
Randolfe Rodrigues, então, perguntou
a Del Nero se ela havia conversado com a esposa de Marin, na viagem à Suíça...
"Não me lembro se falei com ela, não consigo me lembrar",
respondeu Del Nero...
"Você não se lembra de algo que ocorreu meses atrás em um dia tão
importante? Desculpa, mas o senhor está subestimando nossa inteligência",
esbravejou Randolfe Rodrigues.
O momento mais hilário do
depoimento foi quando Romário perguntou o motivo para Del Nero ter indicado o
deputado federal Marcus Vinicius como presidente interino da CBF...
"Porque ele gosta muito de
futebol...", respondeu Del Nero...
"Então 200 milhões de
pessoas poderiam ser presidente da CBF. Isso não pode ser critério para
escolher um sucessor", desabafou Randolfe Rodrigues.
Em apenas dois momentos o
depoente se exaltou...
Primeiro quando perguntado sobre
transcrições do FBI que tratavam de uma reunião entre ele, José Maria Marin e o
empresário J. Hawilla, dono da Traffic e um dos delatores do caso...
"Eu não estava lá. É
mentira, nunca estive reunido com o senhor J. Hawilla e o senhor Marin
juntos", gritou Del Nero.
Depois, ao negar que tenha
viajado a Barbados, um paraíso fiscal, com um jatinho da CBF, conforme
publicado em relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ...
"Não tenho contas no exterior e nunca estive em Barbados, não
conheço Barbados", desabafou, causando nova indignação nos senadores.
A discussão ficou mais acalorada
e Del Nero voltou a sofrer de "lapsos de memória" ao ser perguntado
sobre movimentações em sua conta bancária...
"Desculpe, mas não consigo me lembrar de tudo."
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